Vai dar merda

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Depois que Diego saiu, eu me sentei no sofá e quando percebi uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto, deitei ali e comecei a chorar, ela uma explosão de sentimentos que eu estava sentindo, e isso era horrível, eu não sabia se era amor, se era raiva ou até mesmo um pouco de culpa, mas seria pior se tivesse ultrapassado os limites, se eu tivesse feito com ele, ele continuaria sendo meu primo e sendo casado

Meus pensamentos vagavam e percebi a caixa de som ligada, levantei e desliguei, quando estava no pé da escada, a porta se abre e Diego entra todo suado

- Agatha, meu carro quebrou, tentei consertar, mas não consegui, será que seu pai tem uma chave de boca na garagem??
- Nem sei o que é isso, mas podemos ir procurar
- Então vamos, 15:40 eu preciso estar na oficina com a moto
- Ok - ele tem apenas uma hora pra estar lá

Andei na frente, e sentia seu olhar sobre meu corpo, acendi a luz do quarto e me agachei, procurando a merda dessa chave

- Se você me ajudar talvez a gente ache essa merda
- Uai? Está estressada, eu deveria, você não
- Só você pode ter problemas??
- Não disse isso, não coloque palavras na minha boca Agatha
- Ah Diego, será mesmo que seu carro estragou ou voltou aqui somente para tentar?
- Você tá se achando, só porque adorei beijar sua boca, e sentir esse corpo no meu, eu voltaria aqui?

Dessa vez, ele falava e se aproximava, agora ele estava tão próximo, eu sentia sua respiração na minha pele

- Eu queria, mas eu realmente tenho compromisso!- disse tocando minha bochecha
- Me ajude a procurar a chave, para você poder ir- tentei ser o mais fria possível com ele

Congelei, quando ele em um pulo esticou os braços atrás de mim

- Achei- respirei, nem havia percebido que eu estava sem respirar

Pegou a chave e me deu um beijo na bochecha demorado

- Eu tenho que ir agora
- Tchau Diego
- Até Agatha

Ele saiu do quarto e fechou a porta atrás de si, ainda podia sentir seu perfume no ar, novamente uma lágrima solitária caiu, decidi ir para meu banho e não pensar sobre isso

Já no banheiro, eu ainda sentia seu perfume e sim, estava na blusa, eu a tirei e deixei na bancada, não iria colocar para lavar hoje, entrei e tomei banho, lavei meus cabelos novamente, precisava tira esses pensamentos da minha cabeça, assim que terminei, me enrolei na toalha e fui para meu quarto, abri a porta e me sentei na cama, com a blusa nas mãos, cheirei diversas vezes, era tão bom, mas tão ruim relembrar o que houve lá embaixo

Levo um susto quando a porta é a aberta bruscamente

- Então você está aí?

Era meu pai, encostado na porta

- Sim pai, sabia que é bom bater?
- Se você tivesse escutado
- Então me desculpe

Ele não disse nada, apenas virou e saiu, fechando a porta

Mais tarde...

Estamos todos na mesa de jantar, meu pai começa a falar
- Então Agatha, entregou tudo pro seu primo
- Cl...claro pai- Merda, gaguejei
- Tem certeza?
- Tenho, oxi

Voltamos a comer em silêncio, até que meu pai volta a falar
- Você está estranha filha, tem alguma coisa acontecendo?
- Não pai, estou comendo só isso
- Você ficou assim desde que te perguntei sobre Diego
- Ai pai, não viaja, eu tô normal, e você me fez perder a fome, tchau

Larguei o prato e subi as escadas correndo, tranquei a porta do meu quarto e me sentei na cama, chorei muito, só o que faltava era meu pai desconfiar de alguma coisa, que merda isso vai dar

Meu querido primo Onde histórias criam vida. Descubra agora