Café da manhã. Aula de química, filosofia e geografia. 20 minutos de intervalo. Aula de português, história e sociologia. 1 hora de intervalo.
Bem, até agora, esse foi meu dia. E agora, mais 1 horas de aula, no entanto, aulas complementares escolhidas pelos próprios alunos.
Minhas aulas escolhidas? Inglês, espanhol e astronomia.
- Boa tarde, boa tarde. - Dizia o professor baixo, franzino e de cabelos grisalhos. - Vamos entrando, rápido!
Assim como em todas as outras aulas, os alunos sentam em duplas. Por ainda não ter me enturmado, sentei-me sozinha em uma mesa qualquer no fundo da sala.
- Oi! - Uma garota de cabelos ruivos e black power e óculos fundo de garrafa disse sentando-se ao meu lado.
- Oi. - Respondí insipidamente.
- Todos sentados? Ótimo. Bem, meu nome é Vicente e como a maioria já sabe, a pessoa sentanda ao seu lado será sua dupla pelo resto do ano. Certo? - Disse o professor olhando atentamente cada dupla. - Vocês não. Não mesmo. - Referiu-se a dupla de garotos com uniforme do time de futebol. O moreno reconheço com Guilherme, e o loiro como sendo Gabriel, irmão de Lucas. - Vocês não vão me impedir de ministrar as aulas. - Disse já impaciente. - Qual seu nome? - Perguntou referindo-se a mim, e quase que em um sussurro respondí. - Gabriel, sente-se ao lado de Camila.
- Deixe ele sentar aqui. - Disse uma garota de pele negra e cabelo afro.
- Eu por acaso falei para ele sentar-se ao seu lado? Acho que não. - Disse irônica.
- Mas professor! - Esperniou a garota.
- Sem mas, Letícia. Saia logo daí Gabriel.
- Não! - Exclamou Guilherme. - Deixe eu ir no lugar do Gabriel.
- Vá. Não me importa qual dos dois vai sair. Só quero que se distanciem. - Calado, o professor esperou Guilherme levantar-se e sentar-se ao meu lado, enquanto a garota, antes sentanda ao meu lado, fez o mesmo.
E então logo após toda essa perca de tempo, o professor começou a lecionar.
- Como em todas as primeiras aulas, discutiremos sobre atronomia. Seu significado, sua criação e seus objetivos. O qu...
- Camilinha! - Guilherme sussurrou eufórico acariciando alguns dos meus fios de cabelo. - Fiquei tão feliz quando o professor me mandou pra cá. - Soltou meus cabelos e colocou sua mão em cima da minha, ainda acariciando-me.
- Você que é intrometido e decidiu sentar aqui. - Respondí irônica tirando minha mão de baixo da sua.
- Nossa! Intrometido? Magoou. Eu tenho coração, sabia? - Um lindo e meigo sorriso se formou em seus lábios, fazendo-me os admirar. - Seu olhar é deslumbrante. - Disse de repente, fazendo-me desviar o olhar de seus lábios e voltar minha atenção à aula.
- Obrigada. - Sussurrei após algum tempo, por perceber que o garoto me encarava descaradamente.
- [...] é uma das mais antigas ciências. Culturas pré-históricas deixaram... - Continuava o professor com sua explicação.
- Sai hoje comigo? - Ele puxou sua cadeira, aproximando-se ainda mais de mim.
- O quê? - Perguntei incrédula. - Como assim Guilherme, acabei de te conhecer.
- Que mentira. Nos conhecemos em uma festa. Lembra?
- Lembro sim. No entanto, minha resposta continua sendo, NÃO. - Respondí bem-humorada.
- Por que não? Essa noite vai rolar uma super festa "particular". - Fez aspas com os dedos e continuou. - e você é minha convidada vip. Vai ser legal, eu prometo. Só não pode divulgar, nem todos podem saber. Isso não pode cair nos ouvidos da diretora de forma nenhuma. - Disse como se imaginasse o que ocorreria caso a diretora descobrisse.
- Guilherme! - Exclamou o professor chamando a sua atenção. - Você parece bem informado já que não presta atenção na aula, então me diga: em quantos e em quais ramos a astronomia profissional foi dividida?
O garoto envergonhado coçou a nuca, enquanto pensava em algo para responder.
- Durante o século XX, ela foi dividida em dois ramos. A astronomia observacional e a teórica. - Respondí, tirando a atenção de Guilherme e o fazendo rir.
- Correto, Guilherme. - Ironizou.
- Sempre ao seu dispor, professor Vicente. - Segui sua ironia, não saindo por baixo.
- Você está de parabéns, Camilinha. - Ele me parabenizou batendo palmas de leve, tentando não fazer muito barulho.
- Obrigada, senhor Guilherme. - Sorrí amarelo.
- Senhor? Wow, que brega. - Gargalhou bem-humorado. - Aliás, você não me respondeu. - Voltou ao assunto.
- Respondí sim. - Ergui a sobrancelha. - Disse não.
- Me dá uma chance. - Ele fez um biquinho fofo.
- Não. - Já nervosa, mordí os lábios tentando aliviar-me.
- Eu vou gritar. - Disse espontaneamente.
- Como assim? - Pergunto confusa.
O garoto levantou-se ligeiramente e ficou em pé sob a cadeira, logo depois subiu para a mesa. - Camilinha, aceita, vai. - Gritou chamando a atenção de todos, inclusive do professor.
- Saia de cima desta mesa a-g-o-r-a, senhor Guilherme. - Gritou o professor ríspido e impaciente.
- Sai daí garoto. Você vai acabar se ferrando. - Sussurrei incrédula e sorridente por tudo o que estava acontecendo.
- Olha aí. Você vai carregar o peso de me ferrar pelo resto da sua vida. Não se sente culpada?
- Eu não me sinto culpada. - Levantei-me da cadeira e tentei o puxar. - Agora saia daí.
- Só se você aceitar. - Ele ajoelhou-se como se me pedisse em casamento. -Aceita?
O professor o puxou pelo braço fazendo-o pular da mesa. - Você não poderá mais frequentar minhas aulas durantes duas semanas. - Concluiu o professor abrindo a porta e o puxando.
- Só duas semanas? - Pude escutar Guilherme dizer antes dos dois sairem da sala.
Gargalhei alto e incrédula sentando-me em meu lugar. Abrí meu caderno e comecei a copiar algumas coisas que já estavam escritas no quadro, enquanto todos me encaravam super curiosos e assim como eu, impressionados com o que havia acabado de acontecer.
•••
Pensaram que eu havia me esquecido de vocês? Jamais. Sei que demorei a postar, mas finalmente saiu capítulo novo meus amores.
Espero que tenham gostado do capítulo.Comentem e favoritem, vocês não imaginam o quanto eu fico feliz quando chega essas notificações maravilhosas de favoritamentos e comentários.
Beijos da Kira❤
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Internato
Teen FictionColégio Interno, sonho de muitos, pesadelo de Camila. Mas fazer o quê se seus pais praticamente lhe trancaram nesse colégio sem ao menos perguntar sua opinião? Se sua vida está um inferno, que tal infernizar a vida de seus companheiros da escola? Se...