Contato humano

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" Ils saisentent bien. "

(Eles se sentem bem)

Marinette ficou surpresa com Chat Noir. Além de suas constantes cantadas, às vezes até levadas a sério por ela, o gatinho tinha um senso de humor admirável diante das situações adversas, constrangedoras e até mesmo dolorosas.

Ela se perguntou por que demorou tanto tempo para perceber essa faceta dele. Talvez sem a presença da máscara, ele agisse mais naturalmente, assim como ela. Por que tudo precisava ser tão complicado para os dois?

Quando perguntou a Chat Noir quando ele teria que ir embora, ele parecia um pouco nervoso ao responder que precisava estar em casa de manhã e que seria suspeito se não aparecesse na escola. Mas sugeriu que ambos estariam cansados demais para ir à aula no dia seguinte.

Marinette olhou para o relógio em seu quarto e percebeu que tinha mais seis horas antes de precisar acordar. Ela se lembrou das patrulhas noturnas como Ladybug, que a faziam voltar para casa tão tarde que ficaria desesperadamente sonolenta na classe no dia seguinte.

Então, com uma onda de mão desdenhosa, ela se arrastou para as cobertas na extremidade oposta, cruzou as pernas e esguichou os ombros com preguiça. Usando os dedos, ajeitou a própria franja e assegurou a Chat Noir com sinceridade:

— Mas, nem é grande coisa.

Marinette ignorou completamente as implicações do garoto. Este era o Chat Noir , afinal, e ela estava confortável em sua companhia.

E Chat Noir também estava gostando de conversar com Marinette. Foi sempre mais fácil relaxar, ser ele mesmo. Adrien tinha que ser perfeito. Adrien não podia cometer erros. Chat Noir podia. Chat Noir podia fazer piadas ruins, ser o tolo, parece ruim para alguns, mas para ele não. Estava livre, mas ainda havia máscaras sobre a máscara.

Ele tinha que ser um refúgio para Ladybug e isso significava agir de forma responsável e não sobrecarregá-la.

Chat Noir virou-se para dar uma olhada em seu quarto. Ele estava muito ferido para se preocupar em estar na mesma cama que uma menina.

— Se você diz... — disse ele calmamente. Ela parecia cansada demais. Ele não queria tornar isso mais difícil para ela.

Uma pausa e sua voz baixou o tom:

Por outro lado ... Você vai mesmo poder ir à escola? Talvez ... seja melhor você ficar na sua casa, até que você esteja um pouco mais curado e se sinta melhor, não?

A questão era inevitável. Ele franziu o cenho e balançou a cabeça.

— Eu nunca falto às aulas, a menos que seja absolutamente necessário. Isso vai contra meus princípios, a não ser que eu possa convencê-los da razão pela minha falta. E não quero que descubram... — disse ele, dando de ombros. — Mas eu posso lidar com isso. Preciso ser cuidadoso.

A afirmação do seu parceiro não a convenceu. De quem ele estava falando? Sua mãe talvez? Mas ela preferiu não perguntar isso. Poderia estar se intrometendo de mais. Logo, disse com preocupação claramente em suas características:

Levar um tiro não conta como necessário?

— Não conseguir andar em linha reta conta como necessário. — respondeu Chat Noir. Ele sabia que seu pai o tiraria da escola pelo menor motivo possível; se ele tivesse que escolher em eliminar uma de suas tarefas (E ele não podia escolher) seria a escola. E isso era algo que ele não queria. Então Adrien não poderia transparecer estar machucado.

Jogo Duplo - Descobertas (Double Jeu) • [Em Revisão 2023]Onde histórias criam vida. Descubra agora