Capítulo 3

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  Acordo de súbito, olho o relógio, seis horas, estou atrasada. Levanto da cama rapidamente e começo a me arrumar, tenho que está pronta para pegar o próximo ônibus daqui a quarenta minutos.

  Trabalho na Conarque, desde quando me formei em Administração. A Conarque é uma agência de publicidade no centro de Belo Horizonte, nestes dois anos em que trabalho na empresa sempre fui tratada muito bem. Não vejo motivo ainda para não gostar deste emprego, se eu chegar a sair dele será para conseguir um estágio na minha área.

  Ainda bem que consegui chegar a tempo, tenho muita coisa para fazer que ficou acumulado de ontem. A Sra. Lúcia fica aliviada em me ver.

  - Bia, pensei que não viria mais hoje, fiquei preocupada você nunca chega atrasada. Aconteceu alguma coisa? 

  - Não podia te deixar na mão Lúcia. Eu só perdi o ônibus. - respondo.

  - Estou feliz por você ter vindo mesmo assim. Obrigada!

  Ela agradece, em seguida sobe para a sua sala. Respiro fundo e começo meu trabalho.

Enfim sexta feira. Não irei à faculdade hoje. Tratarei de descansar. Amanhã será a festa surpresa da Alice. Já está tudo preparado, o namorado da Alice irá leva-la a uma festa que ela não sabe que é pra ela. O Dj fica por conta do espaço dele e o buffet cuidará da decoração que eu e na Natalia escolhemos. Antes de dormir recebo uma mensagem do Pedro.

    * Boa Noite, Bia.*

 Respondo- o e deito na cama, por mais agitada que estava eu consegui dormir com a cabeça tranquila e o coração preenchido só com a mensagem do Pedro. 

Enfim sábado, acordo já tarde e começo a arrumar minhas coisas, e sigo para a cozinha ver se encontro o almoço pronto e já almoço. Volto para o quarto e fica pensando onde está minha mãe que deixou o almoço pronto e não está em casa e por incrivel que pareça levou todos com ela. Quando já estou de saída vejo eles chegando.

  - Vocês chegando e eu saindo. - falo e dou um beijo em cada um.

  - Onde você vai mocinha? - pergunta meu pai.

  - Estou indo me arrumar na casa da Naty, de lá já iremos pra festa da Alice. - respondo.

  - Ah é verdade. - diz ele recordando. - Juízo em, e se divirta.

  Ambos me abraçam e eu sigo para o ponto de ônibus com destino há São Gabriel, mais conhecido como o bairro da Natalia e do Pedro.  Chegando na casa da Natália nós mais enrolamos do que fizemos alguma coisa, como sempre deixando tudo para a última hora, começamos a arrumar o cabelo cinco horas da tarde, assim que eu termino de arrumar notamos que precisamos comer alguma coisa antes de ir.

  - Bia, você podia ir na mercearia aqui do lado comprar uma Coca pra nós comermos com Doritos. - diz Natália.

  - Onde é? - pergunto.

 - Atrás da casa do Pedro.

  Sigo para casa do Pedro e viro a rua pra chegar. A mercearia é bem atrás mesmo da casa dele. Encontro atrás do balcão uma mulher morena , cabelos pretos e olhos escuros, parecida com o Pedro que sorri pra mim educadamente.

 - Boa tarde, o que gostaria? - pergunta

  - Boa tarde, uma coca.

  Ela olha para mim indecisa e indo olhar no congelador.

  - Acho que Coca não temos, tem preferencia a algum outro tipo de refrigerante?

  - Pepsi? - pergunto.

  - Pepsi tem. - diz sorrindo.

  Pago o refrigerante, enquanto ouço de fundo alguem gritando "Mãe", quando chega mais perto percebo que a voz é a do Pedro.

 Ai meu Deus! Não acredito que a Natália fez isso?! Eu estou na loja da mãe do Pedro. Estou conhecendo a mãe dele. Meu coração está disparado, não sei como reagir. Pedro olha para mim com um sorriso torto estampado e lindo.

  - Bia? - pergunta ele, me cumprimentando.

  - Pedro? - respondo.

  - Bia? Essa é a famosa Bia, Pedro? - interrompe a mão dele me abraçando.

 - Mãe ? - diz Pedro repreendendo-a.

 - Prazer Bia! Meu nome é Helena. - diz ela.

  - Prazer Helena. - cumprimento-a timidamente.

  - Bia, seu pai te trouxe aqui? - pergunta ele.

  - Não, eu vim de ônibus. - respondo.

  Estou tão concentrada nele que nao percebi que Helena saiu do local.

  - Estava pensando em te ligar. - diz ele.

  - Serio? E por que? - pergunto interessada.

  - Te chamar para sair, conversar. Topa?

  - Hoje tenho um compromisso, mas já que você me convidou, porque você não aceita o meu convite e vai ao compromisso comigo?

  - Que compromisso? - pergunta curioso.

  - É uma festa surpresa que a Natália e eu fizemos para nossa amiga Alice. Então, agora a pergunta que não quer calar, topa? 

  - Topo claro. - responde sorrindo. - Que horas será?

  - Oito horas, teoricamente já está quase na hora.

  - Verdade, já são seis. Eu te busco pode ser? - pergunta.

  - Se você quiser, eu vou estar na casa da Naty. - respondo-o sorrindo.

 - Oito horas estarei na casa da Naty. - diz ele

 Sorrio para ele e digo com sarcasmo. - É tão longe.

Ele ri e volta para entro. Chego com a Pepsi. Naty grita de onde está.

  - Poxa, achei que estava fabricando a Coca.

  - Estava muito ocupada resolvendo umas coisinhas. - chego perto dela. - Alias, Srta. Natália eu devia te matar.

  - Ah, convidou o Pedro que eu sei - fala animada e gargalha.

  - Quem falou isso? - pergunto fingindo de ofendida.

  - Ah eu te conheço, se você não convidasse agora eu mesmo iria ligar e chama-lo pra você. - diz toda estonteante abrindo o refrigerante.

   Acabo de me lembrar que comprei o refrigerante e esqueci do Doritos, saio correndo do quarto e vou na cozinha onde ela se encontra. - Natália aqui tem algo pra comer com mais sustância do que Doritos?

  - Por que ? - ela pergunta.

  - Tinha acabado lá. - desculpa população precisei mentir, porque seria caçoada o resto da vida só por ficar olhando para um cara e esquecer a comida.

  Terminamos de arrumar e pergunto para ela.

  - Então, como estou?

Estou com um vestido azul escuro de renda meio rodado e sapatos de salto vermelho.

 - Está linda! E quanto a mim? - ela está com uma blusa mais curta preta  e saia lta estampada com salto preto.

  - Maravilhosa. - respondo. E começamos a rir uma da outra falando. Não sei se é nervosismo ou ansiedade, mas já está quase passando das oito horas e eu estou andando de um lado para o outro. Então ouvimos barulho de buzina, era ele. O Pedro estava com uma calça jeans preta justa em seu corpo e uma blusa de cor salmão. Ele estava lindo!

  - Ainda bem que chegou nossa, vou ir com vocês. - Natália fala interrompendo minha observação e já entrando no carro.


  

Meu pai... Seu amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora