Acordei com uma porta batendo, fui ver se era minha mãe. Desci as escadas e comecei a escutar ela e o velhote discutindo sobre as cervejas, achei melhor não entrar na discussão e subi denovo.
Percebi que uns 5 minutos depois, a discussão ficou um pouco mais agressiva, minha mãe começou a gritar com ele e ele fez o mesmo. Desci para chamar a minha irmã para subir, mas minha mãe me viu e me chamou.
- Tyler - falou como se estivesse anciosa, deixando sua discurssão de lado - o que você queria falar comigo?
- É... - cocei a cabeça - nada, esquece.
- Ok então... - olhou para o velhote e continuou a discussão.
Quando estava subindo para o quarto, lembrei de chamar minha irmã, que estava dormindo em cima de seus cadernos.
- Sally - falei baixo - vai pra sua cama.
- Estou indo - ela falou levantando - porque a mamãe e ... ele, estão brigando?
- Só vai pra cama, depois eu te falo.
Deixei ela no quarto e fui para o meu. Assim como ela, também fui dormir. De madrugada, escutei minha mãe gritando, corri para ver o que era.
Quando cheguei lá embaixo, o velhote estava completamente doido. Ele estava com uma garrafa quebrada na mão, ameaçando minha mãe.
Ao meu lado, tinha uma caixa de som, daquelas antigas, bem pesada. Não pensei duas vezes e a joguei na cabeça dele.
Na mesma hora, a cabeça dele começou a sangrar, ele se ajoelhou no chão, e foi caindo aos poucos.
- Ty...y...ler - minha mãe falou chorando - o que você fez?
- Ele ia te matar! - gritei
Ela pulou em cima dele para ver seu pulso, infelizmente ainda estava vivo, minha mãe começou a gritar comigo, perguntando o porque, e o que eu fiz foi correr para meu quarto. Quando subi as escadas, minha irmã estava em pé em frente a sua porta.
- O que aconteceu lá embaixo? - ela perguntou assustada.
- Sally... - comecei a chorar - eu tenho que sair de casa.
- Porque? Você vai me deixar? - uma lágrima escorreu de seu olho.
- Eu te amo e nunca te abandonaria, mas juro que irei voltar para te pegar - agachei e fiquei parado em sua frente - lá fora é perigoso, eu não arriscaria de levar.
-Promete que você não vai me esquecer, de dedinho? - ela estendeu seu braço em minha direção - pra onde você vai?
- Eu não sei, talvez eu fique um pouco com a titia ou na rua - prometi para ela de dedinho.
Dei um abraço nela, prometendo que eu voltaria, ela tambem jurou que não ia contar para a mamãe. Ela voltou para seu quarto e se deitou. Eu também fui para o meu arrumar minhas coisas.
Peguei minha mochila e coloquei algumas roupas. Em uma de minhas gavetas, bem no fundo, como se alguem tivesse escondido, tinha um relógio de bolso, antigo e todo sujo.
Fiquei parado olhando para ele por algum tempo, porque aquilo estava lá? Quem tinha posto? Aquilo era do meu pai! Ele não largava aquele relogio por nada. Quando meu pai sumiu, esse relógio estava com ele.
Coloquei o relógio na minha mochila. Sai do quarto, desci as escadas. Minha mãe ainda estava chorando, e provavelmente estava esperando uma ambulância.
Sai sem ela ver, e finalmente, estava livre daquela casa, agora, era só ir para casa da minha tia.
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A Lei do Tempo
Narrativa generaleMeu nome é Tyler, tenho 17 anos, resolvi fugir de casa por causa de minha mãe e meu padrasto, deixando minha irmã de 7 anos. A criminalidade estava crescendo nas ruas, novas quadrilhas e gangues se formavam, todos os países sofreram com a...