Capítulo 5: O primeiro dia no castelo

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A primeira coisa que vi quando cheguei ao reino era que minha vida se tornaria uma loucura total a partir de agora, e eu não estava nem um pouco disposta para enfrentar aquilo

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A primeira coisa que vi quando cheguei ao reino era que minha vida se tornaria uma loucura total a partir de agora, e eu não estava nem um pouco disposta para enfrentar aquilo. A floresta era uma imensidão verde, coberta de musgo escorregadio, plantas sinistras e exalava um cheiro forte de folhas e galhos podres, sangue fresco de animais abatidos por seus predadores e frutas esquisitas que nunca vira em toda a minha vida. Senti um frio percorrer a espinha quando passamos em um local ao qual não se ouvia sequer sussurro do vento. O castelo, no entanto, era divino. À entrada, um portão imponente e magnífico se mostrou após uma ponte. As águas abaixo eram cristalinas e puras, sabia que iam até a cidade do lago, ao qual o odor ainda era pútrido no verão, quando a água não estava quase congelada, por causa dos corpos das pessoas mortas que ficaram presas nas casas que desabaram pelo fogo e destruição do dragão.

Enquanto isso, minha mente trabalhava a todo o momento num turbilhão de pensamentos exasperados e incontroláveis, no qual jorravam pragas para todas as pessoas envolvidas nessa súbita mudança da minha vida. Em tão pouco tempo tudo o que eu mais detestava estava acontecendo comigo, e eu, sem forças, aceitei de bom grado sem conseguir me impor. Não queria estar ali, mas não consegui argumentos o bastante que fizesse meus pais aceitarem a minha decisão, e, acima de tudo, deixei me levar pela circunstãncia sem bater o pé contra. Talvez merecesse deixar que as pessoas tomem decisões para minha vida, afinal, era uma marionete que não conseguia impor seus desejos e sempre obedecia o que os pais mandavam.

Enquanto enxugava mais lágrimas de desespero adentramos o reino. Percebi que haviam muitas casas e construções adjacentes ao enorme palácio que ficava ao centro. Pelos menos, por um instante, as construções em meio a tanto verde e luzes douradas me fizeram distrair um pouco. O palácio era um monumento exatamente como imaginei: verde e dourado, coberto de riquezas e flores e folhas, exuberante, majestoso e nada sutil, bem cuidado e digno de seres perfeitos como eram os elfos que ali moravam. Criaturas lindas, de cabelos ruivos e loiros despontavam curiosos de seus postos e suas casas para me observar chegar. Senti uma pontada de medo e nervosismo, tantos olhos claros sobre mim, me julgando como se eu fosse algo que poderia lhes agradar ou não. Senti o desapontamento em suas faces, e sabia que eu não era nada do que eles gostariam de ter como futura princesa da floresta, mas mantive a cabeça erguida por orgulho e não deixei a face do desespero que a pouquíssimo tempo atrás estampava em meus olhos voltar a aparecer. Afinal, não posso ser da realeza, mas era filha de um dos senhores que ajudavam a abastecer os pratos daqueles elfos e toda a realeza.

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