Na faculdade alguns palestras e avisos eram feitos frequentemente a respeito dos dois alunos desaparecidos, tirando o fato de que eu os conhecia, não havia nada que ligasse os dois. Pouco se acreditava em assassinato em serie e faltava pouco para relacionarem a Julia a isso tudo.
Eu poderia matar o João, mas logo pensei, não passo quatro horas por semana malhando para perder tempo com um gordo, ele logo morreria, pela sua própria maldita boca. Eu também deveria dar um tempo ou parar de matar pessoas próximas.
Não era fácil ficar quieto. Todos os dias um pensamento diferente. Caralho, eu precisava matar alguém, mas tinha de ser espontâneo, não queria planejar nada dessa vez, mas eu estava com medo. Se mais algum aluno morresse não seria nada difícil ligar as mortes e muito menos para começarem a fazer as perguntas, eu me garantia, claro, mas não poderia prever como seria um interrogatório ou se aqueles filhos da puta começassem a juntar coisa comigo. Tinha sempre uma vagabunda me chamando de machista ou coisa do tipo, uma suspeita de assassinato seria uma bola cheia para essa gente.
Comecei a evitar de ficar sozinho em público, isso me impossibilitaria de tentar algo, mas é claro que não dava para obrigar as pessoas a ficarem comigo e logo no primeiro instante, bingo, lá estava eu sozinho no estacionamento quando uma mulher chegou, pelo jeito dela deveria ser professora. A certeza de que não haviam câmeras me deixava mais angustiado, a faculdade era incrivelmente deserta naquele horário. Eu precisava.
Aproximei-me dela. Troquei poucas palavras que fossem para dar tempo de ela abrir a porta, feito, a soquei no rosto, fiz com que entrasse no carro e a estrangulei por cima do casaco, não sei como funciona essa questão de impressão digital então não poderia dar bobeira. Como casaco cobrindo as mãos, posicionei o corpo no banco do motorista, fechei a porta e sai.
Não posso dizer o quão feliz estava por tê-la matado, era a realização de um desejo. Não fazia ideia de quem ela era. E nem me importava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ignorância
HorrorNo jornal noticiavam a morte, eu estava em êxtase enquanto me masturbava, seria incrível se ela dissesse o meu nome, se ela me culpasse pelo assassinato.