Atração e repulsão

401 15 1
                                    

Na física há uma lei de atração e repulsão entre massas magnéticas onde diz que a intensidade da força de atração ou repulsão entre duas massas magnéticas puntiformes é proporcional ao produto das massas magnéticas.

Elas estavam em pontos completamente divergentes do trabalho, o Pub tinha sido a última vez que elas se viram e já faziam exatas três semanas. O único contato era quando Ana ligava perguntando a quantas andava a parte pericial e trocavam informações necessárias. Até nas reuniões Laura mandava o Dr. Felipe, pois realmente estava sobrecarregada. Ao final de mais uma reunião Ana ligou para Laura.

- Dra. Laura?
- Oi delegada.
- Acabamos mais uma reunião, parece que avançamos bem. Onde está? Poderia me encontrar? Preciso conversar com você!
- O Dr. Felipe não foi a reunião? Ele pode me contar as novidades. Estou um pouco ocupada agora.
- Não tem problema, posso te encontrar onde for.
Laura suspirou, pois sabia que Ana não ia desistir.
- Tudo bem delegada, já que é tão importante, estou no laboratório.

Já eram 23 horas quando Ana chegou ao prédio onde ficava o laboratório, se identificou.

- A Dra. Laura pediu pra avisar que ela está no 5° andar na sala 3. - Disse o porteiro.
- Ah, ok. Obrigada.

Enquanto o elevador subia, foi pega pensando em Laura e isso fez com que sua boca fosse ficando seca e seu coração acelerado. Chegou ao andar, que aparentemente não havia ninguém e, por um momento, achou que Laura tivesse esquecido dela, pois a maioria das luzes já estavam apagadas, era meio assustador, mas começou a andar procurando a sala 3. Era a luz no fim do corredor. Conforme ia se aproximando começou a ouvir uma música baixinha. Todas as salas possuíam uma janela de vidro que permitia ver quem estava lá dentro e vice versa. Ana parou de frente para o vidro sem ser notada por Laura, que estava concentrada preparando uma amostra.

- Como ela fica linda concentrada e de jaleco. - pensou Ana.

Bateu levemente no vidro chamando atenção de Laura que sorriu de volta e pediu pra aguardar. Terminou a amostra e a colocou em um aparelho para análise.

- Oi delegada, tenho 1h.
- Oi Dra, como você fica linda concentrada.
- Acredito que você não veio até aqui pra isso delegada, vamos economizar tempo.

Laura cortava qualquer tipo de investida de Ana, não iria ser fácil, mas quanto mais ela cortava mais Ana investiria.

- Você tem razão Dra., perco o controle de mim ao seu lado.
- Então delegada, sobre o caso, quais as novidades?
- A novidade é que achamos a criança desaparecida, estavam levando ela para fora do país.
- Nossa. Mas que bom que a encontraram. Parabéns! Por aqui temos novidades também, acabaram de chegar. Quer ver comigo?

Saíram andando pelo corredor até entrarem em uma outra sala totalmente apagada, mal conseguiam ver um palmo a sua frente, Ana observava tudo tentando enxergar algo andando logo atrás de Laura.

- Calma, já vou acender a luz, só tenho que encontrar....

Laura do nada parou de andar, fazendo com que Ana esbarrasse nela, que a segurou pela cintura, pelo encontrão.

- Desculpa, Dra. você parou do nada, eu estava distraída tentando enxergar algo.
- Tudo bem!

Ana sentia seu corpo todo dormente, a vontade de abraçar, beijar, sentir Laura era absurda.

- Pronto! - Laura acendeu a luz.
- Bem melhor, assim posso te ver.
- Sente-se quero te mostrar algo delegada.

Ana sentou-se de frente para um computador com Laura apoiada atrás dela mexendo no mouse tentando acessar uma pasta do computador. Estava impossível controlar a vontade de agarrar aquela mulher, o perfume de Laura a estava deixando louca. Era impossível pensar em outra coisa, Ana a olhava de rabo de olho quando:

- Achei! - Disse Laura

No mesmo momento Ana se levantou pegando Laura de jeito pela cintura, pressionando bem seu corpo contra o dela.

- Eu não consigo mais Laura. Eu não consigo mais não pensar em você, no seu cheiro, na vontade de ter o calor da sua boca na minha.

Laura sentiu seu corpo todo gelar, não conseguia reagir ou na verdade não queria. Ficaram se olhando com os corpos colados por segundos. Ana chegava bem devagar até conseguir sentir a respiração da Laura na sua. A máquina começou a apitar avisando que a análise estava pronta. O que fez Laura reagir.

- Por favor delegada vá embora. - disse Laura já se soltando ainda ofegante.
- Laura, esta nos seus olhos que você também quer, olha sua respiração. - disse Ana puxando Laura pra perto de novo

- Não importa o que minha respiração diga, eu quero que você saia. - afastando Ana.
- Tudo bem Dra.. Mas eu só quero que você saiba que está difícil te tirar da cabeça.
- Já chega delegada! Agora me dê licença, preciso trabalhar.

Ana já estava sozinha na sala sentada tentando se recompor, quanto mais Laura negada mais vontade Ana ficava. Precisava ter aquela mulher de qualquer jeito.
Laura saiu tentando se recompor estava ainda mais dificil controlar seu desejo, precisou segurar a vontade de entrar naquela sala e agarrar Ana e dizer tudo o que também sentia. Estava prestes a colocar o crachá na porta para conseguir abri-la, quando Ana a puxa pelo braço, fazendo com que Laura gire tão rápido que mal consiga entender o que aconteceu. Segurando os braços de Laura para trás e prendendo-a na parede.

- Eu não consigo mais controlar esse desejo Laura.
- Isso é um erro An...

Sem deixar que Laura terminasse a frase, Ana a beija com tanta vontade fazendo com que Laura solte um pequeno gemido. Não demorou muito até que a respiração das duas ficasse ofegante, Ana passava a mão por todo o corpo de Laura que segurava em sua nuca com as mãos entre seus cabelos prendendo Ana em seu beijo. Ana passava a mão por dentro da blusa apertando levemente os seios de Laura que soltava uns gemidos baixinhos e pressionava ainda mais seu corpo contra o dela. Até que ouviram o barulho do elevador e risos. Fazendo com que as duas parassem imediatamente.

- Felipe? Gabi? O que fazem aqui?
- Delegada? O que esta fazendo aqui? - disse Gabi
- A Ana veio me contar as novidades do caso.
- A essa hora? Era tão urgente assim?

Os quatro se olhavam com muitas perguntas e poucas respostas.

- Senhoritas, me dêem licença. Eu só vim pegar uns documentos, já estou de saída. - Disse Felipe com um sorrisinho malicioso no rosto.
- Também estava de saída e vim ver se você queria ir pra casa comigo. - Disse Gabi.

- Tudo bem amor, só preciso desligar a máquina e vamos.

Ana olhava incrédula para Laura vendo-a se afastar.

Entre amor e ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora