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A Revelação.

Capítulo III

- Então foi por isso que você abandonou a Igreja?

- Também, pois além disso acabei conhecendo a sua Mãe e me apaixonei, e como não poderia misturar as coisas acabei deixando isto de lado, porém eu creio muito em Deus apesar de ter me afastado sou religioso demais, religioso a ponto de acreditar que o diabo só espera uma chance pra nos dominar.

- Credo! Tô fora dessas paradas, que sinistro! E o que houve com o padre?

- Ele morreu. Foi fazer um Exorcismo em Nova York, haviam 7 demônios dentro de uma mulher, quando o exorcismo acabou ele escorreu da escada quebrou maxilar e caiu direto em uma madeira pontuda, que não estava lá por acaso...

- E como era ser um acompanhante nesses casos?

- Não acompanhei muitos exorcismos, mas era cansativo principalmente pro padre, ele voltava esgotado, sem forças, ele não gostava de realizar pois toda sua energia ia junto com os demônios que os sugavam a cada sessão. Mas, por que está tão interessada em saber?

- É porque todos os cardeais como o Senhor tem histórias macabras pra contar. A mamãe também era da Igreja?

- Não. Sua mãe sempre foi de balada, até que a minha sogra que frequentava a missa aos Domingos a levou, me apaixonei e estamos aqui até hoje.

- Que legal.

- ... Que barulho é esse? Não é o portão abrindo? Violet vá até a janela ver.

Violet se levanta do sofá e vai até a janela :

- É a mamãe!

- Ela não devia estar trabalhando?

A porta abre.

- Violet arrume já suas coisas. Diz Anna que joga sua bolsa no chão.

- Co.. Com.. Como assim?

- Nós vamos nos mudar.

- Anna você está bem? Sente-se aqui. Como vocês vão se mudar? Pra onde? Sem me avisar? De um dia para o outro? Diz Franz que estava com uma expressão assustada.

- Violet suba e arrume suas malas, esvazie o seu guarda roupa, vou ter uma conversa com o seu pai.

Violet chora, resmunga e grita :

- Eu não vou me mudar, vou ficar com meu Pai! Você não tem o direito de me tirar daqui, tirar minha paz, minha alegria, eu nasci aqui e não vou embora!!!

Então Anna pega Violet pelo braço e a garota continua chorando, elas sobem as escadas, Violet se debate para não subir, Anna como era mais forte faz sua filha subir as escadas, abre a porta de seu quarto e joga a garota :

- Agora você vai arrumar essa droga é sem reclamar! Se você falar um "a" você vai conhecer a sua mãe.

Anna tranca a porta e escuta sua filha do quarto batendo na porta, e esperniando. Franz sobe correndo :

- O que você fez com ela? Desesperado ele diz.

- Nada. Ela vai me obedecer.

- Vamos pro nosso quarto, eu não admito que você faça isso com ela sem justificativas.

Eles vão ao quarto, Franz tranca a porta , senta na cama com Anna e pega nas mãos dela :

- Agora me diga, o que está acontecendo contigo? Você nunca foi violenta assim com nossa filha.

- Amor. Eu não estou bem, há dias eu estou tendo essas coceiras e isso me incomoda, eu não estou conseguindo trabalhar com os pacientes, já passei com 5 médicos diferentes lá no hospital pra ter a confirmação exata.

- Você não havia passado apenas com 1?

- Eu não quis te assustar por isso falei que ainda iria passar..

- Você me enganou este tempo inteiro, você já estava doente e não me falou nada?

- Por que você acha que eu não deixo você me tocar mais? Anna com lágrimas nos olhos.

- Essa doença..  Essa história de se mudar. Você está querendo separação?

- Longe disso. Eu te amo! Olhe aqui meus exames, o médico me afastou hoje da empresa e me mandou passar uma temporada fora daqui pois ele diz que além da alergia ser do stress que tenho passado a alergia vem da poluição da cidade.

- E pra onde você vai?

- Nós vamos para uma cidade há horas daqui.

- Ok tudo bem, vou arrumar minhas coisas também. Mas você comprou a casa???

- Querido. Você não vai! E sim eu já comprei a casa há muito tempo quando havia planejado onde passar minhas férias, mas como elas chegaram mais cedo eu estou indo.

- Você não me contou nada. Que lugar é esse? Que casa é essa?

Anna coloca seu dedo na boca de Franz fazendo-o ficar calado :

- Eu sei o que estou fazendo, lembre-se é pro meu bem.

- Tem cura?

- Não sei, os médicos não sabem que manchas são essas, alguns dizem ser alergia, outros dizem ser alguma doença rara sem qualquer tipo de tratamento por isso me pediram pra sair da cidade, ás vezes eu posso melhorar passando uns dias lá, é uma casa de campo, linda, tenho certeza que a Violet vai gostar.

- A menina está estudando!

- Hoje ela não teve aula né? Eu já fui na escola dela conversar com a diretora, pedi o afastamento dela já que ela já fez todas suas tarefas. Já já os alunos saem de férias também.

- Quando vocês vão?

- Amanhã cedo.

Franz não se conforma com o fato de Anna ter escondido tudo isso dele, abre a porta quarto desce as escadas e vai pra fora tomar um ar na rua. Violet arrumou suas malas mas acabou pegando no sono, Anna esta deitada em sua cama bebendo um vinho e lendo um livro.
Na manhã seguinte Violet é acordada com um beijo na testa dado por sua mãe :

- Meu bem acorde! Escove seus dentes e troque de roupa. Estou levando suas malas pro carro, te espero lá embaixo.

Violet acorda atordoada, com lágrimas nos olhos ela arruma sua cama e soluça. Escova seus dentes, bota um short jeans, uma regata laranja e seus chinelos pretos, prende seus cabelos e desce pra cozinha para comer uma torrada com manteiga, la estava seu Pai com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar :

- Por que ela está fazendo isso com a gente?

- Filha eu não sei. Mas sua mãe está com uma doença grave, talvez sem cura. Essas coceiras estão fazendo sua pele ficar na carne viva. Ajude-a e não a julgue.

- O Senhor vai conosco?

- Não. Preciso cuidar da casa e trabalhar, não posso abandonar meu emprego.

- E minha escola? Eu vou morar lá?

- Sua mãe já resolveu, conversou com a diretora, vocês vão passar alguns dias lá. Sua mãe está precisando passar um período sem trabalhar e precisa de um momento a sós com você...