Capítulo 1- Parte 2: O misterioso aniversário

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O dia depois daquele inesperado encontro foi bem rápido. Quando Valentina chegou em casa, Keylle primeiramente a advertiu por falar daquele jeito com o Príncipe Herdeiro e pela hora, mas depois ela ficou falando sobre como ele era bonito, e como Jason ficaria furioso se a ouvisse falando desse jeito. Ele iria voltar com Maggie – a mais nova- e Reyna – a mais velha - a qualquer momento, então as duas agilizaram tudo.

Valentina era muito mais chegada à irmã mais velha. A mais nova, aos olhos dela, era mimada, arrogante e prepotente demais. Já Reyna era humilde e tranquila, mas o principal que diferenciava as duas era que a mais velha sempre aceitou bem Valentina como irmã, já Maggie, sempre a olhou com superioridade.

Reyna era linda. Seus olhos eram cor de avelã, e seus cabelos eram negros e selvagens. Sua pele era escura, o que evidenciava principalmente suas lindas íris. A criada tinha uma inveja grande daquela menina; ela era realmente muito linda e seu corpo muito esbelto.

Ela não podia dizer que Maggie era feia. Pelo contrário. Era muito linda, tão quanto a irmã. A garota também tinha os cabelos negros como os da irmã, mas seus olhos eram verdes como a grama. Um verde tão intenso que chegava a hipnotizar. Seu corpo também era bonito, – não tanto quanto da irmã, mas era - e sua pele era morena. Na verdade, a família inteira era negra, e era isso o que os diferenciava. Aquela gente não podia adotar Valentina porque a menina era branca como a neve, e mesmo com seus cabelos negros, tinha uma mecha vermelha de nascença na cabeça. A criada já tentara cortar essa parte, mas da noite pro dia, a mesma mecha crescia, e ainda maior, então a deixou ali.

Sua relação com a família Madox era boa. Em parte. Jason, Keylle e Reyna eram legais com ela, mas Maggie era realmente horrível em questão de tratamento ou conversa. Era mesquinha e fazia questão de humilhá-la. Até Jason, que era mais fechado, a repreendia quando a ouvia debochar de Valentina ou até mesmo chamá-la de bastarda ou adotada.

A criada pensava, enquanto ajudava Keylle a terminar o bolo, que não devia ajudar. Tinha liberdade o suficiente para dizer quando estava cansada e tinha de parar de trabalhar. Não precisava ajudar em algo para quem não gostava.

Mas mesmo assim, ela ajudou. Varreu a casa, ajudou na decoração. Fez as coisas até exaurir os ossos. Mas era isso mesmo o que queria, ficar completamente cansada. Assim, dormiria pesado e não sonharia com aquele negócio de novo.
Agora estava em sua cama. Seu quarto era um cubículo, na verdade, era o sótão. Tinha um armário com suas poucas roupas, uma escrivaninha do lado de sua cama com sua pena com caneta e seu papel. As paredes tinham cores sem graça e o chão era de madeira polida. Um quarto normal de criada.

"Exato. Certas palavras. E é isso o que sou. Uma criada."

Valentina ficava viajando em seu mundo paralelo, onde tinha uma vida digna. Agora, aquele lindo príncipe não lhe saía da cabeça.

Dentre esses pensamentos, a garota viu uma coisa preta passando pela janela pequena de seu quarto. Não conseguira ver muito; passou muito rápido. Ela correu até o objeto e o abriu com força, tentando enxergar o que passou.

As velas dos vizinhos transportavam luz para seus olhos, o que não facilitou, pois a coisa tinha desaparecido. Mas quando ia desistir, ela viu. No canto do quintal, perto daquelas velas. Viu aqueles olhos amarelos a encarando. Valentina conhecia aqueles olhos.

"Não pode ser. Ele estava em meu sonho. Como veio parar aqui? Não pode ser..."

A menina correu para a cama, fechando a janela com um estrondo atrás de si. Puxou as cobertas até o queixo e desejou que o sono viesse. Mas o sono não veio. Uma pergunta martelava em sua cabeça, e a resposta que sua própria mente dava, era de espalhar calafrios por todo seu corpo.

O Poder Da EsquecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora