Casca vazia

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No chão jazia sua mão

Pequena, e gélida

No chão seu rosto pálido

E olhos sem vida

O carmesim que outrora

Em seu coração pulsava

O corpo minúsculo e belo

No asfalto se encontrava

No chão que todos rodeavam

O vermelho se espalhava

A cena era triste, e bela

Ninguém chorava

Mas no chão se encontrava

A doce menina de alma angélica

No chão jazia

Seu corpo agora sem alma

A doce pequena que pela janela saltou

E como pássaro voou

De encontro ao céu

Para da morte vestir o véu

No chão jazia

Sua casca

Branca e vazia

No chão jazia sua dor

Porque para longe

Sua bela alma voou

No chão seu rosto

Nunca antes tão belo

Repousava como num sonho

E que sonho tão belo!

Seu olhos que eternamente

Guardavam seus mistérios

Seus lábios que abriam

Ainda no chão

Um sorriso leve e mórbido

Aquela cena no chão

Parecia há muito ensaiada

E ali todos quiseram ter

A sua beleza mortal

Não se importavam

Apenas queriam ter

Aquela beleza vazia

Que ainda no chão jazia

E no meio do crepúsculo

A face da morte sorriu

E outros pássaros

De suas janelas saltaram

Fugiram de encontro ao céu

Deixando no chão

Suas cascas

Belas e vazias.

InefávelOnde histórias criam vida. Descubra agora