Coluna curvada, mãos no bolso e um casaco casual preto. Este era eu, caminhando para ir até o mercado próximo de minha casa.
Ao adentrar o estabelecimento, tive uma sensação estranha. Senti como se o espaço a minha volta estivesse ficando menor e tudo estivesse se comprimindo dentro daquele lugar.— Senhor, você está bem?
Aparentemente eu estava ali a mais tempo do que imaginava.
— S-sim, sim.
Quem me perguntou isso foi uma linda jovem, que devia estar fazendo compras, como eu. As palavras dela quebraram a sensação e me permitiram continuar o que vim fazer aqui. Fiz compras para minha mãe, três pães e uma caixa de leite.
— Hiroshi-kun, como está sua mãe?
A senhora que cuidava da lojinha conhecia muito bem minha família, ela e minha mãe eram grandes amigas há muito tempo.
— Está bem, senhora.
— E os estudos? Você não anda se esforçando de mais, anda?
— Não, não — respondi com um sorriso desajeitado no rosto.
Mal sabe ela que eu não ando me esforçando de menos.
— Tudo bem, cuide-se no caminho para casa!
— Certo, senhora!
Peguei minhas compras e fui embora. Novamente com a coluna curvada, mãos no bolso e acompanhado por meu casaco casual preto, caminhava em direção à minha casa.
— Ei, garoto!
A voz estremeceu meu peito e travou minhas pernas. Uma voz pálida e rouca vinda de um beco próximo. Apavorado, virei o rosto hesitante.
— Sim?
O homem me analisou como se estivesse avaliando o preço de um automóvel de luxo.
— Você é um jovem sagaz.
O que o levou a concluir isto, não sei, mas tenho certeza de que é algo que posso descobrir depois.
— Eu, eu tenho que levar essas compras para minha mãe, então vou indo.
— Espere!
Meu corpo todo travou. Senti um frio na espinha enquanto o indivíduo se aproximava.
— Você já ouviu falar de um reino chamado Arkhama?
Askam? Astama? Não entendi direito, mas o nome devia ter sido tirado de um bom jogo de RPG.
— Creio nunca ter ouvido algo parecido antes...
Cérebro! Espera! Eu não havia terminado de pensar ainda!
— Hum... Entendido. Divirta-se, Hi-ro-shi-kun!
As mãos dele tocaram minhas costas e então as únicas coisas que restaram naquele local foram: a sacola com minhas compras, o homem misterioso e a rua.
. . .
Senti uma forte luz à minha volta, apertei meus olhos e tive a certeza de ter meu estômago contorcido por mãos de um gigante.
Parou. Ainda de olhos fechados, ouvi vozes distantes. Pisquei algumas vezes até deixá-los completamente abertos. Olhei para direita, depois para esquerda, então para direita e novamente para esquerda.
— Onde eu... estou?
Estava em uma ponte feita de pedras. A minha frente, estavam as partes de trás de várias casas de madeira. Com certeza não era nenhum lugar conhecido, mas então... onde poderia ser?
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Time Limit
FantasyVocê já pensou em acordar em outro universo? Perder todo e qualquer contato com sua casa, porém ser acolhido em uma nova vida, recebendo uma segunda chance de mudar o mundo a sua volta? Hiroshi foi o escolhido para este caso. Sua trajetória de incer...