Saímos daquele dormitório, onde todas cochichavam e davam altas risadas de mim e Kelly, aquilo me dava nos nervos, mas valia o esforço, tadinhas... Tão bobas, mas sabe... Toda aquela chacota que faziam, era o alimento preferido do meu ódio, eu o considero como uma criança dentro de mim, que estou guardando e alimentando, e no momento certo, irá se expelir de mim, e será desastroso!
Kelly me puxava pelo braço, meus pés apenas a acompahavam, eu estava perdida em meus pensamentos como sempre, deixei que ela me guiasse,
Daí eu percebi, que não estáva-mos indo na direção da cozinha, mas sim para um porão, que nem eu sabia que existira no Orfanato."Pra onde essa louca está me levando?" pensei comigo mesma.
Ela não parava... Seguia firme, em passos largos e rápidos, rumo aquele porão, e eu desajeitada andava.
-Espere! Exclamei.
- Oque foi? Ela perguntou.
-Que lugar é este? Perguntei olhando fixamente o porão velho.- Não faça perguntas, vamos, temos pouco tempo para preparar o jantar especial...não podemos deixá-las esperando...não é mesmo?-disse ela em um tom maléfico, chegando a me causar um leve arrepeio juntamente com prazer.
Por minha mão saiu a me arrastar novamente, em direção aquele porão, chegando na porta, que por sinal era bem velha, uma porta de ferro vem enferrujado. Tirou do bolso uma chave em formato quadriculado, e logo destrancou aquela "porta", fez um baita rangido, o barulho me pegara de surpresa chegando a me assustar!
Entramos naquele covíl, o lugar tinha pouca iluminação, tinha apenas uma minúscula janelinha basculante, que estava emperrada, tinha 3 baús grandes em cima de uma mesinha de madeira, até que o "quartinho" era limpinho, não tinha teias de aranha nem ratos ou poeira como tinha imaginado! Kelly se dirigiu á um dos baús, o abriu , e eu curiosa enclinei a cabeça para ver o que se guardava ali.
-Aproxime-se. Ela falou.
Me aproximei, e o que vi naquele baú confirmou tudo que eu pensava sobre Kelly, em relação a ela ser louca! Bem...oque havia ali? Nada mais, nada menos, de que uma coleção de armas, facas, e muitas...muitas seringas e uns pequenos recipientes com umas substâncias de cores estranhas...
Ela pediu para que eu pegasse o recipente com o líquido de cor avermelhado, e assim eu fiz, ela me ofereceu uma máscara, daquelas que se usa em consultórios, pediu para que eu usasse na hora do preparo com a comida.-Isso vai matá-las? Perguntei.
-Ainda não Tóia...ainda não, isso será apenas uma amostra do que vem pela frente- disse kelly virada de costas pra mim.
-Vamos sair daqui, temos um jantar a servir (risos)- Kelly disse.
Passamos pelo corredor, e entramos na cozinha, de lá podia-se ouvir as risadas daquelas malditas.
Eu cuidei de preparar a sopa, enquanto Kelly cortava os legumes, seria um jantar inesquecível...sim, seria!
Kelly cortava aqueles legumes com tamanha raiva, que se escutava ao longe as batidas da faca naquela tábua, haha, que ótima maneira de descontar a raiva...Depois de horas de silêncio total naquela cozinha, com o barulho apenas da faca de Kelly assacinando aqueles legumes, a sopa estava prestes a ir a mesa
-É chegada a Hora! Disse Kelly
Os olhos dela brilhavam ao saber que estáva-mos um passo a frente a por nosso plano em prática.
Colocamos as máscaras, peguei a travessa com a sopa e a segurei com as duas mãos para que Kelly pusesse o nosso "toque final" ou
"Toque especial" como preferir.
E assim ela fez, colocou exatamente três gotinhas daquele líquido escroto, mesmo com a máscara eu podia sentir o cheiro, era bem forte, mas não era cheiro de podre ou nada parecido, era...como posso dizer...era estranho, sabe aquele cheiro que sentimos quando estamos num velório? Parecia muito com isso.