Reação e ação

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... Ainda sobre a terceira Lei de newton!
Laura era lindíssima tinha 29 anos, 1,68 cm de altura, cabelos castanho claro ondulado meio jogado lembrando aquele cabelo pós praia, tudo em seu corpo era na medida exata, nem muito nem pouco. Detestava academia mas não vivia sem o jiu-jitsu, era muito respeitada por todos, literalmente era aquele tipo de mulher que sabe o que quer, independente, detestava depender das pessoas, e o principal, não levava desaforo pra casa. De tanto levar porrada da vida foi obrigada a se transformar nessa mulher forte, mas por dentro permanecia doce, carinhosa e apaixonada. Laura era médica, especificamente, perita criminal, trabalhava na parte de homicídios da Polícia Federal. Morava no Rio de Janeiro mas sempre viajava. Esta ultima viagem foi para Curitiba com o intuito de solucionar um caso trágico, mas pela primeira vez não conseguiu chegar a uma conclusão pois policiais que chegaram antes no lugar não tomaram os cuidados necessários e acabaram alterando o local do crime. Isso gerou um desentendimento coletivo entre as equipes que ali trabalhavam, então Laura decidiu espairecer em um bar que ficava à duas ruas da delegacia, era relativamente um bar calmo. Sentou-se, ligou seu computador, pediu uma cerveja ao garçom e estava pronta para se concentrar quando do nada entrou um grupo de aproximadamente 10 pessoas ja rindo, brincando, falando alto e não pararam mais. Era impossível não reparar naquela morena de olhos verdes no meio daqueles caras, Laura a encarava mas precisava se concentrar, precisava entregar aquele relatório, pois não via a hora de voltar pra casa. Se levantou na tentativa de pedir por gentileza que diminuíssem o tom de voz.
Laura nunca pensou que pudesse odiar uma pessoa tão rápido, virou as costas e saiu batendo o pé.
- Aquela desaforada, que mulher ridícula! Nunca ninguém me tratou desse jeito, quem ela pensa que é?
Saiu do bar ainda resmungando, era capaz de cuspir fogo em qualquer pessoa que chegasse perto. Foi para o hotel terminar seu relatório, enviou uns emails e decidiu descansar, aquele dia ja estava longo demais e precisava acordar cedo, pois na manhã seguinte voltaria finalmente para casa. Não demorou muito até pegar no sono.
Na manhã seguinte acordou com o celular tocando.
- Alô?
- Dra. Laura? Meu nome é Leandro, estou encarregado de levá-la ao aeroporto, ja cheguei ao hotel. Esta pronta?
Era como se Laura tivesse tomado um soco na boca do estômago, pulou rapidamente da cama!
- Hã? Meu Deus, que horas são?
- 7:00 horas, Dra.
Como eu pude me atrasar, droga de despertador, pensava ela.
- Ok, desço em 10 minutos.
Desligou o telefone.
Tomou um banho correndo, gelado, pois não poderia perder tempo relugando o chuveiro. Colocou a primeira roupa que viu, de resto jogou tudo na mala, desceu em exato 10 minutos com o coração a mil. Fez o check in através do celular, não poderia perder mais tempo ou perderia o voo. Seu nome ja estava sendo anunciado quando chegou ao aeroporto, correu e quando finalmente chegou estavam prestes a fechar a porta. Só queria sentar e se acalmar, ja tinha dado problemas demais naquela viagem era hora de descansar e voltar pra casa.
Tinha uma mulher que cheirava a álcool dormindo em sua poltrona.
- Não é possível, será que essa maré de azar não vai acabar nunca? Pensava ela.
Chamou uma, duas, três vezes mas a mulher nem se mexia, detestava o fato de ter que catucar alguém, mas era preciso.
- Oi, você está sentada no meu lugar!
- Não estou não, verifica o seu papel.
Que mulher petulante, pensou Laura, precisou respirar fundo algumas vezes pra não tirar aquela mulher abusada na força.
- Estou com ele nas mãos e você esta sentada no meu lugar, será que poderia se retirar e ir pro seu assento correto?
Ela jamais imaginaria reencontrar aquela mulher do bar outra vez, até que Ana tirou os óculos para encara-la.
- Você? (Ambas falaram ao mesmo tempo)
Não é possível os cosmos realmente querem que eu mate alguém, pensou Laura.
- Será que você se importaria de sentar ao lado, pois tenho medo de voar. Disse Ana.
Laura não tinha medo de avião mas não perderia a chance de se vingar pela noite passada.
- Claro que me importo, é pelo mesmo motivo que escolhi sentar longe da janela.
Todos ja estavam acomodados quando a aeromoça chegou perto para ver o que estava acontecendo.
- Vocês precisam de ajuda? Poderiam se sentar?
Ana interrompeu a aeromoça.
- Será que vocês teriam outro assento disponível no avião longe da janela?
- Não senhora, o voo está cheio, por favor sentem-se.
- É, ja vi que esse voo vai ser longo. Disse Ana pensando alto, fechando a janela.
Tomara que haja a pior turbulência. Pensou Laura com um sorriso irônico estampado no rosto.
Nunca se sentiu tão irritada ao lado de alguém, a presença daquela mulher a incomodava do fio de cabelo aos dedos do pé, não conseguia relaxar um segundo, pois a vontade de voar no pescoço daquela mulher era absurda. Ficou a viagem toda pensou na melhor forma de vingar a forma que foi tratada até que.
- Senhores passageiros, estamos nos aproximando do Rio de Janeiro, sensação térmica de 35°c, preparar para o pouso. Disse o piloto.
Tomou um susto pois não tinha reparado quão fundo estava seu pensamento. Todos começaram a se levantar, pegar as malas e sair. Quando o avião já estava quase vazio, levantou-se e...
- Até nunca mais!
Saiu do avião sem olhar pra tras.
- Até nunca mais? Quem fala isso? Nossa Laura que vergonha de você, a mulher te humilha na frente de todos e o maximo que você fala é "até nunca mais"? Você é um lixo!
Foi pensando nisso até entrar em seu carro estacionado na garagem do aeroporto. Respirou fundo, ligou o carro e saiu do estacionamento. Não dirigiu por vinte minutos e já estava parada nesse trânsito caótico de cidade grande, mas estava decidida a não se estressar mais, ligou o rádio colocou na playlist do Spotify para esses momentos e foi curtindo a paisagem. Começou a viajar em pensamentos e quando menos esperou se pegou pensando naquela mulher arrogante, e pela primeira vez de uma maneira diferente. Apesar de toda petulância, aquela mulher de alguma forma mexia com ela.
- Para com isso Laura, deixa de ser louca. Sim, ela era linda mas e daí? O que tem de linda tem que grossa, estúpida. Onde será que está a Gabi?
Gabi era um caso de quase seis meses de Laura, mas nunca seria mais que um simples caso. Era gente boa, linda, simpática, gostosa, mas seu coração nunca bateu mais forte, porém, servia para esses momentos de solidão, além do maravilhoso sexo casual.
- Alô, Gabi? Cheguei no Rio, está de bobeira?
- Oi amor, estou sim. Quer me encontrar?
- Uhum, lá em casa às 19:00h. Ok?
- Ok!
Gabriela era bióloga, trabalhava com entomologia pericial, conhecia Laura do trabalho e não demorou muito até se sentir atraída por ela.
Não demorou muito e Laura chegou em casa, pegou a toalha e entrou no banho. Como era deliciosa aquela sensação de água quente caindo, passava sabonete pelo corpo bem devagar e começou a gostar da sensação de se sentir, viajava passando a mão em seu corpo e quando menos imaginou ja estava ofegante o bastante para desistir de se tocar, entre um gemido e outro, gozou de uma forma tão intensa que seu corpo inteiro estremeceu.
Saiu do banho com toda calma do mundo ainda ofegante, olhou no relógio do celular e...
- Meu Deus, a Gabi já está chegando!
Se vestiu correndo, antes mesmo de terminar de escovar os dentes a campainha toca.
Saiu correndo para abrir a porta.
- Oi amor! Disse Gabi estendendo o braço segurando um vinho em uma das mãos.
- Oi! Hum, vinho. Tudo que eu estava precisando. Entra!
Gabi passou por Laura lhe dando um beijo cheio de saudade, daqueles que fazem o ar faltar.
- Que saudade do seu beijo!
Gabi da um sorriso malicioso e pergunta:
- Que tal pedirmos uma pizza?
- Ótimo. Rebate Gabi.
Abriram o vinho enquanto esperavam a pizza chegar, o que não demorou muito.
Comeram, riram, conversaram sobre tudo. Era fácil e gostoso estar com a Gabi. As duas ja tinham matado três garrafas de vinho quando Gabi propôs irem pra cama, sem pensar muito Laura a pegou pelo braço e aos beijos tirando a roupa uma da outra se batendo pelas paredes até chegar ao quarto, ambas com a respiração já ofegante, se pegando deliciosamente. Gabi colocou Laura deitada na cama ja nua e começou a beijar todo seu corpo, chupando seus seios, descendo beijando sua barriga e antes mesmo de chegar mais embaixo reparou que Laura tinha dormido.
Era nítida a cara de decepção, mas não podia acorda-la, mesmo que tentasse jamais conseguiria, sabia o quanto Laura estava cansada. Sendo assim, deitou ao seu lado, se cobriu e rapidamente pegou no sono.
Eram quase 5:00 horas da manhã quando os telefones das duas começaram a tocar, se entreolharam e atenderam.
- Alô? Dra. Laura?
Falava a mulher do outro lado da linha.
Por alguns segundos Laura achou que conhecia aquela voz, mas não se importou muito.
- É ela. Quem fala?
- Laura, sou a nova delegada da parte de homicídios. Recebemos uma ligação anônima dizendo que ouviram tiros na casa de uma família de classe média alta no condomínio no Alto Leblon. As viaturas já chegaram lá e confirmaram a morte de um casal, uma criança, com supostamente desaparecimento da filha mais nova do casal.
- Ok Dra. Estou a caminho.
- Nos encontramos lá.
Desligaram o telefone, Laura começou a se arrumar, Gabi entrou no quarto ja pronta.
- Vamos? Me da uma carona?
- Claro! Disse Laura ja colocando o tênis.
Chamaram o elevador, entraram no carro e sairam acelerando. Ao sair do estacionamento do prédio um carro fechou a Laura que por fração de segundos não bateram. Laura enterrou a mão na buzina, a mulher desceu o vidro para xinga-la mas ambas tomaram um susto, ficaram segundos se olhando até que Ana acelerou o carro e foi embora.
- Não estou acreditando que essa mulher me persegue até aqui. Diz Laura em voz alta.
Gabi olha pra ela sem entender nada.
- Ue, ja conheceu a Ana?
- Ana? De onde você conhece essa mulher?
- Laura, ta louca? Ela é a nova delegada de homicídios, transferida de Curitiba!
- O queee? Não to acreditando.

Entre amor e ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora