O Susto. II

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Capítulo II

Então de repente Anna chega em casa, enfurecida, bate a porta fortemente e sobe as escadas bufando de raiva, entra em seu quarto e o tranca deixando Franz e Violet intrigados. Franz então sai do quarto de sua filha, que era um quarto meigo com desenhos de flores , borboletas, as paredes eram azul bebê e o teto branco, ao lado direito havia um guarda roupa enorme branco e preto nas laterais e todo espelhado na frente, sua cama ficava no meio do quarto e ao lado esquerdo um criado-mudo para guardar materiais, mochila, e uma luminária que ela usava para dormir.
Franz bate na porta do quarto onde estava sua esposa e ouve sua mulher dizendo :

- Não entre! Me deixe! Hoje dormirei sozinha. Com soluços ao fundo.

- Posso pegar água pra você? Diz Franz, solícito.

- Já falei pra me deixar em paz! A hora que eu for tomar banho você pega o seu travesseiro e um cobertor e fique na sala.

Franz sem saber o que fazer desce as escadas e vai para cozinha, mas antes ele liga a televisão da sala para escutar a programação e entra na sozinha para fazer alguma guloseima. Ele então escuta de lá de cima :

- Desgraça! Isso é tudo minha culpa! Eu não devia... Eu me odeio.

Então passaram-se 8 minutos e Anna desce :

- Franz, você está olhando pra isso? Olha isso! Eu não aguento mais! Cada vez que eu me olho aparecem mais e mais hematomas, essa coceira infernal!

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- Franz, você está olhando pra isso? Olha isso! Eu não aguento mais! Cada vez que eu me olho aparecem mais e mais hematomas, essa coceira infernal!

- O que é isso? Está piorando, amor. Você passou no médico? Diz Franz com olhar duvidoso.

- Passei, ele disse que devido eu trabalhar o dia inteiro eu "ganhei" uma alergia por conta de stress que passo naquele hospital, as pessoas estão montando em cima de mim como se só existisse eu lá de auxiliar, todos os problemas eu tenho que resolver, cuidar, agendar, eu não tenho tempo nem para comer uma besteira, quando penso em cochilar vem alguém e me interrompe. Isso aqui é minha culpa, por ter sido tão boazinha.

- Se acalme Anna, se estressar agora não leva nada, nós podemos ir atrás de tratamento, mas por enquanto vá se consultando para vermos qual origem da sua alergia.

- Você tem dúvidas que seja stress? Anna cruza os braços e balança o pé direito.

- Err.. Eu.. Não sei.

No dia seguinte Violet acorda com seu pijama vermelho e vai pra sala, lá esta o seu pai, sentado no braço do sofá e impaciente :

- Que bom que acordou querida! Precisamos conversar sobre a sua mãe.

- Bom dia Pai! Hoje não tenho aula, podemos conversar sim aliás, gostaria muito de escutar o final da sua história, o Senhor acredita que eu até sonhei com aquilo?

- Filha o assunto é sério! Você vou aquelas marcas no corpo de sua mãe? Eu estou apavorado!

- Eu ainda não tive oportunidade de ver Pai, mas falando assim parece até ser uma coisa de sete cabeças. Eu hein.

- Enfim, o que você quer saber daquele dia?

- Tudo. Termine a história.

- Bem, então, naquele momento o medo tomou conta de mim, eu tremia por dentro pois não queria demonstrar ao padre o quão meu medo era forte, o que eu vi não foi vomito verde, não foi cabeça tirando 360° graus, e muito menos ele descendo as escadas como se fosse algo de filme.
O que eu vi foi aquele olhar penetrante dele, que ficou paralisado por minutos encarando meu rosto, nada ali se movia mais, o único barulho que eu escutava era o meu coração, a pia da torneira pingando e o tic-e-tac do relógio, eu estava completamente em perigo, o padre estava rezando muito, a senhora estava segurando aquele homem que me fez perder noites de somos por muitos dias.
De repente ele se agacha no chão, o padre começa a sufocar-se sozinho, os olhos daquele homem já não eram mais o mesmo, era um outro olhar, ele tinha os olhos azuis quando entrei na casa mas conforme os minutos foram se passando seus olhos foram mudando de cor, a iris dos olhos estavam totalmente amarelas, como se fossem anemia.
Ele tremia muito, eis que uma hora o inacreditável, aquela quantidade de cabelo que saiu de sua boca era de fazer o mais corajoso se borrar inteiro, como era possível alguém colocar tanto cabelo pra fora? Violet, eu juro pra você que naquela hora veio uma força astral que me fez segurar a bíblia que estava na mão do padre que estava asfixiado e com a outra mão segurar a água benta junto com o meu terço.
Rezei o Pai Nosso por diversas vezes, o homem sussurava palavras blasfêmias para atingir minha fé, algumas em outras línguas, mais a pior hora foi quando eu disse "Amém" e o homem que estava no chão começou a virar suas mãos em sentido anti-horário ou seja era impossível alguém sã fazer aquilo mas a parte mais marcante foi quando formou-se na testa daquele homem uma cruz ao contrário, dava pra ver certinho o formato.
Ele caiu, e o padre voltou a respirar o homem e ficou estirado no chão por segundos enquanto eu coloquei as coisas no sofá e pedi a senhora para pegar água ao padre.
Aquele cheiro desagradável foi embora, mas sabia que não tinha terminado, o mal poderia voltar naquela casa a qualquer momento e eu sei que não estaria lá outra vez para ajudar aquele pobre homem que sofria de possessão. Rapidamente o padre pegou o copo da mão daquela senhorinha, guardou suas coisas com pressa, me puxou pelo braço e disse que jamais voltaria ali outra vez.

- Depois daquilo você enfrentou outros exorcismos Pai? Violet estava comendo suas unhas de pavor.

- Não nunca mais. Mas desde então eu tive certeza de que o bem o mal vivem lado a lado e que ali não era o meu lugar...

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