Desaparecida

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 "A dúvida tem a habilidade de pôr 

em dúvida tudo o que se acredita sobre

 alguém... e reforçar as suspeitas 

mais sombrias a nossa volta ."- Emily Thorne.


Alexander


O céu daquela noite está belíssimo, repleto de estrelas e com a lua iluminando tudo ao seu redor. O clima estava agradável e as corujas faziam com que me recordasse que tudo aquilo era real, aquele era o primeiro baile que eu iria com Charlotte como parceiro dela. Eu finalmente tinha tomado vergonha na cara e convidado-a para ir comigo como um casal de amigos. 

Tinha tudo para ser perfeito, o ambiente em que estávamos, as músicas que lembravam vários momentos da nossa amizade. Dançamos a música que ela adora, aquela era uma noite especial e mal sabíamos  que ela se tornaria em um verdadeiro pesadelo.

Uma semana se passou desde que o baile aconteceu e nenhuma notícia sobre ela apareceu, a polícia não descarta nenhuma possibilidade sobre o que aconteceu. Assassinato, sequestro. Ninguém sabe o que aconteceu. Eu suspeitei logo de algo, eu não sabia o motivo, mas ela tinha algo de errado, uma coisa inexplicável e que nem eu mesmo sabia ou imaginava o que era. 

Tudo o que sabemos é que ela foi a procura da mãe e após isso, um grito seu foi ouvido. Sua mãe não estava lá, ela foi atraída para uma armadilha, e não saber o que aconteceu com ela está me consumindo aos poucos.

Nós dois somos amigos desde que me lembro. Eu sempre quis protegê-la e não consigo imaginar a minha vida sem a sua presença.

—Alexander? — ouvi o delegado me chamar.

—Sim? Desculpe-me. —falei voltando minha atenção a eles.

— Pode repetir novamente seu último depoimento? —ele perguntou.

—Novamente?

—Sim.

— Como eu já disse anteriormente, Charlotte me disse que estava com fome e eu disse que ia buscar batatinhas para ela, eu fui  e a deixei sozinha. Quando voltei Melissa me avisou que ela tinha ido falar com a mãe.

— Você lembra a hora?

—Era umas 23 horas.

—Você foi procurá-lá?

—Sim, e não a encontrei.

—Você ouviu um grito quando estava saindo em direção ao local que ela tinha ido?

—Sim, quase no final do corredor que da em direção ao ginásio.

—Ok, você está liberado por hoje.

Levantei-me e sai da sala.

Esse já era o terceiro depoimento que eu dei desde que tudo aconteceu.

—Você soube? Encontraram um vestido sujo de sangue próximo da entrada da cidade em uma mata! -Melissa me disse assim que sai.

—Eu soube, o delegado me contou.

—Os pais dela estão vindo para fazer o reconhecimento...

—Eu estou preocupado, Charlotte sempre demonstrou ser forte. — respirei fundo.

— Ela é forte! Nossa amiga está bem, vamos acreditar nisso, Alex.

Melissa me abraçou.

—Eu sei o quanto vocês dois são próximos, aposto que fosse ela que estivesse no seu lugar, ela não desistiria de te encontrar.

—Eu não desisti! — elevei a voz. — Nunca vou desistir.

— Eles chegaram!

Os pais dela haviam acabado de chegar. Eu senti dor ao vê-los, se eu já estou sofrendo, imagina o que eles estão sentindo, toda a dor e sofrimento por não saber o que houve com a filha.

—Alexander, Melissa! —senhora Heimer disse aos nos ver.

—Olá senhor e senhora Heimer. — falamos uníssono.

— Eu quero que vocês participem do reconhecimento da roupa, vai que vocês se lembrem de algo ou encontrem uma pista. — senhor Heimer pediu.

—Tudo bem. — falei.

— Iremos ajudar em tudo. — Melissa confirmou.

—Estão prontos? —senhora Heimer disse com a voz embargada.

—Estamos sim. —falei.

Nós quatro seguimos até a sala do delegado, era segunda vez que eu iria lá em menos de cinco minutos. Fomos encaminhados até o setor legístico da delegacia, ao chegarmos lá, o responsável pelo local já nos aguardavam.

—Boa tarde, sou Peter Salle, sou o diretor do laboratório legista e forense da cidade, nossa equipe encontrou um vestido que pelas características podem ser da jovem desaparecida.

Ele colocou um par de luvas descartáveis e retirou de dentro de um armário o saco transparente e lacrado. Dentro dele existia um vestido e no saco uma etiqueta dizia: Sinais de DNA humano.

—Vocês reconhecem? —ele perguntou.

— Sim!Sim!—senhora Heimer exclamou desabando em lágrimas.

— Esse vestido era o dele. —Melissa começou a chorar também.

— Iremos analisar o DNA, iremos precisar de alguns pertences dela para coletar os DNA dela, pode ser uma escova de cabelo, de dente. -—Peter falou enquanto guardava o vestido.

— Iremos providenciar isso.— o pai de Charlotte disse.

Eu não consegui falar nada, minha cabeça está um verdadeiro inferno. Eu quero chorar, mas não consigo.

—Vocês estão liberados, podem ir para casa. —senhora Heimer disse.

Eu fui embora na mesma hora sem me despedir.


Olá amoras <3 esse capítulo foi curto e sai atrasado, era pra ser na quarta-feira, mas infelizmente estou adoentada ;-;. Espero que tenham gostado e obrigada pela leitura! 

Não sou elaOnde histórias criam vida. Descubra agora