Capitulo 16

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- Que horas são? - Perguntei abrindo os meus olhos um pouco a custo, estava já quase a adormecer e por muito que não queira, ainda temos aulas.

- Temos mais 10 minutos. - ele disse massajando a minha mão com o seu polegar.

Não queria mesmo nada ir, e por mim não ia, mas Marcel tem a sua assiduidade, e teríamos que ir, não quero ser má influência para ele.

- hm, não me apetece nada. - Disse bocejando. Tapando a minha cara com a manta. Estava-mos tão quentinhos. Sentia o bater do coração de Marcel e era maravilhosa a sensação, muito boa mesmo.

- Nem a mim - ele suspirou - mas tem quer ser. São só mais duas aulas e depois estamos de volta. - Ele tinha razão, ás 16:30 já estaríamos a caminho de casa e tenho que me concentrar nisso e não entrar em desespero por querer ficar em casa encostada a ele. Acabei por desistir desta sensação linda e levantei-me.

- Vou despachar-me para ir-mos, não me quero atrasar.

Marcel agarrou a minha mão e puxou-me para cima dele.

- Não antes de me dares um beijo. - Ele sorriu, e juntou os nossos lábios que antes estavam separados por milímetros. Não pude deixar de sorrir, acho que nunca amei tanto alguém como o amo a ele.

Depois de um pouco voltei a levantar-me e sai dali, tratei de lavar os dentes, voltei a calçar-me e fui buscar as minhas coisas, vestindo logo o casaco voltando para a sala onde Marcel já estava pronto também.

- Vamos embora então. - Disse pondo os braços no ar pedindo um abraço a Marcel.

Ele levantou-se abraçando-me fortemente e sai-mos de sua casa em direcção á escola. "Só duas aulas e voltamos." Certamente vou ter que repetir esta frase um monte de vezes, ou deprimo de vez. Já se via a escola ao longe, e queria deprimir ou chorar, chorar muito.

Chega-mos num instante á escola e o pátio estava completamente cheio, mas rapidamente se esvaziou assim que se ouviu o toque indicando a entrada. Eu e Marcel dirigimo-nos para o pavilhão de educação física, odeio, e detesto e odeio. Mas tem que ser. Entra-mos e estávamos á porta dos balneários.

- Eu não que quero separar de ti. – disse baixando a cabeça e abraçando-o.

- É só por um pouco. – Ele gargalhou. E tinha razão, estou a começar a exagerar. Dê-mos um beijinho rápido e cada um foi para o seu balneário. Já vestida fiz um rabo-de-cavalo rápido e dirigi-me para o ginásio, um pouco mais distante do balneário, onde já quase toda a turma estava.

- Boa tarde. – Sorri para o stor e sentei-me. Marcel estava a lugares de distância, aborrecida suspirei e olhei para a janela atrás do stor. Ele começou a explicar o que iríamos fazer hoje, mas não estava com grande vontade de tomar atenção. Finalmente ela calou-se e levantámo-nos todos para correr, onde me juntei a Marcel.

- O que vamos fazer hoje? – Perguntei.

- Nada de mais, vamos saltar no trampolim, e esses exercícios chatos. – Ele respondeu-me, e notava-se na sua voz que já estava cansado, e eu também, odeio correr.

 Acaba-mos o aquecimento e começamos a fazer alguns exercícios, trampolim, cambalhotas, cavalo, a trave, muitas coisas, e cada grupo tinha uma dessas estações, por azar o meu, não consegui ficar no de Marcel. Eu não sei porque, mas eu hoje só quero estar perto dele e bem agarradinha a ele. Eu nunca fui assim.

Comecei a sentir demasiado calor e cansaço, isto não acabaria bem, dirigi-me ao stor e pedi-lhe para beber água o que felizmente ele disse que sim, ele era bastante simpático, o melhor stor que já tive até agora, era já como um amigo, troquei olhares com o Marcel antes de sair e fui beber água. Estava um incrível silêncio nos corredores. Os pavilhões são todos ligados, e se prestasse atenção conseguiria ouvir o barulho das outras turmas e os professores a gritarem com eles, mas hoje não era o caso, não se ouvia nada. Entrei nos balneários femininos, e dirigi-me aos lavatórios molhando as mãos e batendo-as levemente na minha face para a tentar refrescar. Cansada sentei-me no chão e comecei a respirar fundo. Este silêncio estava a deixar-me louca. E Quando me ia a levantar ouviu-se o som de um tiro. O meu coração acelerou e comecei a entrar em pânico até ouvir outro, mas que raio? Senti as lágrimas escorrerem pela minha face e comecei a ouvir passos apressados. Não sabia o que fazer. Estão armas na escola. Ouviram-se alguns guinchos depois do primeiro tiro. Significa que não era da minha cabeça. Pensa Madi não podes ficar aqui! Olhei em minha volta observando as portas que dariam ás divisões onde nos vestimos, mas estavam trancadas, depois olhei para o meu lado e tinha divisões com as sanitas. Eu tinha que me esconder ali. Levantei-me enfiando-me dentro de mim e pus-me em cima da sanita. Agarrando-me ás paredes. Sentia que o meu coração sairia do meu peito e eu juro que sinto que iria morrer aqui e agora.

Continuava a ouvir passos apressados e algumas vozes. Depois, um absoluto silêncio. Silencio esse que foi rompido por outro tiro.

E agora como é que saio daqui? Eu não posso ficar aqui sozinha. Eu preciso de Marcel.

*Marcel Pov*

Vi Madi dirigir-se para a porta do ginásio, olhei-a atentamente, ela é tão linda. Ela olhou para trás encarando-me e eu sorri vendo-a a sair. Acho que nunca amei tanto uma pessoa como a amo a ela.

Era a minha vez de saltar no trampolim e eu assim o fiz fazendo a carpa na perfeição.

Já fazia um tempo que Madi não voltava, e quando ia a saltar ouvi-se um enorme estrondo como o de um tiro, o que me fez tropeçar e quase cai no chão. Todos na sala soltaram quase um grito e pararam todos olhando em volta.

- Que se está a passar? – sussurrei olhando para trás. Voltou a ouvir-se outro tiro e baixamo-nos todos. As raparigas estavam todas quase a chorar. O stor apressou-se a desligar as luzes e a por cadeiras na porta.

- Esconda-se todos! – Ele murmurou. Assenti-mos todos com a cabeça, encondendo-nos em varias partes da sala atrás de vários objetos. Comecei a respirar demasiado fundo á medida que ouvia o meu coraçao bater mais depressa que o normal. Fechei os meus olhos tentando lembrar-me de algo… M… Ma… A Madi!

Abri de novo os meus olhos procurando-a por toda a turma. Nem sinal dela.

Voltou a ouvir-se outro tiro e eu puxei-me para trás batendo com as costas na parede. Onde está a Madi? Eu tenho de a encontrar. Depois de todos nos acalmar-mos dirigi-me até ao professor que estava ao lado de Jannie e Josh.

- Marcel vai para onde estavas! – O stor disse.

- A Madison não está aqui! Ela não está aqui! – disse quase em pânico. Josh e Jannie olharam para mim.

- Onde está ela? – Jannie perguntou.

- Eu não sei, ela saio, mas ela não está aqui! Eu tenho de a ir procurar!

- Calma. – O stor disse inspirando fundo. – Ela pediu-me para ir beber agua, deve de estar nos balneários.

- Nos balneário? Ela deve de estar lá sozinha! – elevei um pouco a voz e tive logo que me baixar pois pequenas luzes passaram pela nossa porta. – Eu tenho que ir buscá-la! – sussurrei.

- Não podes, irás por-nos todos em perigo! – O professor falou.

- Mas ela está lá sozinha! – Jannie interrompeu. Olhei para ela, estava a chorar, e Josh agarrava-a. – Ela não pode ficar sozinha, ela é frágil! Ela não pode morrer!

- A jannie tem razão. Temos de a ir buscar. – Josh disse, e o Stor interrompeu-o.

- Se saírem daqui, iram por todos em perigo.

- Mas se não sair-mos daqui ela pode morrer! – disse começando a ficar revoltado com isto tudo.

- Ouve. – o stor suspirou. – Quando isto acalmar ire-mos buscá-la, mas agora não podemos. Não podemos por em risco a vida destes alunos todos .

- Mas podemos por a da Madi?

- Não é isso que quero dizer.

- Mas é o que parece! – disse.

- ouve, volta para onde estavas e não saias de lá, quando achar que for a altura, vamos buscá-la, agora não podemos. – assenti com a cabeça ao q ele disse. E voltei para o meu lugar encolhendo-me todo.

Não posso fazer nada agora. Outro enorme tiro voltou a ouvir-se e o grito de uma rapariga. Olhei para a porta sentindo as lágrimas a  caírem, e se for ela?

the geek boy, the pretty girl.Onde histórias criam vida. Descubra agora