Lauren estava a caminho do quarto de Camila, aquele seria o penúltimo dia e ela estava calma. Logo tudo isso iria passar, Lauren tinha a certeza de que Cabello iria acordar e tudo voltaria ao normal.
No caminho, Lauren encontrou a Doutora Delevingne, ela conversava com Sinuhe e, aparentemente, a avó de Camila. Jauregui tentou não escutar a conversa das mulheres mas ela sabia que quando elas conversavam não era coisa boa, definitivamente não. Da ultima vez que isso aconteceu, Delevingne tentou fazer Sinuhe assinar os papéis e, logo a mulher apareceu com a permissão assinada. E se ela estivesse tentando fazer com que Sinuhe autorizasse desligar os aparelhos agora?
Lauren não podia deixar isso acontecer.
A garota se aproximou das mulheres, escondendo o corpo por detrás da parede que separava o corredor com a cafeteria do hospital.
- Eu não quero fazer isso, acredite, mas você tem que pensar que é ela quem está no comando. - A voz da doutora soou um tanto quanto baixa, os suspiros pesados de Sinuhe também podiam ser ouvidos - Ela sempre esteve.
- O que você quer dizer com isso? - Lauren pensou que fosse a voz da senhora Jauregui, mas era apenas a voz de Sofia.
- Que ela está controlando tudo isso, só depende dela. Se ela quiser viver, ela irá escolher isso, e se ela não quiser... Bem, ela também irá escolher. - A doutora explicou, Lauren olhou para um ponto fixo da parede.
Jauregui optou por deixá-las sozinhas, conversando, e foi para o quarto de Camila. Ao entrar lá, Lauren nunca se sentiu tão feliz por escutar os bips dos aparelhos, nada havia mudado. Tudo estava exatamente igual e ela não sabia se agradecia ou se deixava cair em lágrimas. Aquilo parecia não estar sendo o suficiente... Nada daquilo parecia. As razões. Se aquilo não era o suficiente, então o que Camila precisava para acordar?
Lauren tem aquela ideia de que o amor é capaz de superar tudo, de salvar tudo, mas naquele momento o amor parecia mais um fardo. Lauren sempre soube que estava prendendo Camila, mas talvez estivesse na hora de deixá-la partir. E é assim que nós aprendemos a lidar com a perda, porque o amor nunca morre, nunca se vai embora, nunca esmorece, desde que não o deixemos partir. E se Camila quisesse partir, estava tudo bem, Lauren nunca iria esquecê-la.
Camila mudou a vida de Lauren de um jeito inimaginável.
- Você mudou a vida de alguém. - Lauren murmurou, mordendo o lábio inferior em seguida - Você mudou a minha vida. Talvez essa seja a razão para você viver, você ainda tem muitas vidas para mudar e não irá fazer isso se estiver morta.
Jauregui abaixou o olhar e deixou as lágrimas saírem com facilidade. Ela estava sendo egoísta, não podia e nem conseguia mais prender Camila. Ela estava realmente indo embora, e Lauren não tinha mais o que fazer. E enquanto Lauren contemplava isso ela pensou no que a doutora disse. Camila está controlando o show. E de repente, Lauren entendeu o suspiro pesado que Sinuhe dera na cafeteria. Ela já sabia o que estava acontecendo. Sinuhe sabia antes de todos. Se Camila ficar, se Camila viver, depende dela. Somente dela. Lauren já não podia mais salvá-la.
Lauren, o que está acontecendo? Por favor... Não me deixe ir! Lolo! Eu quero que isso acabe! Por favor, não me deixe ir... Você prometeu! Lauren! Loloo...
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50 reasons to live (2nd book)
Hayran Kurgu• Segundo book de 50 Ways To Die • Como Lauren pôde mandar tantas notas ridículas com as mais horríveis formas de morrer apenas para chamar atenção de Camila? Ela não sabia que tudo isso iria acontecer... Agora, Camila está em coma e com a v...