3° Capitulo: "Almost!"

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- O que foi? - Perguntei para Camila que estava com uma cara nada boa enquanto arrumava os cabelos após sair do banheiro.

- Pode me explicar que merda é essa? - Jogou o celular que eu de cenho franzo o peguei mas logo arregalei os olhos ao olhar para tela e ver as mensagens de Anne. - Anda, Lauren! Estou esperando! - Estalou os dedos.

Tô fudida...

- E-err... A-a A-Anne. - Gaguejei e em seguida pigarrei para conter o nervosismo em minha voz.

- Eu sei que é a Hudson, o que eu quero saber é porque essa puta...

- Ela não é puta, Camila!

- É sim! E além de puta é sapatão. -Passou as mãos pelo cabelo olhando para o lado. - Loirinha oxigenada... - Murmurou.

- O cabelo dela é natural! - Ela me olhou e já ia abrir a boca novamente mas antes eu lhe cortei falando: - E você sabe muito bem que os olhos dela não são lentes de contato, aquele azul intenso chega nem perto de ser falso...- Ela bufou.

- "Azul intenso" - Imitou minha voz fazendo cara de nojo e aspas com os dedos, em seguida cruzou os braços. - Pra mim é uma loira oxigenada, sim! E uma sapaputa, sim!

- Qual seu problema com ela, Camila? Anne é uma garota tão legal! - Me aproximei tocando seus ombros.

- Ela me irrita. - Deu de ombros. - Enfim, vai ou não me falar porque esse ser tem seu número, e porque está te enviando mensagens? E mensagens assim! - Colocou ênfase no "porque" e no "Assim" - Ou melhor, é melhor falar! - Cruzou os braços assumindo uma postura imponente.

- Primeiro me diga porque sempre odiou a Annalise mais do que os demais da escola! - Falei assumindo a mesma postura que ela.

Aquilo era algo que me intrigava, eu precisava de uma resposta.

Annalise Hudson chegou a nossa escola ano passado, e ela, como uma nerd e bolsista, nunca foi notada por ninguém - A não ser para ser maltratada -, e nunca nem pareceu querer ser notada, principalmente pelos garotos. Porém no final do ano letivo ela se transformou em uma das garotas mais gatas da escola, e eu, por já achá-la linda antes, imediatamente fiquei afim da loira de olhos azuis.

Annalise ficava no nono ou décimo lugar das meninas mais lindas do colégio inteiro, e isso só porque quem ocupava o oitavo era Lucy, o sétimo Verônica, o sexto era Angel, o quinto Dinah, o Aaliyah, que é meu alvo - Explicarei isso em outra ocasião - e a irmã do Shawn meu querido cunhadinho - Sintam a ironia - o terceiro Normani, o segundo eu, e o primeiro, óbvio, minha irmã, e as outras acima dela - Anne - eram Taissa, Letícia, Amanda, as outras amigas da minha irmã, algumas minhas e etc. Mas tirando o fato dela está lá em cima, Anne era magnífica, uma das garotas mais lindas que eu já vi e fiquei.

O problema de eu nunca ter pedido para ficar com ela antes, eram somente esses: Minha não aceitação - Mesmo sendo filha de um casal gay eu não aceitava o fato de ser uma também - e minha linda e maravilhosa - Linda e maravilhosa mesmo, com toda certeza do mundo - irmã. Isso mesmo. Camila.

Geralmente quando odiamos alguém a motivos, certo? Sim! Mas no caso de Anne, Camila não tinha, acho que nunca teve. No início do ano, ela nunca nem sequer notou a garota, e era algo estranho pois Annalise, como havia dito, era uma bolsista e, minha maninha, como eu havia dito antes também, é uma patricinha, mimanda, de narizinho empinado que vive de encher o saco e esfregar o dinheiro que tem na cara dos outros sem boas condições, vocês ainda vão ver com toda certeza esse lado dela, só esperem. Esse é o único problema que Camila tem. Ela e a turminha, que eu não posso negar ser minha também, - mas que também não são todos iguais, alguns escapam desse lado mesquinho - pegam duro no pé de cada bolsista e nerd da escola, e isso vai muito além de só agressões verbais, são físicas também, eles praticam bullying, principalmente com os garotos. Aqueles é que levam todos os dias de Shawn e sia, as garotas ficam nas agressões verbais e implicâncias com Camila e as outras meninas da turmas, mas no caso de Anne, pelo menos no incio, foi diferente. Como eu havia dito, Camila nunca pareceu lembrar que a garota exista, até por que eram tantas pessoas, que ela se preocupava em infernizar outras e Anne passava despercebida, a única vez que ela falou algo foi quando me pegou na biblioteca ajudando Anne a procurar um livro de geologia, depois disso ela passou a ser invisível para minha irmã, mas isso não durou por muito tempo, ou até que durou.

My stepmother's daughterOnde histórias criam vida. Descubra agora