Apesar de ter passado o dia quase todo a dormir continuava com sono. Adormeci com a ideia de me tornar uma super heroína na cabeça. Não era uma má ideia mas gostava de saber quais eram os poderes que podia ter. E essa resposta chegou mais cedo do que eu pensava e queria, e tirou me qualquer hipótese de pensar melhor na ideia de voltar a Star Labs.
Acordei a meio da noite com uma voz a chamar-me. Assustada, olhei para o meu quarto e não vi ninguém. Estava com medo, mas a curiosidade falava mais alto e foi esta que me levou a sair do quarto e a procurar a voz pela casa. No entanto, não sentia a presença de ninguém, coisa que já me tinha habituado a sentir nos últimos meses e que, agora, podia relacionar com possíveis poderes. Embrenhado nesses pensamentos esqueci me da voz até ela voltar a falar e me assustar
Voz– Macy, preciso de ti!
A voz conhecia-me? Eu não a reconhecia e isso apavorava-me. Se calhar um dos meus poderes era ouvir vozes, mas isso normalmente estava mais relacionado com esquizofrenia e não com super poderes
Voz– não te assustes, estou a falar contigo – a voz continuou – preciso da tua ajuda. Encontra-te comigo no pé do Jitters.
Eu não tinha vontade nenhuma de ir, mas havia qualquer coisa na minha cabeça que estava a persuadir a minha mente e a obrigar-me a ir. Vesti qualquer coisa que não o meu pijama e preparei-me para sair de casa. Não sabia o que estava a acontecer, só sabia que estava a sair para me ir encontrar uma voz da minha cabeça. Se fosse apanhada nem sei como é que me ia justificar. Mas naquele momento eu não pensava nisso, só no encontro que ia ter.
Cheguei ao Jitters e não via ninguém mas conseguia ouvir uma respiração não muito longe. Sabia que estava acompanhada, mas não ver a pessoa com que me ia encontrar assustava-me.
Voz– Olá Macy, finalmente posso ver-te em pessoa – disse a voz, saindo de um beco
A voz pertencia a um homem nos seus quarentas, quase careca e com o cabelo praticamente. Apesar da cara parecer relativamente jovem, todo o corpo estava já velho ou pelo menos cansado. Com medo, recuei.
Voz– Não te assustes, não te vou fazer mal, preciso que me ajudes. Provavelmente, estás-te a perguntar porque é que, apesar da minha cara jovem, o meu corpo parece muito mais velho. A verdade: usei demasiado os meus poderes. Sim, também tenho poderes como tu!
Macy– Como é que sabe que tenho poderes? – nem eu sabia se realmente tinha
Voz– Acho que até já tu percebeste que tens sentidos mais apurados – como? – e já agora podes chamar-me Peter, em vez de vozEu fiquei super confusa, ainda não tinha falado nada, como é que ele sabia? Ele percebeu a minha reação e apressou-se a explicar
Peter– Os meus poderes incluem telepatia, que usei para comunicar contigo e para agora perceber que pensavas em mim como a voz; e manipulação das memórias, que usei para garantir que vinhas mesmo cá
Aquela explicação resolvia muitas das incompatibilidades que passavam pela minha cabeça a momentos atrás, mas a principal naquela altura continuava lá. Para que é que ele precisava da minha ajuda?
Peter– Já explico isso – ele respondeu lendo a minha mente – O que aconteceu é que quando eu descobri os meus poderes comecei a usá-los mal e isso provocou o desgaste que vês no meu corpo. A minha mente desenvolveu-se rápido com toda a informação que ia obtendo, mas o meu corpo não consegui acompanhar, exceto a cara, o que é um mistério que ainda estou a tentar perceber.
Ele fez uma pausa e eu não disse nada, ainda estava a tentar perceber como é que aquilo funcionava e o mais importante de tudo, como é que o meus poderes funcionavam.
Peter– Resumindo, eu preciso da tua ajuda para recuperar a juventude do meu corpo – ele prosseguiu – e para isso preciso que vás numa missão comigo, onde vai estar encarregada de controlar os movimentos, qualquer barulho ou cheiro suspeito.
Eu queria ajudar o homem, ele parecia só mais uma pessoa como eu, que tinha sido afetado pela explosão do acelerador de partículas. Mas tinha de perceber o que é que essa missão envolvia. Para além disso, ele tinha-me explicado os meus poderes e eu finalmente percebia-os e podia vir a controlá-los, se calhar mesmo a ajudar a Caitlin, o Cisco e o Barry com os criminosos.
Macy– O que é que essa missão envolve e que riscos é que podemos correr?
Peter– Estou a gostar isso cheira-me a um sim. O primeiro passo é aceder a um laboratório para eu me fazer umas análises e depois tenho que as interpretar mas já fora do laboratório. Só depois disso é que posso perceber como é que podemos continuar com a missão. Os risco são sermos apanhados, mas é para isso que tu vais estar lá, para evitarmos isso. Se por acaso formos apanhados, espero que não porque isso significa que não cumpriste o teu trabalho, não será muito grave porque as pessoas do laboratório não são más.
Macy– Se as pessoas do laboratório não são más, porque é que não vais lá e simplesmente lhes pedes que te façam testes?
Peter– Macy, tal como calculo que também tenhas sentido, quando percebi os poderes que possuía senti-me um como uma aberração. Não quero que as pessoas me vejam assim também
Macy– Ok, acho que te posso ajudar com isso. Quando é que vamos realizar a nossa missão secreta? – na verdade eu estava bastante excitada com tudo isto de ter poderes e poder ajudar
Peter– Com calma, rapariga. Hoje precisas de dormir que amanhã tens aulas. Depois das aulas vem ter comigo aqui – ele disse enquanto me entregava um papel com uma morada escrita – para combinarmos o que fazer amanhã à tardeLembrei-me que tinha combinado ir almoçar com o Dylan e depois irmos estudar com os outro. Parece que ia ter que cancelar os planos, mas era por uma causa maior por isso valia a pena. Espero só que o Dylan não fique chateado, já tinha bastado ontem quando eu lhe disse que tinha passado a manhã com o Thomas. Apesar de ele e o Thomas serem muito amigos, consigo sempre perceber alguns ciúmes com o Thomas, mas não vou deixar de me dar com ele só porque o meu namorado não sabe separar amor de amizade.
Quando me ia despedir do Peter, vi um vulto encarnado a chegar a super velocidade
Macy– Barry... – sussurrei mas suficientemente alto para ele ouvir e se virar para mim espantado
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Acrosense • The Flash [hiatus]
FanfictionMacy vivia a sua banal vida de adolescente em Central City até a explosão de um acelerador de particulas. Inicialmente parecia tudo normal, até aparecer, Ele aparecer