Capítulo 1 - Um Novo Começo

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   Coluna curvada, mãos no bolso e um casaco casual preto. Este era eu, caminhando para ir até o mercado próximo de minha casa.
Ao adentrar o estabelecimento, tive uma sensação estranha. Senti como se o espaço a minha volta estivesse ficando menor e tudo estivesse se comprimindo dentro daquele lugar.

— Senhor, você está bem?

Aparentemente eu estava ali a mais tempo do que imaginava.

— S-sim, sim.

Quem me perguntou isso foi uma linda jovem, que devia estar fazendo compras, como eu. As palavras dela quebraram a sensação e me permitiram continuar o que vim fazer aqui. Fiz compras para minha mãe, três pães e uma caixa de leite.

— Hiroshi-kun, como está sua mãe?

A senhora que cuidava da lojinha conhecia muito bem minha família, ela e minha mãe eram grandes amigas há muito tempo.

— Está bem, senhora.

— E os estudos? Você não anda se esforçando de mais, anda?

— Não, não — respondi com um sorriso desajeitado no rosto.

Mal sabe ela que eu não ando me esforçando de menos.

— Tudo bem, cuide-se no caminho para casa!

— Certo, senhora!

Peguei minhas compras e fui embora. Novamente com a coluna curvada, mãos no bolso e acompanhado por meu casaco casual preto, caminhava em direção à minha casa.

— Ei, garoto!

A voz estremeceu meu peito e travou minhas pernas. Uma voz pálida e rouca vinda de um beco próximo. Apavorado, virei o rosto hesitante.

— Sim?

O homem me analisou como se estivesse avaliando o preço de um automóvel de luxo.

— Você é um jovem sagaz.

O que o levou a concluir isto, não sei, mas tenho certeza de que é algo que posso descobrir depois.

— Eu, eu tenho que levar essas compras para minha mãe, então vou indo.

— Espere!

Meu corpo todo travou. Senti um frio na espinha enquanto o indivíduo se aproximava.

— Você já ouviu falar de um reino chamado Arkhama?

Askam? Astama? Não entendi direito, mas o nome devia ter sido tirado de um bom jogo de RPG.

— Creio nunca ter ouvido algo parecido antes...

Cérebro! Espera! Eu não havia terminado de pensar ainda!

— Hum... Entendido. Divirta-se, Hi-ro-shi-kun!

As mãos dele tocaram minhas costas e então as únicas coisas que restaram naquele local foram: a sacola com minhas compras, o homem misterioso e a rua.

. . .

Senti uma forte luz à minha volta, apertei meus olhos e tive a certeza de ter meu estômago contorcido por mãos de um gigante.

Parou. Ainda de olhos fechados, ouvi vozes distantes. Pisquei algumas vezes até deixá-los completamente abertos. Olhei para direita, depois para esquerda, então para direita e novamente para esquerda.

— Onde eu... estou?

Estava em uma ponte feita de pedras. A minha frente, estavam as partes de trás de várias casas de madeira. Com certeza não era nenhum lugar conhecido, mas então... onde poderia ser?

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