Prólogo

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Ela estava correndo.

Suor escorria no seu rosto, mas ela não ligava. Só queria sair daquela floresta imensa que não parecia ter fim.

Ela não sabia o que a perseguia, mas sabia que se fosse pega, seria seu fim.

A criatura estava cada vez mais perto, mas ela não iria desistir, não podia desistir. Não queria morrer.

Esses pensamentos corriam por sua cabeça quando pisou em falso no que parecia ser uma pedra mas eram galhos, e caiu.
A garota rolou até parar por conta de uma árvore, batendo forte contra ela.

A criatura foi se aproximando, um sorriso sinistro se formava em seu rosto horrendo e marcado por cicatrizes, até que... Ela parou.

Parou de andar até ela, parou de sorrir. A menina ficou petrificada, não conseguia levantar.

A coisa abriu a boca e sussurou:

- Você é uma deles...

- O quê?- Perguntou a menina sem entender - Eu sou uma o quê?

- Não posso dizer agora, mas você é uma da família das melhores. Seria um desperdício te matar... Depois de tantos anos vendo esse rei corrupto matar gente como você, ele precisa ser parado. - A coisa analisou a menina de cima a baixo - E você parece ter essa sede de justiça não é? Tem quantos anos? 15, 16? - A menina não conseguia falar de tanto medo e de sua mente fervilhando de perguntas. A criatura estalou a língua - Além de insolente, é lerda. Não tenho muito tempo. Devia te devorar, mas você pode ser a última de sua espécie nesse reino. Acabe com a ameaça maior. Estarei aqui, nos seus sonhos, quando tiver mais perguntas, só me chamar. Você entendeu? - Ela conseguiu assentir com a cabeça - Ótimo. Agora acorde. Tem um dia cheio amanhã. - A coisa virou de costas e começou a andar, mas parou e se virou na direção dela de novo. Pegou um galho qualquer e colocou na mão da garota - Tome isso. Assim saberá que esse sonho foi real.

ಠ_ಠ

Ela acordou.

Acordou enrolada nos lençóis e suada.

Em sua mão tinha um galho.

Ela atirou esse galho longe. Não podia contar a ninguém sobre esse sonho. Não tinha ninguém tão confiável a ponto de contar um sonho q poderia mudar sua vida.

Ela sabia o que eram "eles". Eram criaturas mitológicas e antigas, que foram extinguidos e não se sabe como. Uns tinham o poder de controlar a água, o fogo, o ar e a mente. O mais poderosos conseguiam criar as coisas. Controlar também, mas principalmente criar.

Ela não podia ser uma. E a coisa disse da família das melhores. Não podia ser.
Se fosse... Não. Não queria perder tempo pensando besteiras. Achava que a coisa tinha errado de pessoa, de sonho.

A menina sacudiu a cabeça com força. Tirou esses pensamentos da cabeça e saiu do quarto pra enfrentar o dia que realmente seria cheio...

Se a criatura acertou isso, será que teria acertado em outras coisas também?

Essa pergunta martelava em sua cabeça enquanto levantava da cama e trocava de roupa. E enquanto saía do quarto.
Mas foi logo substituído pelos gritos de seu senhor já mandando ordens até ela.

O Poder Da EsquecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora