Nudes || Justin Bieber

• K •

Entrei na sala de detenção, recebendo o olhar do senhor Marl e de alguns alunos que estavam presentes, me sentei na cadeira e joguei a minha bolsa no chão, cruzando as minhas pernas, enquanto encarava o velho a minha frente.

Logo depois o barulho da porta soou, e eu joguei a minha cabeça para o lado, vendo que Justin entrava com um pequeno sorriso cínico nos seus lábios rosados. Revirei os meus olhos e lambi os meus lábios, desviando meu olhar dele.

Senti ele passar por mim, bagunçando os meus cabelos de forma irritante e se sentando atrás de mim, respirei fundo, encarando as minhas mãos.

— Eu vou pegar um café, fiquem quietos. — Senhor Marl falou saindo da sala, Justin se levantou da cadeira como os outros alunos e eu franzi o cenho. 

— Vai ficar aqui? — perguntou confuso e eu o olhei mais confusa ainda, vendo seus lábios se repuxarem em um sorriso incerto. — Claro, a aluna perfeita. — Justin falou revirando os seus olhos e me puxando pela mão, pegando a minha mochila e saindo da sala com os outros alunos. 

— Não sou a aluna perfeita. — rebati, empinando o meu nariz, tentando acompanhar os seus passos apressados. — Por que estão todos saindo? — perguntei o olhando. 

Justin passou as mãos por os seus cabelos e me olhou.  

— Ele tira um cochilo de duas horas e depois volta falando que teve de resolver problemas. — deu de ombros e eu assenti fraco com a cabeça. 

Saímos pelas portas de ferro e fomos andando na direção do campo de futebol americano. Justin correu para a arquibancada e se jogou na mesma, fazendo com que eu me questionasse se ele tinha algum problema, pois quase bateu com a cabeça nos outros degraus. 

Me sentei ao seu lado e suspirei, encarando-o. 

— Desculpe por te arrastar junto comigo. — sua risada gostosa e rouca soou e eu assenti com a cabeça. 

— Não tem problema. — além de ter de escutar broncas da minha mãe e perder a ficha perfeita no meu currículo, não tinha não é mesmo. 

— Eu sei como a sua família é, vou me explicar depois. — deu de ombros, relaxando as suas costas na arquibancada, encarando o campo de futebol com a grama bem aparada e esverdeada. 

Deitei na arquibancada, encarando o céu nublado, enquanto apoiava a minha cabeça na minha bolsa. Me virei de barriga para baixo, pegando o meu celular, enquanto sentia o olhar de Justin na minha bunda.

O vi pegar o seu celular com um sorrisinho nos lábios e eu franzi o cenho, escutando o meu celular vibrar. Eram as mensagens dele, arregalei os meus olhos e engoli seco. Para a minha sorte, o celular estava sem som, então ele não tinha percebido que eu tinha recebido a sua mensagem. 

Fiquei mexendo nas minhas outras redes sociais, enquanto Justin voltava a encarar o nada, como sempre fazia quando estava pensando. 

Nós de longe éramos amigos, digo, ele sempre foi próximo da minha família por sua mãe ser amiga da minha, mas nunca chegamos a conversar direito e nem nada. O fato dele ser visto como uma má influencia sempre me afastou dele, mas eu realmente vejo que Bieber não é isso tudo que falam. 

Me sentei novamente, entediada, sentindo o seu olhar queimar no meu corpo novamente. 

— Vai continuar me comendo com os olhos ou vamos fazer algo? — perguntei virando a minha cabeça para o olhar. 

Justin soltou um riso e desviou seu olhar do meu, arqueei as minhas sobrancelhas e cruzei os meus braços. 

— Eu não tenho problema em ficar te olhando, se você permitir. — Justin falou piscando. 

Revirei os meus olhos e o empurrei de leve, vendo-o rir fraco. 

— O que quer fazer, Kylie? — se levantou da arquibancada e ficou andando de um lado para o outro. 

— Eu não sei, me diga você o que quer fazer. — falei agarrando o moletom que eu usava, tirando o mesmo, ficando apenas com a blusa preta grudada no meu corpo. 

Por alguns segundos pude sentir o olhar de Justin nos meus seios, mas ele apenas balançou a cabeça e riu novamente. 

— O que eu quero fazer ultrapassa as regras da escola. — piscou e eu o fuzilei, vendo um sorriso largo nos seus lábios.

— Não lembrava o quão sujo você era. — rebati novamente e ele gargalhou. 

— Estou brincando, baby girl. — estremeci com o apelidinho, mas não demonstrei nada, senão ficaria muito na cara. — Podemos correr, porque está chovendo e eu tenho certeza que você não vai querer se molhar. — piscou estendendo a mão, sentindo os pingos na ponta dos seus dedos. 

Arregalei os olhos e peguei a minha bolsa, descendo correndo da arquibancada, enquanto escutava a risada de Justin atrás de  mim. A chuva de um momento para o outro começou a aumentar e engrossar, me fazendo condenar-me por ter saído daquela merda daquela sala. 

Enquanto eu corria, escorreguei na grama, caindo de bunda no chão, escutando a gargalhada de Justin ecoar em todos os cantos daquele campo. 

— Eu sabia que isso ia acontecer. — Justin me puxou pela mão gargalhando, o fuzilei com os olhos e ele me puxou rapidamente, correndo comigo enquanto me segurava pela cintura. 

Entramos na escola novamente e eu suspirei, passando as minhas mãos por os meus cabelos molhados, e logo pela minha bunda dolorida. 

Justin tirou o seu moletom e enxugou os seus cabelos com o mesmo, me olhando prendendo o riso. 

— Eu te odeio. — o empurrei, batendo os pés pelos corredores, quase escorreguei de novo, escutando a risadinha de Justin me acompanhar. 

Entramos na sala juntos e eu me sentei na cadeira, arrumando os meus cabelos, enquanto Justin se sentava atrás de mim novamente. 

Minutos depois, o senhor Morl entrou na sala e nos olhou confuso, levando suas maos a sua cintura e fazendo uma cara nada boa. 

— Por que os dois estão molhados? — perguntou e eu olhei Justin, o fuzilando com os olhos. 

— A Kylie teve um incidente com o bebedouro e eu tive que ajudá-la. — Justin falou e eu o encarei. — Coitada, quase se afogou. — falou mordendo o seu lábio inferior, soltando um risinho e eu olhei para a cara do velho, que assentia devagar com a cabeça. 

— Vocês estão liberados. — falou e todos saíram da sala novamente. 

— Incidente com o bebedouro? Sério? — perguntei o olhando. 

— Pelo menos ele acreditou. — Justin deu de ombros e saiu andando. — E você pode me recompensar por ter salvado a sua pele indo para a festa comigo hoje.— me olhou e eu franzi o cenho. 

— E porque eu faria isso? — cruzei os meus braços e ele parou na minha frente, encarando os meus olhos. 

— Porque você quer. — piscou e bagunçou os meus cabelos, me deixando sozinha no meio daquele corredor enorme.