O Primeiro Desafio

5° Julie

Simples assim. Façam a mala. E se eu não quiser ir?

-Ja avisei meu pai que dormirei aqui. Vamos arrumar a sua mala Julie. Saímos de madrugada, casa da Rafa, arrumamos a dela e vazamos.

Fico sentada.

-Não, eu não vou Sabrina. Eu tenho uma vida. Tem o colégio. Por favor, não me faça ir!- digo.

Ela sobe em uma cadeira e pega a mala em cima do meu guarda roupa. O colégio já está ciente de uma certa situação que nos ocorrerá, nós teremos as aulas gravadas e no período de provas serão designados professores para aplicar a nós particularmente. Quando tudo acabar, retornaremos a nossa vida Julie. Eu prometo.

Rafaela nada diz. Continua mexendo no meu computador, fazendo sabe-se lá o que.

Sabrina remexe meu guarda roupa, arrumando minha mala, colocando o que ela sabe ser necessário. É uma mala pequena, roxa, que pode ir tanto nas costar como no chão. Acho estranho quando ela coloca Sal lá dentro.

-Sal?- digo.

-Ajuda a despertar do sono. Digamos que já fui pega por Hipnos. Descobri isso na marra.

Ela continua arrumando.

-Não posso ir Sah, me desculpe, mas não posso te ajudar.

Ela respira, pousando a mão em cima da mala já fechada. Ela vem até mim se sentando na minha cama.

-Meu bem, eu sei que você não quer. Eu fui assim no começo, cinco anos atrás quando ela me assumiu. É horrível essa realidade de monstro, a qual eu desejava tanto. Desculpa estar tratando assim com tanta frieza, mas é o destino do mundo e não somente o nosso. Eu sei, estou sendo fria quanto a Isso, querendo que vc simplesmente abandone tudo. Não vou te fazer ir, você pode ficar. Mandarei algo cuidar de você.- ela me abraça, e sei que está tentando entender apesar de não aceitar, mas eu simplesmente não posso.

-A casa do Matheus é próxima Sabrina. Se quiser pode ir visita-lo antes de sumir. Você que sabe, mas temos que sair se quisermos chegar na minha casa antes da minha mãe.

Olho para Rafaela, sugerindo que Sabrina vá atrás do Matheus, eu não sei porque raios ela sempre apoiou os dois juntos, sendo que ele já magoou tanto a Sabrina.

-Não Vá!- digo.

-Promete que não deixa ele chegar perto daquela Vadia enquanto eu estiver fora?- ela pergunta, rindo

-Prometo nada, eu jogo ele pela janela.

-Por favor!- ela faz bico.

-A Gica que se vire, eu só dou o recado- digo.

-Obrigado.- ela me abraça.

Ela vai até a Sala, usar meu telefone residencial, enquanto isso espero com Rafaela Aqui

-Ta empolgada pra viagem?- digo, quebrando o silêncio.

Ela respira.

-Eu li os livros Julie, eu sempre soube o que os heróis pensavam, sabendo que acima das suas vontades estava o bem do mundo. Talvez seja difícil, mas eu sempre quis fazer algo grande, e bem, é minha grande chance. Eu vou.

Olho para ela assentindo.

-E se vocês morrerem?- digo.

Ela sorri

-Da uma de Orfeu e me busca lá com Tio Hades.- rio, tacando um travesseiro nela.

-Besta.

-Nós vamos ficar bem Julie. Não vamos batalhar, iremos só achar eles e treina-los. Bem, a Sah vai ter que me treinar primeiro mas de boa. Não vai ser lá tão perigoso.

Me arrumo e pego meu bilhete único, empresto o do meu irmão pra Sabrina, e Rafa pega o dela. Vamos visitar o Matheus.

-Por que você pode visitar ele e eu não posso visitar o João?- Diz Rafaela.

-Porque a Maria é somente sua amiga, e o Matheus meu namorado. Sacou a diferença?

-Vocês chamando ele de João e de Maria me confunde.

No calamos e ficamos esperando o ônibus chegar em Santana. Sabrina vai conversando com Rafaela, analisando o jeito dela, decidindo por fim de que a ensinará a usar arco e não espada, e talvez também uma adaga. Acho divertido mas nada falo, afinal de contas eu não vou.

O ônibus para em Santana e Sabrina liga pra Byah, pedindo ajuda pra chegar na casa do Matheus, afinal ela não sabe onde fica.

Byah vem buscar a gente e nada falamos sobre o assunto. Ela e Sabrina entra em uma conversa animada enquanto eu e Rafa conversamos a parte.

-Ela ficar seis meses longe do emo não vai dar certo- digo.

-Se ela atrapalhar a missão por causa disso não mesmo. Ela pira em saber que ele ao menos é amigo daquela lá. Se ele ficar andando com ela pelos seis meses a Sabrina manda ela pro Tártaro.

-Literalmente!- digo, e rimos.

-É engraçado como a Sah conseguiu criar uma vida totalmente normal, como se ela fosse outra pessoa. Ela foi sempre de arranjar Brigas, e tem um ódio mortal pela puta lá, ainda assim, ela não usou de todos os dotes que tem como semideusa, e encarou como se tivesse apenas capacidades mortais. Ela sendo filha de quem é, é surpreendente!- diz Rafa, olhando a Sah.

-Realmente. Eu no lugar dela, sabendo de quem sou filha, mandava a fulana pro espaço!- digo.

Rafaela cai na gargalhada. Sou filha de Eurinome pelo que a Sah dias, Talvez eu pudesse fazer isso.

-É aqui Sah, boa sorte aí.

-Valeu Byah, manda um abraço pro meu mel- ela Diz, abraçando e agradecendo.

Sabrina logo fica nervosa, mudando como sempre faz quando vai falar com o Matheus. Meu Deus do céu.

-É só bater na porta carai!- diz Rafaela.

-Eu sei, mas...

Rafaela toma a frente e bate logo.

-Seu bolsominion, abre logo isso!- grita

-Julie, me esconde!- diz Sabrina, correndo e me abraçando.

O irmão do Matheus que abre a porta. Ele sorri pra Sabrina, digita algo no celular e da passagem para que entremos.

Me apaixono pelo cachorrinho, uma lida bolinha de pelo que se contorce no tapete da sala.

-Ai que fofo!!!!- grito, indo correndo até o cachorro.

- Podem ficar a vontade, o quarto é por ali Sabrina- diz, indicando o caminho a ela.

-Hm, obrigado Jhonatan- ela diz, se direcionando ao quarto indicado.

-Ai!!! Matheus, para!- Sabrina paralisa na escada, olhando pra mim. Rafaela ergue a sombrancelha​, reconhecendo assim como eu a voz da puta.

-Isso vai dar uma merda linda- diz Rafaela se erguendo.

-Shiiiiiii- faz Jhonatan-