Capítulo 1

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   Acabo de acordar com o barulho de meu pai procurando alguma coisa na varanda. Resolvo me levantar, talvez eu consiga fazer com que ele me leve à casa da Natália. Dou uma olhada na minha imagem no espelho e fito a garota pálida de cabelos pretos e olhos verdes com vestidinho estampado e sapatilha preta, agora sim, estou pronta para ir.

   Percebi que meu pai está tirando o carro da garagem. Na hora certa Beatriz, aproveito e peço-o uma carona, relutantemente ele aceita me levar. Entro no carro, e direcionamos direto para Venda Nova.

   Ele está focado na estrada quando olha para o celular tocando, e fala:

  - Beatriz, me desculpe. Terei que passar na casa do meu amigo primeiro, ele já está me ligando. Avisa sua amiga que não iremos demorar.

  Meu pai não se parece muito comigo, eu puxei mais minha mãe, ele tem cabelos castanhos, mas tem a capacidade de me deixar tranquila quando estou muito agitada, como hoje.

  - Tudo bem pai, não se preocupe.

   Vou o percurso inteiro mexendo no celular, ele para o carro e já vai até a casa do seu amigo, eu fico a sua espera ouvindo música. Quando resolvo reparar o lugar que estou, descubro que o local não me é estranho. Acabo de descobrir que em frente à casa do amigo do meu pai é a casa da Natália. Desço do carro e vou em direção ao meu pai.

  - Pai. - Chamo-o.

  - Oi filha, aconteceu algo? Quero lhe apresentar meu amigo Pedro. Pedro essa é minha filha Beatriz.

  Caramba! Ele é jovem e lindo!

  - Prazer em conhece-la, seu pai fala muito de você. - Diz ele estendendo a mão para me cumprimentar.

   Muito atraente, e educado. É baixo só que mais alto do que eu, está com camisa preta, calça jeans, tem o cabelo revolto pretos e olhos redondos que me olham com astúcia. Demoro um pouco a falar.

  - Prazer em conhece-lo também. - murmuro.

   Aturdida, coloco minha mão na dele e nos cumprimentamos. Quando nossos dedos se tocam, sinto um arrepio me percorrer. Rapidamente retiro a mão, e meu pai interrompe.

  - Então, Bia o que aconteceu? 

  - Aconteceu? - pergunto.

  - Você me chamou. Aconteceu alguma coisa?

  - Hã! Era para avisar que a casa da Natália é aqui na frente, e que estou indo pra lá.

  - Vai lá. - ele diz sorrindo.

  Meu pai me abraça se despedindo, e eu aceno para o Pedro.

  - Tchau. - Digo.

  - Tchau. - diz eles.

   Atravesso a rua caminhando para a casa da Natália me sentindo estranha. Não entendo porque me sentir assim quando ele me tocou. Nunca aconteceu isso comigo. Natália abre a porta, me tirando o pensamento.

  - Oi Bia! - diz ela me abraçando.

  - Oi Naty! - digo

  Entramos em sua casa, não posso esperar para conta-la a novidade

  - Naty, que vizinho é esse? Meu Deus! Ele é muito lindo. - digo admirada.

  - Quem? - ela pergunta.

  - Pedro. - respondo impaciente.

  - Hã, ele é bonito mesmo, interessou? - pergunta ela ficando animada.

  - Sim, mas acho que ele não. - dou de ombros.

  - Duvido Bia, você é linda! Ele só não demonstrou, pode acontecer. - vejo-a indo à cozinha e volta comendo um pão de queijo. - Onde você viu ele?

  - Ele... ele é amigo do meu pai. - gaguejo.

   Ela arregala os olhos. - Mentira? - pergunta surpresa.  Eu balanço a cabeça para ela falando que não é mentira. E ela senta no sofá.

  - Agora está explicado porque ele não mostrou interesse. - diz entendendo tudo com a mão no queixo.

   Como ela faz isso? Ela simplesmente me deixou com expectativa sobre ele. Natália é o tipo de amiga conselheira, onde todos querem ouvi-la. Loira de cabelos lisos e curtos e linda.

  - Pode ser. - respondo querendo acabar logo com o assunto. - Naty faltam poucos dias para o aniversário da Alice, precisamos resolver os últimos detalhes. 

   Ela olha para mim como se estivesse esquecido de algo.

  - É mesmo! Eu fiquei de conseguir o jogo de luz. - acrescenta.

  - Conseguiu?

  - Não. Meu tio jogou fora o dele.

  - Oh Deus! Nós podiamos contratar algum Dj. O que acha?

  - Mas o que tem haver Dj com o jogo de luz? - pergunta.

  - Normalmente quando você contrata um Dj, ele tem jogo de luz. - respondo ironicamente.

   Naty suprime um grito. - Isso. E com o dinheiro que os convidados irão pagarem para entrar, nós pagaremos o Dj. 

  - Combinado.

  - Combinado. - repete.

   Começamos a buscar na internet nome e preços de Dj acessível para a festa. Achamos um adequado, que toca variados tipos de sons, com direito a escolha da música desejadas.

  Batemos palmas e uníssono.

Meu pai... Seu amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora