Capítulo Cinco

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-Esse era meu quarto, simples.

-Desde quando?--ele se levanta sentando na cama enquanto esfrega os olhos.

-Desde ontem.

-Procura um lugar para você se acomodar que não seja meu quarto ok?--ele se virou de costas para mim dobrando uma centena de calças e blusas espalhadas pelo colchão.

Dei meia-volta ainda com os nervos à flor da pele e fui a procura de um novo espaço que seja só meu.
Pelo que consigo reparar eram apenas três quartos, o quarto da Rose, Logan e mais um.
Seria o meu?

A porta era diferente das outras, branca e patenteada de detalhes. Alguns adesivos a cobriam, com o qual eu mais estranhei.. sim, eram adesivos florais e ainda para deixar a situação mais estranha, eram rosa.
Não pensei duas vezes, girei a maçaneta que era diferente também.. dourada e bem lubrificada.

A maldita porta emperrou, eu instintivamente a forcei e finalmente abriu.

Meus olhos brilharam e eu não acreditei no que pudera contemplar.
Um quarto infantil exclusivo para meninas, nas quais poderiam ser eu.

Na verdade não podia, tinha uma apenas uma mera cama minúscula que mais parecia um berço sem proteção.

O quarto parecia não ser frequentado há séculos, havia pouca luz, porque a janela estava entreaberta.

Poeira e brinquedos velhos ocupavam espaço, era um belo quarto por sinal.. mas a Rose por acaso já foi mãe de uma garotinha dona desse doce quarto?

Alguém me puxou pelas costas, puxando a porta em sincronia.
Me empurrando para o quarto do Logan, tudo aconteceu em menos de trinta segundos.

-O que pensa que está fazendo sua monstrinha?--Logan indaga furioso.

-Você me disse para me acomodar em algum lugar, que não seja seu quarto oras!

-Mas não aquele quarto! Idiota--ele ainda furioso tentou abaixar o tom o voz averiguando a porta de seu quarto quase fechada.

-Para de me ofender! E eu não sei que diabos podem ser frequentados aqui, e os que não podem--rebati instintivamente.

-Quer saber? Fica no meu quarto. Eu durmo na sala--ele falou enquanto pegava alguns lençóis e almofadas.

-Eu durmo na sala!--provoquei.

-Para de me irritar. Só isso--Ele cerrou os olhos para mim.

Escuto um toc-toc e Rose aparece em seguida, verifica Logan e eu da cabeça aos pés.

-Logan, vem cá--Ela diz séria.

Ele se levanta e vai até a porta, então a fecha.
E escuto apenas ruídos vindo da conversas dos dois.

Aparentemente estão falando de mim, escutei meu nome.
Dois minutos se passam, e continuo parada feita uma estátua esperando a porta se abrir.

Logan e Rose adentram juntos, e Rose se pronuncia.

-Então monstrinha, eu e Bobby vamos "cuidar" da sua mamãe.--Ela ri enquanto dá ênfase no "cuidar".

-Você não vai fazer nada a ela!--protesto enfurecida.

-Tá. Eu prometo--ela ri com sarcasmo e penúria--Chega de enrolação, Bobby e eu vamos resolver alguma coisas pendentes. Logan cuidará de você, criancinha insolente.--Ela revira os olhos enquanto menciona sobre Logan cuidar de mim.

Logan permanece sério sem dar uma palavra, eu como de costume finjo não ter a presença da Rose em nosso meio.

-Vamos sair após a refeição.

Apenas assinto mais enfurecida ainda. Os dias aqui estão passando e a saudade da mamãe apertando, estou submetida a qualquer coisa, não sei o que será de mim. Estou sendo tratada como uma pobre criança, e não posso murmurar, papai sequer acreditará numa só palavra minha.
Eu duvidava do que sentia por Logan, isso aí. Pena, ódio.. davam na mesma. Curiosidade? Talvez.

Logan por incrível que pareça ficou me vigiando, pelo menos era o que parecia, se sentou no chão frio sobre um lençol azul claro, e não disse ao menos uma palavra.

-Venham comer!--papai berrou da sala.

Eu sem fome alguma decidi não descer, ninguém se importou.. papai saiu com Rose sem ao menos informar que horas voltaria, Logan de repente aparece higienizando os dentes com fio dental.

-Estava demorando para começar seu drama mútuo--ele olhou dentro dos meus olhos com a ignorância que jamais tive o desprazer de presenciar.

-Quem é você para falar que estou fazendo drama?

-Logan Tucker. O que fará da sua vida o pior pesadelo.--Ele riu freneticamente fazendo meus batimentos acelerarem, mas acelerarem de receio do que realmente se passava naquela mente doentio.

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