Algumas semanas se passam, até que um dia todos iriam para a casa do Daniel, até me convidam, mas eu recuso, dizendo que não estava com vontade, e também tinha trabalho para fazer.
Ao sairmos do colégio, eu me despeço de todos e vou em direção a minha casa, após dar alguns passos, escuto uma voz distante me chamando:
— SCOTT!
Olho para trás e vejo que era a Kammile correndo em minha direção. Eu achava engraço ver ela correndo, com aqueles cabelos "cor-de-salsicha", como todo mundo falava. Eu a espero ela, e quando ela me alcança, pergunto a ela:
— Ué, você não ia com eles?
— Mudei de ideia.
— Por quê?
— O trabalho é em dupla. Acho que você vai precisar de ajuda
Eu penso um pouco, e então pergunto:
— Quer almoçar lá em casa?
— Pode ser, mas antes eu vou passar em casa, só para trocar de roupa
Ao chegarmos ao condomínio, ela vai para a casa dela. Quando cheguei em casa, nenhuma surpresa, meu pai não estava ali. Jogo a minha mala na sala, ligo o rádio e vou para a cozinha. Abro a geladeira e pego algumas coisas para cozinhar.
Fazia uns dez minutos que eu estava cozinhando, então escuto algumas batidas na porta. Ao abrir, era a Kammile.
— Posso entrar?
— Claro... Mas você não ia mudar de roupa?
— É que minha mãe não tá em casa. E alguém sumiu com a chave reserva.
— Okay, então, eu acabei de começar a cozinhar. Quer me ajudar?
— Acho melhor não. Sou um desastre na cozinha.
Eu dou risada e vou para a cozinha, enquanto ela vai para a sala e põe algumas musicas na mini Jukebox.
Não sei o porquê, mas ela estava tão linda naquela tarde. O sol fazia contraste com a cor dos olhos dela, seu cabelo estava tão vermelho quantos as chamas que ardiam no fogo.
(Meu Deus Scott. Deixem-me pular essa parte sem graça e totalmente romântica demais, por enquanto não há necessidade de vocês verem esse lado dele)
Ela põe justamente a musica que eu mais gosto: Freewill, do Rush. De repente eu me vejo com a cabeça girando em lembranças do meu antigo lar.
Logo, escuto ela gritando comigo:
— O SEU DEMENTE! TEM ALGO QUEIMANDO AÍ!
Eu volto ao mundo real, e vejo que estava queimando um pano de cozinha. Rapidamente apaguei o fogo, jogando o pano na pia.
Ela veio ate mim com uma cara de deboche e falou:
— Parece que o senhor cozinheiro se distrai fácil...
Eu meio que acabei ficando vermelho de vergonha e voltei a cozinhar.
Passado um tempo, eu arrumava a mesa enquanto ela desenhava, parei por um tempo para vê-la desenhando. Foi quando ela olhou para mim e ficou vermelha, então perguntei:
— O que você esta desenhando tão ferozmente ai?
— Na... Na... Nada
A resposta dela veio com uma gaguejada estranha. Então me aproximei para ver o desenho, mas ela abraçou o caderno para eu não ver nada e ainda disse:
— Você não tem que cuidar da comida?
Então desisti e voltei para a cozinha.
Ao terminar de por a mesa, ela vem com um porta-retratos em mãos, ali tinha uma foto da minha mãe, do meu pai, meu irmão e eu. Chegando em mim, ela pergunta:
— Essa é sua família?
Fico um pouco triste e respondo:
— Sim, esse com a fantasia de pirata é o meu pai, essa com a fantasia de fada, meu irmão estava vestido de piloto de avião, e eu estava de boxeador.
— Quando foi tirada essa foto?
Eu paro e penso um pouco:
— Faz uns 10 meses – Respondi.
Ela percebeu que eu fiquei um pouco cabisbaixo.
— Você tá bem? – Ela perguntou
— Sim. Eu apenas fiquei com saudade da minha mãe e do meu irmão – Respondi – Meus pais meio que se separam. Essa foi nossa ultima foto juntos.
— Nossa, desculpe ter perguntado.
— Não foi nada – Emendei – Então, vamos comer?
— Claro – Ela respondeu
Após o almoço, ela foi para a sala e eu fui lavar os pratos.
Ela pegou meu notebook e foi fazer o trabalho. De repente ela começa a cantar Can' t Stop Love You do Van Halen.
Enquanto ela cantava, comecei a pensar em diversas coisas, me veio um pensamento um tanto sem querer, acabei lembrando uma conversa que tive alguns dias atrás com o Luiz:
" — Velho, é impressão minha ou a Kammile e você estão namorando?
"— Não Luiz... somos apenas amigos, e por mais que eu goste dela, ela não está a fim de mim...
"— Cara, eu não sei se ela gosta de você, mas acho que você devia falar para ela o que você sente.
"— Será? Tipo, e se ela disser não, o que eu faço? Eu posso estragar uma amizade por nada.
"— Scott, eu acho que você deve falar, mas a decisão é sua.
"— Bom, valeu."
Balanço a cabeça, fazendo com que os pensamentos saiam da minha cabeça. Termino de lavar a louça, e vou ajudar ela a fazer o trabalho.
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Live To Die
Детектив / ТриллерUm jovem americano vem para o Brasil com seu pai para recomeçar a vida, porém, quando chegam aqui, serie de eventos começam a mudar a vida deste jovem, e ele descobre alguns podres do seu pai, algumas coisas que lhe fazem pensar: Nós vivemos para mo...