Impenetrabilidade

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Segundo a metafísica, dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo!

Na manhã seguinte ambas não conseguiam tirar aquela vontade de um segundo beijo, o tesão, a vontade de estarem juntas fazia com que nenhuma das duas conseguisse se concentrar no trabalho.
Ja estava anoitecendo quando Laura recebe uma mensagem.

"N°. 34, bloco 3, ap 1502 - as 21h, estou te esperando, a porta estará aberta"

Mesmo essa mensagem sendo enviada de um telefone que ela não tinha em sua agenda, Laura sabia quem era e do que se tratava. Algo dentro dela não conseguia mais ficar ali parada, fingindo que trabalhava, olhava para o relógio a cada 5 segundos.

- Dra. Laura, está tudo bem?
- Não sei Felipe, acho que estou ficando maluca.
- Nós sabemos a causa dessa maluquice, você precisa tomar uma atitude e resolver essa questão!

Era tudo que Laura precisava escutar naquele momento para que sua agonia interna a impulsionasse irracionalmente!

- Gente, não estou me sentindo muito bem. Vou pra casa mais cedo. - disse Laura

Saiu do trabalho e foi direto pra casa, pois precisava colocar seus pensamentos no lugar, era tudo tão errado, tão intenso que se sentia uma marionete diante de seus próprios sentimentos. Entrou em casa largando bolsa, chave, roupa, tudo pelo chão. Precisava tomar uma ducha antes que sua cabeça explodisse diante de seus conflitos internos! Por fim decidiu que iria se encontrar com a pessoa que lhe enviou a mensagem, não conseguia nem queria mais perder um segundo longe do que sentia. Não demorou muito até que o interfone tocou.

- Pois não?
- Boa tarde Dona Laura tem uma mulher na portaria chamada Gabriela, posso autorizar a subida?

Imediatamente engoliu em seco, não sabia o que responder, pensou em falar para o porteiro avisar que ela não estava em casa mas Gabi não iria acreditar, com quem o porteiro estaria falando, não é mesmo?

- Dona Laura, está ai?
- Oi, sim estou! Pode deixar subir!

Laura olhou para o relógio preocupada!

- Droga, o que eu faço o que eu faço?

tinha cerca de 20 minutos para terminar tudo com a Gabi e sair de casa!

- Amor? O Felipe disse que você não estava bem, teve que sair mais cedo do trabalho, o que aconteceu? - disse Gabi enquanto adentrava pela porta.
- Oi, estou no quarto! Que bom que você veio precisava mesmo conversar com você!

Laura tentou ser a pessoa mais objetiva e cuidadosa, deixou claro tudo o que estava acontecendo e embora não houvesse uma relação propriamente dita ali, Laura achava que Gabi merecia o mínimo de companheirismo. Mesmo que bem abalada e chorando Gabi foi compreensiva, sabia que Laura não gostava na mesma medida, eram amigas a anos e não havia motivos para criar complicações que acabariam afetando a relação e o convívio no trabalho! Não havia mais o que ser falado, Gabi se despediu!

Laura saiu andando pelo condomínio pois seu destino estava logo ali, a dois blocos de distância! Estava se sentindo mal pela Gabi mas aliviada de poder viver o que sente sem se sentir culpada. Entrou no bloco, pegou o elevador e segurando o dedo no andar escolhido sentiu seu corpo todo adormecer. Parou por cinco segundos congelada na porta de número 1502. Pensou em bater mas lembrou da mensagem, colocou a mão na maçaneta girando-a!

Estava tudo escuro, a única luz que conseguia ver era das frestas das cortinas da sala.

- Ana, Está em casa? - disse Laura entrando pela casa.

A porta bate com força atrás de Laura que pula de susto e antes que consiga virar, alguém a pega pela cintura com força e tampa sua boca.
Em meio a um grito abafado Ana ri pelas suas costas!

- Que bom que você veio! Sussurra Ana

Fazendo com que o corpo todo de Laura se arrepie e a force a fechar os olhos soltando uma respiração ofegante. Ana segura sua cintura com ainda mais força puxando Laura para mais perto de seu corpo.

- Estou o dia inteiro pensando...
- Laura, não te chamei aqui para conversar.

Ana segura Laura pelos quadris a fazendo girar em sua direção colando novamente seus corpos, a mão na nuca de Laura fechadas em seu cabelo, seus lábios sendo levemente passados nos dela enquanto a prende na parede mais próxima e começa a beijá-la com vontade. A respiração de ambas não demoram nada para ficar ofegante, as mãos livres pelos corpos em chamas. Ana coloca as mãos dentro da calça de Laura sentindo todo seu tesão, fazendo com que Laura solte um gemido em meio aos beijos e seus corpos colados. Aquele tesão escorrendo pelos seus dedos era o suficiente para Ana puxar Laura para a cama em meio a roupas sendo arrancadas e jogadas pelo chão, Ana deita Laura em sua cama e só consegue enxergar aquele corpo perfeitamente nu que a tempos desejava.
A noite passou como um piscar de olhos e a luz da manhã começa a surgir lá fora. Ambas se dão conta que a noite acabou quando um celular começa a tocar na sala em meio as roupas jogadas pelo chão. Laura reconhece aquele toque e pula da cama como se tivesse tido um choque.

- Meu Deus, que horas são?

Correndo para atender o celular.

- Laura? Onde você está? Está atrasada!
- Oi Felipe, tive um pequeno imprevisto, estou a caminho!

Entre amor e ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora