Capítulo III - Aquele Dia

6 0 0
                                    

Algumas semanas se passam, até que um dia todos iriam para a casa do Daniel, até me convidam, mas eu recuso, dizendo que não estava com vontade, e também tinha trabalho para fazer.

Ao sairmos do colégio, eu me despeço de todos e vou em direção a minha casa, após dar alguns passos, escuto uma voz distante me chamando:

— SCOTT!

Olho para trás e vejo que era a Kammile correndo em minha direção. Eu achava engraço ver ela correndo, com aqueles cabelos "cor-de-salsicha", como todo mundo falava. Eu a espero ela, e quando ela me alcança, pergunto a ela:

— Ué, você não ia com eles?

— Mudei de ideia.

— Por quê?

— O trabalho é em dupla. Acho que você vai precisar de ajuda

Eu penso um pouco, e então pergunto:

— Quer almoçar lá em casa?

— Pode ser, mas antes eu vou passar em casa, só para trocar de roupa

Ao chegarmos ao condomínio, ela vai para a casa dela. Quando cheguei em casa, nenhuma surpresa, meu pai não estava ali. Jogo a minha mala na sala, ligo o rádio e vou para a cozinha. Abro a geladeira e pego algumas coisas para cozinhar.

Fazia uns dez minutos que eu estava cozinhando, então escuto algumas batidas na porta. Ao abrir, era a Kammile.

— Posso entrar?

— Claro... Mas você não ia mudar de roupa?

— É que minha mãe não tá em casa. E alguém sumiu com a chave reserva.

— Okay, então, eu acabei de começar a cozinhar. Quer me ajudar?

— Acho melhor não. Sou um desastre na cozinha.

Eu dou risada e vou para a cozinha, enquanto ela vai para a sala e põe algumas musicas na mini Jukebox.

Não sei o porquê, mas ela estava tão linda naquela tarde. O sol fazia contraste com a cor dos olhos dela, seu cabelo estava tão vermelho quantos as chamas que ardiam no fogo.

(Meu Deus Scott. Deixem-me pular essa parte sem graça e totalmente romântica demais, por enquanto não há necessidade de vocês verem esse lado dele)

Ela põe justamente a musica que eu mais gosto: Freewill, do Rush. De repente eu me vejo com a cabeça girando em lembranças do meu antigo lar.

Logo, escuto ela gritando comigo:

— O SEU DEMENTE! TEM ALGO QUEIMANDO AÍ!

Eu volto ao mundo real, e vejo que estava queimando um pano de cozinha. Rapidamente apaguei o fogo, jogando o pano na pia.

Ela veio ate mim com uma cara de deboche e falou:

— Parece que o senhor cozinheiro se distrai fácil...

Eu meio que acabei ficando vermelho de vergonha e voltei a cozinhar.

Passado um tempo, eu arrumava a mesa enquanto ela desenhava, parei por um tempo para vê-la desenhando. Foi quando ela olhou para mim e ficou vermelha, então perguntei:

— O que você esta desenhando tão ferozmente ai?

— Na... Na... Nada

A resposta dela veio com uma gaguejada estranha. Então me aproximei para ver o desenho, mas ela abraçou o caderno para eu não ver nada e ainda disse:

— Você não tem que cuidar da comida?

Então desisti e voltei para a cozinha.

Ao terminar de por a mesa, ela vem com um porta-retratos em mãos, ali tinha uma foto da minha mãe, do meu pai, meu irmão e eu. Chegando em mim, ela pergunta:

— Essa é sua família?

Fico um pouco triste e respondo:

— Sim, esse com a fantasia de pirata é o meu pai, essa com a fantasia de fada, meu irmão estava vestido de piloto de avião, e eu estava de boxeador.

— Quando foi tirada essa foto?

Eu paro e penso um pouco:

— Faz uns 10 meses – Respondi.

Ela percebeu que eu fiquei um pouco cabisbaixo.

— Você tá bem? – Ela perguntou

— Sim. Eu apenas fiquei com saudade da minha mãe e do meu irmão – Respondi – Meus pais meio que se separam. Essa foi nossa ultima foto juntos.

— Nossa, desculpe ter perguntado.

— Não foi nada – Emendei – Então, vamos comer?

— Claro – Ela respondeu

Após o almoço, ela foi para a sala e eu fui lavar os pratos.

Ela pegou meu notebook e foi fazer o trabalho. De repente ela começa a cantar Can' t Stop Love You do Van Halen.

Enquanto ela cantava, comecei a pensar em diversas coisas, me veio um pensamento um tanto sem querer, acabei lembrando uma conversa que tive alguns dias atrás com o Luiz:

" — Velho, é impressão minha ou a Kammile e você estão namorando?

"— Não Luiz... somos apenas amigos, e por mais que eu goste dela, ela não está a fim de mim...

"— Cara, eu não sei se ela gosta de você, mas acho que você devia falar para ela o que você sente.

"— Será? Tipo, e se ela disser não, o que eu faço? Eu posso estragar uma amizade por nada.

"— Scott, eu acho que você deve falar, mas a decisão é sua.

"— Bom, valeu."

Balanço a cabeça, fazendo com que os pensamentos saiam da minha cabeça. Termino de lavar a louça, e vou ajudar ela a fazer o trabalho.

Live To DieWhere stories live. Discover now