Conto de fardos

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Era uma vez
Uma princesa nada encantada
Que com sua acidez
Vivia triste e enclausurada

Não podia ir e vir
Fora das paredes do castelo pisar
Não podia nem mesmo sentir
A brisa da janela soprar

Mas sempre diziam a ela
Que a vida era boa assim
Que mesmo sendo uma cela
Havia seda e carmim

"Para que essa tal liberdade?
Com ela não se dá de comer
Isso é apenas coisa da idade
Está na hora de você crescer"

E as paredes pareciam encolher
Sentia-se cada vez mais presa
Sabia que não podia correr
Tinha que aguentar com firmeza

E o rei todo poderoso
Parecia não entender
Ou apenas, orgulhoso
Escolhia não querer ver

E a então princesa clamava
Que por um dia sua vida fosse sua
Que pudesse fazer sua caminhada
Andar livremente pela rua

E na vontade de ir pra onde quisesse
Ela foi onde ninguém imaginava
E nada que o rei fizesse
Poderia trazer sua filha amada

Com um botão de rosa desabrochado no peito
Se foi a princesa nada encantada
E só sobrou ao rei um leito
E sua infinita jaula dourada

E ela estava quebrada.

_Gabrielle OM

Sinto muito ter quebrado a jaula, pai.

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