A terceira lei de Isaac Newton (o cara da física) é resumidamente a tal lei da "ação e reação" que diz o seguinte "Se um corpo exerce uma força sobre outro, este reage e exerce sobre o primeiro uma força de intensidade e direção iguais, mas em sentido oposto". É assim que começa a história de duas mulheres.
Ana uma mulher de 30 anos, 1,75cm de altura, magra atlética, olhos verdes que mudavam o tom de acordo com seu humor, cabelos longos pretos, geniosa, independente, uma mulher cheia de presença que prepara para mudar completamente sua vida, já que terá que se transferir de Curitiba, cidade onde nasceu para ir assumir uma delegacia da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Era uma semana conturbada, cinzenta, chuvosa, onde o peso da nova responsabilidade a estava tirando do sério. Um dia antes da nova vida, seus amigos resolveram se despedir da forma que ela mais gostava, foram todos para um bar a duas ruas depois da antiga delegacia onde sempre iam pelo menos uma vez por semana para relaxarem e tirar a tensão dos dias de trabalho. Lá eles beberam, riram, se divertiram como sabiam fazer. Ana apesar de parecer uma mulher relativamente fria, entre seus amigos era uma mulher divertida e alegre, mas nunca saia de si, gostava de manter o controle da situação.
Era tanto o falatório e gritaria entre eles que começou a incomodar outras pessoas ali presentes naquele bar, quando menos esperaram uma mulher levantou-se de uma mesa e começou a andar. Todos imediatamente começaram a se catucar, cochichando, mexendo com aquele mulherão antes de notarem que ela estava indo na direção deles, sendo assim se calaram para ouvir o que ela tinha a dizer.
- vocês estão atrapalhando! Estou tentando trabalhar e vocês não me deixam pensar. Será que poderiam....
Antes mesmo da mulher terminar a frase Ana já meio bêbada a interrompe e de forma grosseira diz:
- Se quer trabalhar vá pra casa, bar não é lugar para isso, acho melhor se recolher pois ninguém ia deixar de se divertir pra "barbie" trabalhar.
Ao terminar a frase os amigos ja começaram a gargalhar impossibilitando qualquer chance de resposta daquela mulher que olhava para Ana com um olhar de ódio, que retribuiu o olhar de forma irônica com um beijinho e uma piscadinha. A mulher com fogo nos olhos saiu da mesa batendo o pé.
Um dos amigos da Ana interrompeu todo mundo pois pra ele, aquela mulher não era nada estranha. Mas ninguém deu ouvido a ele.
No dia seguinte Ana ja estava com as malas nas mãos, ja na porta suspirou fundo olhando pra dentro de casa pois iria sentir saudade daquele lugar, mas antes que caísse uma lágrima de seus olhos fechou a porta! Já no aeroporto foi direto fazer o check in para se livrar daquele peso, olhou no relógio e viu que teria que esperar algumas horas para embarcar, então resolveu sentar-se em uma cafeteria e pediu um expresso na tentativa de curar a ressaca. Começou a observar todas aquelas pessoas que andavam de la pra ca, sentiu seu estômago embrulhar e antes mesmo de terminar seu café teve que correr para o banheiro. Ao sair da cabine, precisou lavar o rosto na tentativa de se livrar daquele enjôo, respirou fundo se enxugando e ao olhar jo relógio notou que estava quase na hora. Saiu do banheiro como um furacão pois detestava ser uma das últimas a entrar no avião e ver aquela multidão em pé caçando um espaço para guardar suas coisas, ao sair esbarrou em uma mulher que tentava entrar, escutou a mulher falar algo malcriado mas não tinha forças para olhar pra trás e saiu andando, por sorte a fila estava começando a se formar. Entrou, sentou-se, colocou os cintos, os fones e tentou dormir, pois tinha pavor de aviões além das piores náuseas que sempre sentia. Quando finalmente tinha pego no sono, sentiu que alguém a catucava, olhou sem muito saber onde estava e com uma mulher falando no seu ouvido.
- Oi, você está sentada no meu lugar!
- Não estou não, verifica o seu papel.
- Estou com ele nas mãos e você esta sentada no meu lugar, será que poderia se retirar e ir pro seu assento correto?
Ambas não tinham reparado, até que Ana tirou os óculos para olhar direito aquela mulher que tanto incomodava....
- Você? (Ambas falaram ao mesmo tempo)
Uma fuzilando a outra com olhar de reprovação.
- Será que você se importaria de sentar ao lado, pois tenho medo de voar. Disse Ana.
- Claro que me importo, é pelo mesmo motivo que escolhi sentar longe da janela.
Todos ja estavam acomodados quando a aeromoça chegou perto para ver o que estava acontecendo.
- Vocês precisam de ajuda? Poderiam se sentar?
Ana interrompeu a aeromoça.
- Será que vocês teriam outro assento disponível no avião longe da janela?
- Não senhora, o voo está cheio, por favor sentem-se.
- É, ja vi que esse voo vai ser longo. Disse Ana pensando alto, fechando a janela.
Dessa vez o sorriso irônico vinha dessa mulher misteriosa.
Não demorou muito até que o piloto anunciasse que a aeronave estava se aproximando do aeroporto já no Rio de Janeiro. Ana so queria sair daquele avião e nunca mais ter que ver aquela mulher desaforada e irritante ao seu lado.
As portas se abriram e com elas as pessoas começaram a sair, já não faltava quase ninguém quando a mulher ao seu lado se levantou pegou as coisas e se despediu.
- Até nunca mais!
Ana ficou sem reação com tanta ousadia da mulher, nunca ninguém tinha tratado ela assim, quando pensou em rebater, a mulher ja estava saindo da aeronave. Desaforada pensou ela, saiu do avião e foi direto para a esteira pegar sua mala, precisava sair daquele ambiente, precisava esquecer aquela mulher que facilmente conseguia tirar ela do sério. Pegou a mala e saiu andando, resmungando pensando nessa mulher que de tão linda era tão insuportável.
- Dra. Ana Letícia Dobruski?
Ana ainda pensava naquela mulher andando distraída sem notar que um homem a chamava.
- Delegada?
Um homem segurou no seu braço.
- Ah, oi! Desculpa, estava distraída.
- rs reparei, fez boa viagem?
- Só me tira daqui!
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Entre amor e ódio
RomanceOnde a lei de Newton se aplica nessa história ? Onde essas histórias se encontram? Duas mulheres que se odeiam desde a primeira vez que se viram, se reencontram e por ironia do destino se apaixonam.