Aberto 24 horas ♦ Namjin

Capítulo 03

SEOKJIN POV

Felizmente o meu expediente havia acabado. Excepcionalmente hoje o movimento havia sido grande enquanto eu estava no caixa e os meus braços estão doendo até agora.

— Tchau, Jungkook!

— Até amanhã, Seokjin! Cuidado!

— Pode deixar!

Assim que saio da vista de Jungkook, tiro o sorriso do rosto e concentro todo o meu ser em refletir sobre as palavras dele e do Taehyung — mas principalmente as dele. Jungkook está muito obcecado em fazer com que eu dê uma resposta para o rapaz loiro, sendo que ele não me fez pergunta nenhuma. Como responder algo que não lhe foi perguntado?

Falando no rapaz loiro, ele não foi a loja hoje comprar nada, e isso de alguma forma é um alívio. Eu o vejo quase todos os dias, mas nós não conversamos. Tecnicamente temos algum tipo de relação, mas é embaraçoso pensar nisso ou colocar o peso da palavra "relação" no que diabos nós temos pois é algo muito irrelevante.

Não entendo porque Jungkook quer que eu quebre o coração desse rapaz que eu mal conheço. E se é que eu vou quebrar? Eu não posso simplesmente puxar assunto com ele e dizer assim: "Ei, eu não sou gay, se você está pensando que nós temos algum tipo de relação ou que podemos ter ou que estamos flertando, está pensando errado."

O fato de eu estar mentindo dizendo que não sou gay nem é importante, o que eu penso é que isso pode gerar uma confusão tão desnecessária. Será que não passa na cabeça de Jungkook que o rapaz pode simplesmente não querer nada comigo, que ele é hétero e esses sentimentos que Jungkook acha que ele tem e que está me fazendo acreditar também que ele tem podem ser apenas ilusão?

Esses pensamentos me rodeiam o tempo todo que me distraem. O que me faz voltar a realidade é uma briga entre colegias que está acontecendo no meio de uma praça e, caso eles me vejam, eu posso estar em apuros.

Antes que eu pensasse em correr e movesse minhas pernas, meus olhos encontram os fios loiros daquele rapaz e... Merda, estão batendo nele!

— Eu já chamei a polícia, seus delinquentes! — grito. — Eles já estão a caminho!

Estou pronto para correr e fingir que não olhei aquele rapaz fora da loja e que não o ajudei, mas ao invés de virem atrás de mim e me punir, eles correm para o outro lado, deixando a sua vítima caída dolorida no chão.

Acho que esse é o momento de mais adrenalina em toda a minha vida monótona.

Corro até ele e me abaixo. Ele está ferido e.. Meu Deus, ele está sagrando!

— Ei, você está sagrando — não o toco; seu corpo deve está todo dolorido. — Você está bom?

— S-saia d-daq-daqui — ele me empurra. — Você tem que fugir da polícia.

— Se acalma, por favor — peço. — Eu não chamei a polícia. Você pode se levantar?

Ele deixa um riso escapar e balbucia um sim. Quando consigo levantar, algo cai e ele resmunga.

— Espere... Deixei cair...

— Isso é... — me calo assim que vejo que ele pegar o que havia deixado caído.

Era o pirulito sabor coca-cola que ele havia comprado.