POV NARRADORA
O delicioso e forte café expresso exalava vapor devido a sua temperatura elevada, Frisk bebericava o mesmo calmamente enquanto se deliciava com alguns donuts comprados em uma padaria próxima da casa de Sans. O sabor da cobertura de chocolate invadia a boca da jovem, que se deliciava com o doce. O albino estava se trocando para o trabalho, este levaria a mais nova consigo naquele dia, deveria mantê-la o mais perto possível para evitar alguma fuga.
Ao terminar a refeição, Frisk depositou a caneca na pia e se dirigiu ao banheiro para terminar de se arrumar, e o fez em menos de 5 minutos. O mais velho desceu as escadas com uma maleta preta em uma de suas mãos e aguardou que Frisk o acompanhasse até seu conversível. Ambos entraram no automóvel e Sans deu partida, chegando a seu destino em questão de minutos.
Frisk foi andando logo atrás de Sans, que caminhava vagarosamente enquanto cumprimentava algumas pessoas que saíam e entravam do prédio.
– Então é aqui que você trabalha...? – Disse a mais nova, posicionando suas mãos atrás de si.
– Yup – Respondeu o albino, colocando uma de suas mãos no bolso – E você vai prometer se comportar, não sou babá de ninguém. – Ele deu um peteleco na cabeça da mais nova, que grunhiu em protesto.
– Olha aqui, eu não sou criança! – Cruzou os braços e inflou as bochechas.
– Tá bom, anã de jardim... – Frisk bufou. Como Sans conseguia ser tão irritante?
O trajeto até o escritório do albino foi silencioso, Frisk caminhava cabisbaixa, pensando sobre algumas coisas do seu dia a dia que não seriam mais tão presentes até... Algo ocorrer. Ela se perguntava se ficaria vivendo aquilo para sempre ou se algum dia seria capaz de retornar para Chara e voltar a viver daquela maneira.
Sem se dar conta, a morena havia chegado ao local desejado, adentrou vagarosamente a sala do maior e sentou-se em um pequeno sofá que havia ali. Frisk acomodou-se de maneira um tanto "largada" e pegou um livro que repousava em uma pequena prateleira que havia ali. Passou os olhos pelo grande título em efeito antigo escrito: "HUMANOS E MONSTROS" e começou a folhear as inúmeras páginas do livro, para logo depois retornar ao início e começar a lê-lo...
"Há muito tempo, dois povos reinavam sobre a terra: humanos e monstros..."
Frisk continuava a leitura sem ao menos piscar, a história parecia bem interessante para ela, nunca havia lido algo parecido antes, mas tinha a leve impressão de que já ouvira falar do mesmo... Talvez Toriel tenha comentado com ela alguma vez. Deve ser um bom livro, não? Frsk passava os olhos pelas páginas e algumas gravuras que serviam para auxiliar a leitura e o entendimento da história.
A morena nem se dava conta de que o tempo se passava rapidamente, quando foi trocar de página, deixou que uma pequena folha caísse do livro, ela rapidamente a pegou e começou a lê-la. As letras não pareciam muito bem escritas, aparentemente quem havia escrito aquilo não tinha muito domínio em caligrafia. Frisk pôde notar alguns símbolos ao canto do papel, mas ignorou por hora.
"Infelizmente, não existem mais monstros como antigamente, agora, apenas os chamados 'híbridos', que são basicamente os monstros que adquiriram aparências humanas com o tempo por meio de mutações genéticas. As criaturas horrendas não são lendas, elas de fato existiram, porém foram extintas devido às condições em que o mundo se encontrava. Ainda acredito que haja algum monstro autêntico por aí, mas nunca o vi face a face."
- Doutor W.D. Gaster
– W.D. Gaster...? – Sussurrou a morena, o que chamou a atenção de Sans para si. Este levantou-se de solavanco de sua poltrona e foi até a mais nova, pegando o livro de suas mãos de uma forma não muito delicada. Frisk o olhou assustada e com uma pitada de julgamento em sua expressão.
– Você não deveria ficar fuçando nas coisas dos outros, sua mãe não te deu educação? – Cuspiu as palavras de forma dura para a garota, que sentiu-se ofendida pela forma que fora tratada pelo garoto. Era apenas um livro, ele deveria ter sido assim tão duro?
– É só a droga de um livro! Por que você tem que ser tão estranho? É por isso que vive sozinho! Você é tão grosso! – Ela gritou de volta, encarando o garoto com uma expressão dura. Sans suspirou, dava para perceber que estava se segurando para não acabar fazendo algo que se se arrependeria depois, ele cerrou os punhos e por fim, deu um soco na parede ao lado de Frisk, a morena fechou os olhos por alguns segundos, os abrindo ao perceber que não havia sido atingida.
– Vai comprar alguma coisa pra você comer... – Ele entregou uma nota de cinco dólares para a menor, que apenas engoliu em seco e saiu da sala cabisbaixa, sem dirigir qualquer tipo de olhar para o albino.
A morena caminhava vagarosamente pelos enormes corredores do edifício de segurança da cidade, não estava necessariamente com fome, apenas queria ficar longe de Sans por um tempo. Virou a direita no corredor e seguiu reto em direção a saída. Frisk encontrou um florista com belas flores douradas em seu carrinho, logo olhou para o dinheiro em sua mão e para o senhor, correndo em direção ao mesmo.
– Quanto custam? – Perguntou ela, animada.
– Todas são 10 dólares – Frisk exibiu uma expressão triste – Mas aquela custa 5 pois aparentemente já está bem fraca. – Ela olhou para a flor e assentiu, dando o dinheiro ao moço e pegando a planta por seu pequeno e delicado jarro.
Frisk a levou para um banco que se situava na entrada do prédio onde Sans trabalhava. A menor pensou em fugir, mas estava frustrada demais para pensar nisso, então apenas ficou onde estava, observando a flor enquanto algumas lágrimas caíam sobre as pétalas douradas da mesma.
– Eu s-sinto tanta falta d-dele... – Disse entre alguns soluços, como se a flor pudesse realmente a ouvir. – Só queria o encontrar agora... Queria poder vê-lo novamente... – Ela suspirou, enxugando suas lágrimas- Será que isso vai acontecer um dia? – Disse em sussurros, como se tivesse acabado de contar um segredo a flor.
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Ruby
Action"Ruby" era seu apelido. Uma orfã que teve uma vida dura e logo depois entrou para a vida do crime sob influência de seu amigo, Chara. Felizmente, aquela vida proporcionava uma enorme quantia de dinheiro a eles, junto com festas e outras coisas que d...