Cixie | Cap. 3

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Chegamos no meu apartamento dentro de cinco minutos. Saí do carro e entrei no prédio, observando todos os detalhes, cores, mobílias que mudaram desde que viajei.

- Cecília Di Ricci! - Caspian, o porteiro, exclamou, me olhando de cima a baixo - O prédio mudou um pouco, né? E você também. Uau, como está diferente; formosa! - sorriu

Não disse nada. Apenas sorri cínica, e saí andando de mãos dadas com Mark, indo até o elevador mais próximo. Entramos no mesmo, e eu apertei o 10º.

Quando chegamos, suei frio, respirei fundo e soltei a mão dele. Por que? Bom, para minha mãe, ele é só meu assessor; mas para mim, ele é uma diversão, um algo a mais. Ele me olhou e abriu a porta, me fazendo avistar minha mãe sentada - aquela mulher que aparentava ser tão centrada nas coisas, mas, na verdade, não tinha auto-controle.

- Mark, meu querido, que saudade! - levantou e o abraçou com muito carinho, enquanto eu observava os dois com cara feia.

- Muita saudade, Marina. - ele sorriu e me olhou por alguns instantes.

- Cece, meu amor, graças a Deus você está bem! - me abraçou, e eu pude sentir o cheiro doce, e fresco, do seu perfume La Vie Est Belle da Lancôme. - Como foi sua viagem? - todos nos sentamos na mesa.

- Foi ótima. - disse e dei um gole num copo de água que estava na minha frente.

Eu, obviamente, não queria conversar sobre minha viagem. Ela estragou a melhor parte da viagem, e agora quer saber como foi? Simples: não foi. Você estragou tudo!
Dei graças a Deus internamente quando vi Alfredo chegando com nossos pratos de comida. Quando os colocou em cima da mesa, ataquei rapidamente o meu, só para poder me livrar logo daquela mesa-redonda.

"Nixie, me ajude. Vem me buscar, ou vamos sair, só para eu não ter que ficar aqui em casa. Minha mãe vai querer saber detalhe por detalhe da minha viagem, e, óbvio, eu não quero contar à ela! HELP ME

- Cece"

Enviei a mensagem e percebi o olhar feio da minha mãe para mim. Revirei os olhos e bufei, saindo da mesa. Sim, eu fiz a filha rebelde na frente deles dois!
Fui para meu quarto, onde me tranquei. Olhei ao redor e nada tinha mudado. Que pena, eu queria dar uma repaginada nesse quarto. Cece de dezessete anos era tão ultrapassada. Ah, merda, ainda tenho que arrumar as minhas coisas no closet. Que preguiça!
Me joguei na cama, liguei a TV e peguei meu celular.

- FUCK MY LIFE! - gritei com o travesseiro sobre meu rosto.

Chequei minhas redes sociais procurando por alguma festa, novidade, algo para fazer. Se achei? De jeito algum! Só fiquei na vontade mesmo.
Até pensei em voltar lá na sala de jantar, mas só de pensar na minha mãe, já fico zonza.

- Cece, venha aqui! - ela bateu na porta.

- Não quero - fiz careta.

- Tudo bem, então. Vou ter que mandar Dominique voltar para casa. - me persuadiu. Maldita!

- Manda ela entrar aqui. - abri a porta e ela chegou.

Dominique, vulgo Nixie Prado, minha melhor amiga estava toda vestida de Prada. Sim, a Prado vestia Prada. Os pais dela eram donos da marca, então ela tinha acesso à tudo que eles vendiam, criavam, antes de tudo e todos. Até mesmo eu tinha acesso, graças a ela.

Nixie estava um pouco mais magra, pálida e bonita, que da última vez que eu tinha a visto. Ela me lembrava aquelas modelos francesas.

- Que saudade, Cece! - me abraçou-  E que bronze, hein, gata! - encostou a mão na minha perna e riu - Como foi sua viagem? - deitou na minha cama.

- Ótima, Nixie. Você nem sabe, conheci um cara incrível lá. - sorri olhando-a - O nome dele é Lucca - mostrei uma foto nossa.

- Uau, preciso ir urgente para Bahamas! - riu e suspirou - Lembra do Fernando? Terminamos

- Não acredito, amiga. - a abracei - Fica triste não. Eu sei como te ajudar a superar. - sorri maliciosa e ela sorriu também.

- Cixie?

- Cixie!

Bom, Cixie (pronuncia síquici) é o nome dado à minha amizade com Nixie. Quando Cixie acontece, eu e Nixie vamos à loucura; bebemos em grandes quantidades, dançamos sem parar, pegamos vários caras e fazemos a festa durar até mais do que o amanhecer.
A olhei sorrindo e corremos para a sala de jantar do apartamento, onde minha mãe estava.

- Tia Marina, Cece vai dormir lá em casa hoje. - falou e saiu andando.

- Tchau, mãe, até amanhã. - mandei beijo- ou não - sussurrei.

Pegamos um elevador e descemos, correndo até o carro dela. Nossa próxima parada seria alguma loja de grife, já que eu não tinha pegado uma roupa sequer para a festa que frequentaríamos hoje à noite.

Luxúria | A GOSSIP GIRL INSPIRED FIC - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora