Dia das crianças sem alma

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Muitas lágrimas e dor 
Foi somente o que restou 
Uma escuridão infinita 
De uma dor maldita 

São cenas fortes  
Ate para quem não assistiu as mortes 
Era 12 de outubro 
Pobre menina, encharcaram seus olhos 
Com um vermelho rubro 

Arrancou sua alma 
Pobrezinha era tão calma  
Aos dois já cantava  
Tinha um cachorrinho e dizia que o amava 

Aos 10 conheceu o mal 
Um perverso guardião 
A ela fez algo sem perdão 

Ela morreu sem ao menos entender 
Os pais choravam sobre o corpo 
Não entendiam porque tinham que a perder 
O sonho mais sonhado acabava de falecer... 

Virgínia é outro caso profundo 
Mais um dos que assolam o mundo 
Foi um tempo de  depressão  
Crises psicóticas  
Revoltas sem intenção 

Aos 15  
Não frequentava mais as aulas  
Se dopava de remédios 
Ela tinha uma convicção 
Se jogaria de um dos prédios 

Muitos culpam os revoltados 
Mal sabem o que eles tem passado 
As drogas são consequência 
De uma ferida que não sara 

Alma tem dois pontos 
Se tocar o ponto A 
Faz ela flutuar, florescer 
Já se espanca o outro lado 
Faz ela padecer, falecer 

Não se culpe pelo acontecido 
Se esforce ao máximo  
Quem quer mudança não desiste 
Você é grande demais  
Para viver enclausurado no calabouço Do castelo triste! 

Clube dos poetas de ruaOnde histórias criam vida. Descubra agora