(HIATUS) O Encontro dos Sonhos ♥ kth

four

 — Você tem certeza que está melhor? — Soojin me observava.

 Ela fez questão de me "deixar" em casa, pois, segundo a mesma, eu estava pálida demais e parecia não estar me sentindo bem.

 E, é claro, que neguei. Tentei a convencer de que eu estava ótima, inúmeras vezes por sinal, mas seu olhar dizia tudo: "Não tente me enganar". 

 — Pode ir tranquila — forcei um sorriso. Soojin revirou os olhos e, em seguida, sorriu.

 — Fique bem — ela me abraçou. — Qualquer coisa, me ligue — assenti. Então, ela virou e caminhou em direção ao calçamento, sumindo do meu campo de visão. 

 Me virei para entrar em casa, mas um arrepio percorreu minha espinha. Uma sensação, não muito agradável, se instalou em meu corpo. E posso garantir que conheço bem essa sensação.

 Eu estava sendo observada. 

 Meus olhos varriam a rua a procura de alguém, mas não encontraram nada. Direcionei os mesmos para a casa vizinha – a casa na qual foi ocupada a pouco tempo. 

 Aparentemente, os novos vizinhos se encontravam na sala, pois apenas a luz daquele cômodo permanecia acesa. 

 Bom, pelo menos foi isso o que pensei. 

 Meus olhos insistiram em percorrem ainda mais a extensão da casa, até focarem no andar superior.

 Um dos quartos estava iluminado com uma luz fraca, talvez vinda de algum abajur, e uma sombra se projetava na janela do mesmo. Estreitei os olhos na intenção de enxergar melhor, mas não obtive sucesso. A sombra se moveu para trás da parede e a cortina foi fechada. 

 Assustada, entrei em minha casa, logo fechando a porta.

 — Mãe? — perguntei ao andar pela sala e não encontrá-la. Sem obter resposta, apressei meus passos em direção à escada. 

 A porta do último quarto do extenso corredor se encontrava fechada. Ao me aproximar, dei duas leves batidas, apenas para avisar que eu estava prestes à entrar. Em seguida, abri a porta.

 Pude notar a presença de algo embaixo dos cobertores, e também o ronco baixo vindo da mesma direção. Fiquei mais tranquila em saber que minha mãe estava dormindo.

 Saí do quarto e fechei a porta, sem fazer barulho algum. E então, corri para o meu quarto. 

  ✦✧  

"O vento soprava forte. Árvores balançavam violentamente, assustando todos que estavam caminhando pelo parque. O céu estava nublado, dando uma ótima oportunidade para o frio se instalar ali.

Eu estava sentada na grama, próxima ao lago. Observava com atenção as pessoas que estavam ao meu redor. E suspirava, frustada, quando outras pessoas se juntavam à mim, e eu não as reconhecia.

Ao olhar para a entrada do parque, que não estava muito longe, notei uma movimentação estranha. Muitas pessoas corriam para ver o que, supostamente, ocorria do lado de fora do local.

Imediatamente, me levantei e me juntei ao grupo de pessoas que também pareciam interessados no ocorrido, e se apressavam para chegar logo à entrada.

Um homem, que aparentava ter seus cinquenta anos, estava desesperado, enquanto algumas pessoas ao seu redor o xingava.

 — O que houve? — perguntei a uma mulher que estava próxima a mim.

 — Parece que foi um atropelamento — ela dizia, mantendo seus olhos fixos na multidão. — O garoto surgiu do nada, e atravessou a rua correndo.