- O DESPERTAR -

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A escuridão já se tornava densa apesar de ser dia

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A escuridão já se tornava densa apesar de ser dia. Os raios solares já não tocavam mais o chão. Um vento frio corria pelos becos e vielas e uma neblina tomava conta do lugar. A cidade pareceria morta e vazia se não fosse pelos carros e pessoas desesperadas em meio as ruas.

No alto do morro do corcovado, ainda se avistava o protetor com seus braços abertos, abraçando aquela cidade que estava prestes a ser engolida por toda a escuridão que pairava sobre ela. Uma revoada de pássaros sem rumo cortava o céu escuro, vinham de todas as direções, estavam tão agitados que alguns caiam ao se chocarem uns contra os outros. Os relógios nas ruas marcavam 11:30h da manhã, mas ninguém estava entendendo o porquê daquele breu. As únicas luzes que se dava para ver, eram as dos semáforos descontrolados e de alguns prédios e casas por perto, mas nem todas estavam funcionavam.

A cidade estava em caos. Os choros de desespero tomavam conta das ruas. As autoridades não conseguiam conter toda a população e não podiam explicar o que estava ocorrendo, porque nem sequer sabiam do que se tratava.

Gritos de "O fim do mundo chegou'' ecoavam em meio a neblina, o ciclo estava quase completo. Igrejas fechavam suas portas com seus fiéis orando, as lojas e os mercados estavam sendo depredados e pessoas se jogavam de prédios, todos em busca de abrigo. As poucas TVs e emissoras que ainda se mantinham no ar, davam a notícia, todas voltadas para o ocorrido que não estava só acontecendo no Brasil, o caos já havia se espalhado pelo mundo. Grandes metrópoles já estavam em estado de alerta e autoridades já decretavam estado de emergência.

O tempo passava lentamente, cada minuto era uma eternidade para quem estava presenciando tudo aquilo ao redor. A essa hora, até os mortos deviam estar agradecendo por não estarem mais entre os vivos. Vinte minutos se passaram desde o início e o relógio agora marcava 11:50h da manhã. Alguns raios de luz desciam do céu abaixo de toda a escuridão que o cobria e entravam na neblina como se fossem flechas procurando o alvo. Em meio a escuridão, figuras negras se esgueiravam entre os becos se escondendo entre as sombras, esperando o momento certo para agir, seus olhos transpareciam sede de sangue, sedentos e famintos.

Trovões e relâmpagos ecoavam por todo o céu e adentravam por entre a neblina, fazendo um barulho ensurdecedor.

No alto de um dos prédios, talvez o mais alto de todos, uma figura branca e alta observava tudo o que acontecia a sua volta. Vestia uma túnica branca que continha um capuz todo detalhado em dourado e emanava um brilho de si que lhe destacava em meio a toda aquela escuridão.

- Chegou cedo, irmão. Veio prestigiar o meu mais novo reinado? – disse uma voz maliciosa, que vinha detrás das sombras.

- Revele-se, príncipe das trevas! – exclamou-o com voz de autoridade, virando-se, retirou seu capuz e revelou sua identidade.

Era Miguel, o Príncipe dos Anjos, o Arcanjo do Senhor, aquele que é com Deus, o guerreiro de Deus. Seus cabelos grandes voavam a favor do vento, eram brancos em tons acinzentado. Sua face estava rígida, trazia consigo uma feição séria e de preocupação. Estava determinado, era justo e preocupado com o futuro de toda a criação de YahWeh e esperava ansioso por esse momento que estava prestes a acontecer. Seu coração ardia em chamas que deixavam transparecer em seus olhos cinzentos. Seu olhar, agora, estava fixo para onde tinha surgido a voz.

Equilíbrio - Entre o Céu e o InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora