REGOZIJO!

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- Escrito por Dayanne Fernandes -

Aqueles que do mal da carne provam, são eternamente consumidos pelo desejo

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Aqueles que do mal da carne provam, são eternamente consumidos pelo desejo.

Uma gota de sangue.

A música eletrônica explodia nos alto-falantes da Porão Infernal enquanto eu me deliciava com a imagem dos corpos entorpecidos se movendo pela pista de dança. Homens e mulheres, cardápio variado. Eu podia sentir seu perfume, seu gosto. Estava faminta.

Relanceei o relógio mais uma vez, contendo uma careta. Leonard e sua detestável mania de se atrasar. Não era a primeira vez que me fazia esperar por ele. Virei o copo de tequila em meus dedos em um gole só. Talvez eu devesse mesmo ensinar bons modos àquele bastardo da próxima vez que nos encontrássemos.

— Ora, se não é a bela Antonieta. — Um sussurro quente penetrou meus ouvidos.

— Já era hora.

Leonard se colocou à minha frente, tomando minha mão e beijando-a com os lábios macios.

— Perdoe-me por fazê-la esperar.

Seus olhos se prenderam no decote da minha regata preta e as íris negras faiscaram. Eu me aproximei de seu ouvido enquanto respondia, também num sussurro.

— Da próxima vez, arranco sua cabeça. — Acariciei sua face.

Ele sorriu, virando o pescoço de maneira que nossos lábios quase se tocavam.

— Sempre encantadora.

— É um dom — rebati, voltando a encará-lo. — Agora diga logo por que me chamou aqui.

A música na boate mudou de ritmo, tornando-se mais rápida, e luzes coloridas começaram a piscar ao nosso redor. As pessoas seguiam imersas em sua bolha de ignorância.

— Acho que eu estava entediado... Pensei em deixar a noite um pouco mais animada com sua presença — falou Leonard.

A conversa finalmente começava a ficar interessante.

— Minha presença? Pensei que não se sentisse atraído por uma gorda mal-amada — provoquei. — Se bem me lembro, não era eu quem deveria estar precisando só de uma "boa trepada"? — Fiz questão de enfatizar as aspas com os dedos.

— Nunca vai esquecer isso, não é? — Ele estreitou os olhos.

— Aaah... Nunca é muito tempo. Até mesmo para nós.

Observei algumas mulheres do bar interessadas em nossa conversa. A intensidade com que desejavam o homem de olhos negros à minha frente era enlouquecedora, eletrizante. Leonard tinha esse efeito. E até mesmo eu não resisti ao magnetismo de seus músculos quando nos vimos pela primeira vez. Ele me desafiou com seus insultos sarcásticos, carregados de um preconceito obtuso. Tive de ensiná-lo, na prática, o que a "gorda mal-amada" era capaz de fazer. Em muitos sentidos...

Vampiros, Gordura e um pouco de LoucuraOnde histórias criam vida. Descubra agora