O menino que fez chover no sertão

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Purí, seu cachorro Farofa e seus quatro irmãos estão a tomar banho em um poço,
Farofa brinca com um osso, e urubus rodeiam o local
O calor absurdo do sertão
Abateu mais um animal

Sua mãe é Maria da silva
Como tantas marias do país
Maria sonha em ter uma horta
Mais a seca corta o bem pela raiz!

Faz dias que bebem
De uma água alaranjada
Posta em um pequeno jarro de barro, eis que de repente
Purí corre em disparada
Pensou ter visto uma gota de água!

Ali mesmo, sobre um sol escaldante
O franzino menino joga a toalha,
Como ensinou um retirante
Chora ao som de um violino!

Eis que bate as suas costas
Um senhor bem sorridente
Com uma gaita na mão
Fez purí alegre novamente
Tocou asa branca, e deu um mapa a purí!

E disse-lhe, vá destemido garotinho
Você é ave de rapina, e o sertão é teu ninho

E o velho homem, trajando
Roupas listradas em preto e branco
Foi-se com sua gaita tocando
Sumiu caatinga a dentro
E soprou um forte e quente vento!

O menino voltara correndo para casa
Gritou para todo mundo
E a Olinda futriqueira
Retrucou que era absurdo
Frustrou o garoto, que foi se para longe mudo!

O pobre garotinho encontrou um riacho medonho
Foi provar primeiro antes de espalhar a notícia
Morreu tragado pelo sonho!

Quando chega a notícia
A vila toda se indaga
Então tocou asa branca
Desceram chuva dos olhos
Foi aí que puri trouxe água!

Sertão, fica a direita do norte
Não aparece com tanta força
Mais significa SER TÃO forte

Clube dos poetas de ruaOnde histórias criam vida. Descubra agora