Capitulo 2 - Um novo amor?

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Depois do incidente com o Dylan, eu fiquei ainda mais anti-social do que eu ja era, minha rotina tinha mudado, agora eu acordo, vou pra escola, volto pra casa e me corto, tem sido assim durante meses, quanto a eu e Alice, nós nos falamos apenas na escola, não por causa do Dylan, mas sim por causa da minha nãe.
Hoje é domingo, meu plano era ficar em casa o dia todo vendo animes e ouvindo ON OK ROCK, mas não foi assim, logo de manhã, minha mãe me chamou pra conversar.
- Filha senta aqui, precisamos ter uma conversa.
- O que foi?
- Eu e seu pai estavamos conversando e decidimos que vamos nos mudar.
- O QUE? Mãe vocês não podem tomar uma decisão dessas sem consultar eu e o Sam!
- Filha o Sam só tem 12 anos e quem toma as decisões aqui é eu e seu pai!
- O que só por que vocês são adultos? Isso não faz sentido!
- Deixa de teimosia Helena! Você pode arranjar amigos novos la!
- Aff...
- Nós vamos nos mudar semana que vem, vamos para Los Angeles.
- O que? California?!
- Melhor se acostumar com a ideia!
Bom, pensando bem não vai ser tão ruim assim certo? Errado! Em uma parte será, vou me ver livre dessas pessoas que ainda me encomodam por causa do Dylan, porem vou ter que deixar a Alice pra trás, não sou boa em fazer amizades, e odeio a escola e odeio o fato de que eu vou ser a novata de la, bom como minha mãe disse, melhor eu me acostumar.
Os dias passaram e nos mudamos, minha mãe me matriculou em um colégio chamado Beverly Hills High School, ele esta entre os melhores colégios públicos de Los Angeles, espero que não seje muito rigido.
Quando cheguei la a representante da turma ficou encarregada de me mostrar o colégio:
- Oi eu sou a Zoey, sou a representante da turma e fiquei encarregada de te mostrar o colégio.
- Eu sou a Helena...
- Eu sei, venha por aqui...
E ela começou a falar de como a Beverly Hills High School era um colégio privilegiado e de como eles tinham troféus, a escola era incrivelmente grande, e tinha muita gente.
Eu estava me preparando para minha primeira aula de fisica naquela escola, eu não sabia como agir, e meu problema com transtorno de ansiedade só piorava as coisas, eu pensava que tudo iria dar errado, então eu entrei na sala e tentei ao maximo não fazer contato vizual, estava um dia quente e eu era a unica de blusa de manga comprida naquela sala, eu sentia calor mas não podia fazer nada, se eu arregassasse as mangas, os cortes poderiam aparecer, eles ainda não haviam cicatrizado completamente, então deixei pra la, me sentei na ultima carteira como de costume e fiquei quieta.
A professora me mandou levantar e me apresentou para a turma, o que me deixou nervosa, depois disso eu me sentei de novo e baixei a cabeça, até que eu sinto alguem me cutucando:
- Oi Helena eu sou o Zack
- Oi...
- Escuta você... pode me emprestar uma caneta?
- Claro...
Estiquei meu braço para dar a caneta a ele, e ele tocou minha mão, a mão dele estava tão quente... confesso que senti uma pequena atração por ele, ele era lindo, um loiro dos olhos cor de mel, lindas covinhas nas bochechas e uma boca vermelha e macia, era tão lindo quanto Dylan, mas eu não sabia se poderia confiar nele, eu confiei no Dylan e ele me usou, quem garante que Zack não seria um segundo Dylan [...]
- Escuta Helena...
- Fala
- Você é boa em fisica? É que eu não estou entendendo nada...
"Oppaaa, será que ele não é bom mesmo ou ele só queria conversar com você?", Porvavelmente é o que você esta pensando, e confesso que na hora eu tambem pensei nisso, ele realmente não era bom em fisica, e eu ajudei ele é claro.
- Claro eu te ajudo...
- Ótimo!
Enquanto eu o ajudava ele não parava de me olhar, as vezes trocavamos olhares, e eu me perdia em seu olhar...
Até que a professora estragou o nosso clima:
- Senhorita Montgomery, senhor Fitz Jerald, me parece que a conversa esta muito boa ai atrás, que tal dividir com a classe o assunto?
Eu fiquei quieta... mas o Zack:
- A Senhorita Montgomery e eu estavamos discutindo o assunto do quadro.
Tava na cara que a professora não acreditou, mas eu não a culpo, eu tambem não acreditaria [...]
Quando a escola terminou eu fui para casa e tudo o que eu conseguia pensar era no Zack, eu não queria adimitir mas eu estava afim dele e isso me dava medo, medo de que alguma coisa iria dar errado (como sempre), quando cheguei em casa me tranquei no meu novo quarto, e comecei a me cortar, me cortei porque eu tinha medo, me cortei por causa do meu problema de ansiedade, e me cortei por que eu ainda sofria com as postagens que o Dylan ainda fazia no Facebook, tudo isso me machucava muito, doia cada vez mais, cada corte foi ficando mais e mais fundo, até que atingi uma veia e sangrei até desmaiar, quando eu acordei eu estava no hospital, meus pulsos enfaixados, e o Sam sentado do meu lado.
- O que você ta fazendo aqui?
- A mamãe foi pegar um café e me pediu pra dar uma olhada em você.
- Muito agradável, meu irmão mais novo cuidando de mim.
- Deixa de ser chata Helena! A mamãe disse que vai levar você para ver um piscicologo...
- O que? Eu não preciso de um piscicologo.
- Bom ela acha que precisa...
- Impressão dela!
- Você tentou se matar, Helena!
- Foi sem querer! E não venha dar uma de mãe Sam!
- Não estou dando uma de mãe, eu to preocupado com você por que sou seu irmão!
Eu nunca o vi tão furioso, depois dessa conversa ele saiu batendo a porta com força, o Sam sempre foi o protetor da familia, mesmo sendo o mais novo.
Quando eu recebi alta do hospital fomos para casa, e no dia seguinte fomos para um piscicologo:
- Helena, quero que saiba que tudo o que disser nessa sala ficara guardado aqui, ninguem vai saber dos seus...
- Problemas?! Eu não tenho problemas doutor!
- Se sua mãe não achasse que você tem, não estaria aqui.
- Humpf
- Vamos começar falando da sua depressão, o que esta te deixando triste?
Eu não o respondi...
- Ta então vamos começar com um assunto mais leve, me fale de sua ansiedade, pelo o que percebi você não para de tentar estralar os dedos, o que indica que você não consegue ficar parada, e provavelmente deve estar pensando milhares de coisas nesse momento...
Eu continuei calada, mas ele estava certo, eu pensava em tudo ao mesmo tempo, e isso me deixava louca, minha mania de estralar os dedos era uma tentativa inutil de tentar me aliviar.
- Helena, transtorno de ansiedade é um assunto sério, junto com sua depressão fica pior ainda, você não pode ignorar esses problemas assim.
Talvez eu realmente não devesse, mas continuei calada, eu não queria ajuda de ninguem, muito menos dele [...]
- Bom ja que não vai responder nada que eu pergunte, acho melhor terminarmos essa seção.
No dia seguinte fui pra escola e me encontrei de novo com o Zack, eu sentei no mesmo lugar ao lado dele, e o olhei por alguns segundos.
- Oi Zack...
Vocês não sabem o sacrificio que foi pra eu ter coragem e falar "oi" [...]
- Oi Helena, desculpe não vi você ai.
- Sem problemas...
- Eu tava querendo mesmo falar com você, o que você acha de a gente sair pra tomar um café?
- Parece uma boa, que dia você quer ir?
- Que tal amanhã?
- Ta, claro!
- Ótimo te pego as 08:00AM
- Certo
E mais uma vez Helena, você foi trouxa... No dia marcado ele não apareceu pra me pegar, então fui ao café, eu pensei "talvez ele estivesse sem carro, ou sei la" quando cheguei no café eu me sentei na mesa de fora e esperei 02:00 horas, e ele não apareceu, eu fui pra casa deitei em minha cama e chorei.
No outro dia fui pra escola, e ele estava sentado la no mesmo lugar de sempre, ele estava conversando com a Zoey, me sentei ao lado dele como sempre e baixei a cabeça, eu estava com muita raiva dele, e ao mesmo tempo estava triste, era dia de prova, não podiamos fazer barulho ou colar, o professor estava olhando um por um pra garantir que não estavamos colando, até que ele vira de costas e Zack me entrega um bilhete:

"Oi me desculpa por não ter aparecido, tive que levar minha mãe para o hospital, podemos sair outro dia?"

Meu sorriso foi de orelha a orelha, e toda a raiva que eu sentia desapareceu naquele momento.
Mas, será? Será que devo acreditar nele? Minha ansiedade me corroia por dentro, e me fazia sentir cada vez mais e mais a vontade de passar a lamina em meu braço.
Resolvi aceitar o convite do Zack...
Mesmo horário e mesmo lugar, ele disse e fomos a cafeteria juntos, eu dei meu numero pra ele e ele me deu o dele, naquele momento, naquele lugar, com aquela pessoa, eu me sentia bem, eu sentia que eu finalmente havia encontrado a pessoa certa pra mim...
Aquela manhã foi maravilhosa, não parava de pensar que, agora que eu tenho o numero dele, iria chegar em casa e mandar várias mensagens para ele e ficariamos conversando a noite toda.

Goodbye - A Historia De Uma DepressivaOnde histórias criam vida. Descubra agora