- UM AMANHECER DIFERENTE -

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Estava prestes a amanhecer

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Estava prestes a amanhecer. Os primeiros raios de luz tocavam as árvores molhadas devido à umidade do sereno. Os pássaros voavam fazendo uma melodia sinfônica com seus belos cantos, anunciando que outro dia amanhecia. Era outono. As folhas das árvores cobriam o chão daquela cidadezinha pacata junto com a neblina entrelaçada nas árvores quase peladas, dando um ar de mistério com aquela manhã fria típica de outono. Na lataria dos carros estacionados nas calçadas, dava-se para ver um pouco do sereno acumulado, devido à queda de umidade que a estação trazia consigo.

Em uma das casas. O jovem Calain acordou sentado na cadeira em seu quarto, sem camisa e de samba-canção. Ele olhou para o relógio que estava a sua frente em cima da escrivaninha, e o mesmo marcava 05:40h da manhã, assustado, percebeu que acabara de acordar de um pesadelo e tinha deixado seu trabalho da faculdade sobre "psicologia social" incompleto, como era de costume, mais uma vez havia deixado tudo para cima da hora e logo percebeu que não daria mais tempo de terminar. Ainda sentado na cadeira, estava um pouco aliviado por ter acordado, mas ao mesmo tempo preocupado com o trabalho.

– Que sonho doido...

O suor escorria pela sua testa, ele estava todo molhado como se tivesse acabado de sair do banho. Enquanto passava a mão em seus cabelos negros, ele pensava no que fazer, mas algo o chamou a atenção, um barulho que vinha da direção da sala. Por um momento, achou estranho por estar sozinho na casa, mas rapidamente lembrou que seu amigo de quarto havia saído a noite e provavelmente poderia ser ele devido a hora, foi quando o chamou:

– John! – chamou-o, ainda meio sonolento e sem muita esperança.

Com o silêncio da manhã e devido à hora, sua voz ecoou por toda a casa, misturando-se com o barulho que já escutava, um chiado estranho, parecia como o de gás escapando ou uma torneira aberta, e que dava-se para escutar nitidamente devido ao silêncio que a hora proporcionava.

– John, você está ai? – chamou-o de novo, mas agora, meio desconfiado.

Sem respostas, Calain levantou de sua cadeira, pegou a primeira coisa que achou a sua frente, sua Les Paul preta que havia comprado há alguns dias atrás, e foi caminhando em direção a sala com ela empunhada em sua mão como se fosse uma espada. Com uma mistura de medo e coragem, ele atravessou o corredor que ligava os quartos a sala. Chegando na esquina, o rapaz tentou olhar rapidamente pelo canto da parede, mas ainda com medo e confuso, olhou tão rápido que não conseguiu ver absolutamente nada, e agora, estava ouvindo outro barulho misturado com o ruído que já escutava.

– Quem está ai? Eu estou armado e vou logo avisando! – o rapaz ameaçou, tentando intimidar quem quer que estivesse na sala.

Depois de umas três tentativas, tomou coragem e pulou se revelando, empunhando sua guitarra.

No sofá, viu John, um rapaz de cabelos curtos castanho escuro. Tinha o corpo de atleta, não tão forte e nem tão magro, não tão alto e nem tão baixo, um porte mediano. Ele estava estirado no sofá em frente à TV, só de cueca e com uma latinha de cerveja quase caindo de sua mão, roncando que mais parecia um porco grunhindo.

Equilíbrio - Entre o Céu e o InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora