Capítulo 3

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Pela primeira vez na vida Ruby ficou sem reação.

A bem da verdade, ela gostou dos lábios do doutor contra os seus. Era um toque quente e macio, e fez todo seu corpo se aquecer, seu coração acelerar, como nunca havia acontecido. E o beijo parecia demorar uma eternidade.

Quando ele lentamente se afastou, Ruby teve que conter um gemido de protesto.

— Você ficou louco? Não tem amor à sua vida? — ela esbravejou, empurrando-o para longe. Mas ao mesmo tempo sentiu falta dos lábios dele contra os seus.

— Eu tinha que fazer isso...

Ruby se aproximou dele ameaçadoramente, com a mão em sua arma.

— Se você fizer isso outra vez, eu vou atirar em um lugar que vai fazer com que você nunca mais queira chegar perto de mulher nenhuma.

Ela sorriu internamente quando James tentou disfarçar a surpresa, mas ele logo colocou um sorriso no rosto.

— Eu peço desculpas, mas não me arrependo... Quis fazer isso desde a primeira vez que te vi e...

— Você está bem? — Frank os interrompeu, voltando sozinho.

— Estou! — ela respondeu rispidamente, irritada com tanta preocupação.

Mas que merda! Ela sabia se cuidar e todos na cidade tinham uma boa ideia do quão bem ela sabia.

— Estou indo embora. — antes de se afastar, olhou para James — Espero que tenha entendido bem minhas palavras, doutor.

                Ele não respondeu, apenas ficou observando Ruby se afastar e ir embora.

— É amigo, tá para nascer o cara que vai domar essa potranca. — Frank disse dando dois tapas fortes do ombro do doutor.

                James encarou o homem com uma cara nada amigável. Não gostou da forma como ele se referiu a ela e muito menos da forma como ele a olhava.

                Ruby foi até sua caminhonete, ainda pensando nos lábios do médico. Ela nunca se sentira daquela forma com o toque de outro homem. Nem quando a situação dela com Peter era consensual, e ela acreditava ama-lo, seu corpo se aqueceu daquela forma, com um simples beijo.

                Enquanto dirigiu até sua fazenda, a imagem do doutor por várias vezes poluiu sua mente. Mas rapidamente Ruby tratou de afasta-las. Não queria, não precisava e poderia dar mais muitos motivos para não querer um homem a sério na sua vida.

                Sua amizade colorida com Thomaz funcionava do jeito que ela querida, o que resumia em ela o procurar, quando queria, quando estava afim e somente isso. Da última vez que ele a procurou, ela fez ele ir embora a base de ameaças.

                Dois dias depois, Ruby já tinha conseguido parar de pensar no beijo do doutor, ou pelo menos era isso que ela forçava sua mente a acreditar. Ela foi até a venda de Lily para comprar ração para suas vacas e quando chegou seus batimentos pararam quando percebeu que o doutor James e sua linda filha Zoe estavam na loja.

— Oi. — Zoe correu até ela e a abraçou.

                Qualquer um poderia esperar que Ruby ficasse tensa, ou rechaçasse a menina, mas não. Ela correspondeu ao abraço e sorriu enquanto acariciava os longos cabelos loiros de Zoe.

— Como você está princesa? — ela perguntou abaixando para ficar na altura da menina.

— Não quero ser princesa, quero ser uma vaqueira, igual a você.

Uma Mulher EspecialOnde histórias criam vida. Descubra agora