Olhares escondidos

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Após esta longa caminhada que havia dado, decidi sentar-me num banco do parque para aliviar os meus pensamentos. Estava uma tarde bastante calma onde os pássaros cantavam de uma forma muito tranquila. O lago ,que estava a uma distância reduzida do sítio onde eu estava, passava a água de uma forma muito branda e suave. O vento soprava pelos meus cabelos longos e lisos e, naquela hora, onde o sol margulhava nas montanhas num momento de despedida, fez brilhar os meus cabelos. Fiquei neste estado de tranquilidade por um longo tempo , juntamente com a mãe natureza no seu puro estado,até que decidi voltar para o hotel para descansar. Enquanto estava a fazer o percurso de volta estava a pensar no facto de talvez sair com Pedro para lhe explicar o que sucedera. Cheguei ao meu quarto sentei-me na minha cama e peguei no meu telemóvel que estava na minha bolsa preta ,onde tinha uma notificação:

Mensagem recebida de : Pedro

Após ver de quem era desbloquei o telemóvel. Até que abri a mensagem e comecei a ler o que estava nela escrito:

Olá Bia. Precisámos de falar, é urgente! Amanhã às 11:30 da manhã podes encontrarme na avenida, e não arranjes a desculpa de que é muito cedo ahaha.

Foi a ocasião perfeita, respondi dizendo que estava combinado e para não ter a preocupações pois eu também precisava de conversar. Passado por volta de 5 minutos recebi uma mensagem do mesmo:

Ok está combinado, até amanhã macaquinha

Dei um sorriso mudo ao ler aquela mensagem, fico feliz por saber que ainda tenho um amigo a quem posso contar sempre. Enviei uma mensagem a desejar-lhe boa noite onde logo após isso desativei o telemóvel e preparei-me para me deitar nos meus cobertores confortaveis e ler um livro que estava ansiosa por ler. Quando estava a ler  acabei por adormecer com ele por cima da minha barriga.

Bia...Bia! Hey! Levanta-te!

Estavam a susurrar no meu ouvido, achei estranho pois isso não era muito usual, abri os olhos um pouco cansada, e vi que estava num parque de estacionamento. Muito iluminado e vazio , apenas estava uma rapariga à minha frente, era Marylin:

B- Ma..Mary? Que estás a fazer aqui? Onde estámos? O que se está a passar?

Marylin olhou para mim, de uma forma muito maligna, deu um sorrisinho e falou:

M-Ora, ora a bela adormecida finalmente acordou , a menina inocente e que toda à gente adora, achavas mesmo que eu iria deixar-te enrolar com o meu irmão?! Por favor! Tu és um rapariga que não tem objetivos, és simplesmente ridícula, fiz tudo isto só para poder arruinar a tua vida! Pois tu fizeste-me o mesmo em tempos! E agora chegou a hora de me vingar...

Fiquei aterrorizada, senti-me uma inútil e que não podia fazer nada. Não estava mesmo a compreender o porquê de ela me estar a fazer aquilo:

B-Mas..o que é que eu te fiz? Como é que ousas em dizer...

Mary nao permitiu que eu terminasse o que eu ia falar, alteando a voz para me fazer ficar calada:

M-Cala-te, já nao te suporto! Vais deixar de ser essa sonsa e vais ter um belo futuro, ourevoir vadia!

Quando ela disse estas palavras desviou-se da minha frente e permitiu que a minha visão visse um carro a alta velocidade a ir em minha direção. Mal vi , tentei sair do chão ,mas parecia que este puxava-me ainda mais para baixo, como se me tivesse todo o peso em meu corpo. Desesperada, gritei e tentei com todas as minhas forças fugir:

B-NÃOOOOOOO!!!! AJUDEM-ME

Quando o carro quase chegou perto de me bater , acordei de relance na minha cama, deixando o livro cair. Estava com o batimento cardíaco muito rápido, parecia que tinha corrido uma maratona, estava com a respiração igualmente acelarada mas ,fiquei tranquila por saber que era apenas um pesadelo que havia tido:

B- Meu deus! Que pesadelo...acho que vou tomar um banho para refrescar as ideias

Tomei o banho e logo de seguida fui ver as horas..já eram 11:20h Merda! Hoje o dia estava começar muito bem! Vesti rapidamente uma blusa amarela , que também era body, com folhos nas mangas e uma saia preta de ganga que me dava por cima dos joelhos com um conjunto de sapatilhas pretas da newbalance. Desci a correr o hotel e a rua que dava para a avenida, quando cheguei ao ponto de encontro estava muito cansada, o que me fez lembrar o pesadelo que tinha tido esta noite. Enquanto eu me tinha sentado num café à espera de Pedro, senti alguém a tocar no meu ombro, olhei de relance e vi que era ele:

P-Vejo que a menina não chegou atrasada!

Antes de poder falar, levanto-me e dou um abraço ao mesmo, ele retribui. Depois disto falei ainda com a respiração acelarada:

B- Vim a correr, mas chega de conversas, vamos dar um passeio?
P-Sim claro!

Enquanto estávamos a caminhar, Pedro contou que combinara com Mary um almoço estes dias, os dois tinham-se divertido muito e acabaram num romance , mas quando isso acontecera os dois voltaram para casa em silêncio ,quase como se tivessem cometido um crime. Sabia eu, que mais tarde ou mais cedo iriam voltar a falar, são como o íman e o metal, por isso, depois de ele ter terminado o que acontecera entre os dois falei do que se passou comigo e com a Matilde, quando soube desta novidade ficou muito surpreendido ,dizendo:

P- Caramba, ela parecia realmente feliz por estar por aqui, pensei que ela realmente gostasse deste lugar
B- Eu também pensava Pedro, mas as aparências iludem muitas vezes, não é verdade?

Pedro assentiu com a cabeça ,concordando com o que tinha respondido. Mais uma vez lembrei-me do pesadelo, parece que isto me perseguia a toda a hora e momento, nunca acontecera antes. Pensei por momentos em contar esse meu pesadelo a Pedro, mas lembrei que ele nunca acreditara em coisas paranormais portanto, não iria acreditar num pesadelo que não tinha significado. Secalhar estou a exagerar, talvez tenha sido só um pesadelo normal, um pouco estranho talvez, mas que não passava de um pesadelo e não de uma realidade, talvez seja melhor deixar isso de lado e esquecer.
Reparei que Pedro olhava para os postes de luz com um brilho nos olhos, estava perdido nos seus pensamentos, rapaz muito pensativo e bom ouvinte, sempre pronto para novas ideias e disposto a ajudar os outros, bastante determinado , chegando a ser teimoso e a magoar-se às vezes por essas mesmas ações. Estava um grande silêncio na rua, poucas pessoas se encontravam, estavamos a sós, parámos por um momento, até que Pedro vira-se para mim , e num susurro fala:

P-Já está a ficar tarde, tenho que ir, e não te preocupes com a Matilde, ela é muito independente e sabe o que faz
B-Claro, eu sei disso perfeitamente, mas dá sempre aquela preocupação

Pedro deu um sorriso fechado, que logo de seguida me levou em direção ao peito dele. Quando eu sai daquele abraço e nos despedimos, reparei que um rapaz com uns olhos castanhos claros observavam, mal ele viu o meu olhar a avistar o do mesmo, desapareceu muito misteriosamente, lembrei-me de Manu, porque seria ele? Nem sequer gosta de mim, porque haveria de perder tempo a perseguir-me? Enfim, nunca saberei, por isso, continuei caminho, pois não valeria a pena tentar ver quem seria, já nao iria apanhar, de qualquer forma, estava atenta a qualquer movimento.
Cheguei ao hotel, estava tudo muito silencioso, fiz o menor barulho possível, quando cheguei ao meu quarto, estava exausta, foi um dia relamente cansativo, fisicamente e psicologicamente, mal me deitei na cama fechei os meus olhos e adormeci.

Olá a todos! Aqui está o vosso capítulo tão esperado. Comentem o que acharam, pois gosto sempre opiniões construtivas e de saber o que vocês acham. Para a semana virá mais. Xx

Amor Sem RumoOnde histórias criam vida. Descubra agora