Um Lugar para Chamar de Lar

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Abri a escotilha que tinha embaixo de minha sela, e lá, assim como o homem misterioso havia falado, havia vários túneis.

A rede de túneis era escura, tinha iluminação apenas das frestas das outras escotilhas, que eram muitas.

Comecei a procurar o túnel que ele havia me dito, tinha várias fileiras, do alfabeto à números, e ambos juntos.

Depois de muita caminhada, achei o T17, era um túnel comum, como os outros, bem, era o que parecia. Fui caminhando até o seu interior,onde literalmente, vi uma luz no fim do túnel.

Tinha uma porta aberta, deixando toda a luz do sol entrar no túnel, e em sua frente estava o cara que me ajudou, aparentemente me esperando.

- Até agora o que mais demorou - bateu palmas - você não parece ser útil.

- Quem é você? - me aproximei dele - você acha mesmo que pode falar que eu sou não sou útil?

Ele deu um passo para frente, e logo em seguida, me deu um empurrão.

- Olha como fala comigo garoto - falou arrumando a luva - as suas coisas estão comigo, só devolverei quando me respeitar. Por agora, me siga

Olhei para ele com raiva, me levantei e o segui, sem falar mais nada. Ele me guiou até um hangar, onde disse que ia ter um helicóptero em instantes para nos pegar.

Alguns minutos depois, um helicóptero pousou e nos pegou.

No ar, o homem queria puxar assunto, mas não dei a minima. Chegamos na base meia hora depois.

- Bem, esse é o seu novo lar - falou o homem - você irá receber suas coisas aos poucos.

- Eu posso pelo menos saber o seu nome? - perguntei saindo do helicóptero.

- Você pode me chamar de Comandante Müller, e de que eu devo te chamar garoto?

- Voc.... - lembrei de seu título de comandante - o senhor pode me chamar de Tyler. E mais uma pergunta, você é de alguma facção

- Facção... - ele olhou para mim com uma cara de deboche - você esta em uma Ordem.

Fiquei assustado quando ele disse isso, todos que são da Ordem, são contra qualquer tipo de crime, e só os melhores são recrutados, e não é meu caso.

Nos conhecemos um pouco, ou melhor, ele me conheceu. Ele me mostrou meu quarto em quanto me zoava por eu ter sido o último a chegar no túnel, ele estava bem mais carismático do que quando nos conhecemos.

Ele me apresentou todo quarto, cada coisa, os alarmes de incêndio e depois saiu.

O quarto era grande para um "refugiado" como eu, tinha uma cama no canto, e uma fina parede com um cortina separando o banheiro do quarto.

Do lado da cama, um criado mudo cheio de comida, em cima, um abajur e minha mochila. Abri a mochila e dentro estavam minhas coisas, inclusive meu relógio e o relógio, porem parecia que nada havia sido revirado.

Peguei o relógio do meu pai e deitei na cama, fiquei o olhando, encarando. Cada botão era diferente, possuia simbolos diferentes, dava para ver que foi feito a mão, cada detalhe, coisas minúsculas, que faziam a diferença.

Percebi que a hora estava errada, e travada desde a última vez que eu o peguei, comecei a tentar reconfigurar ele, porém, não consegui nada.

Girei o botão que tinha de um dos seus lados, e a coisa mais estranha da minha vida aconteceu, de repente, os ponteiros começaram a voltar lentamente, e eu, comecei a me ver, chegando no quarto, conversando com o Müller, porém, eu não estava lá.

Soltei o botão, ele girou até onde tava antes, o ponteiro voltou ao seu lugar e funcionando. Levantei da cama, coloquei o relogio dentro da mochila e fui ao banheiro lavar o rosto.

Me olhei no espelho e estava normal, provavelmente foi o cansaço e o sono, apaguei as luzes e deitei de novo, mas dessa vez dormi.

A Lei do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora