Dois

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ATENÇÃO!

ESTE CONTO NÃO SE ENCONTRA CORRIGIDO E IRÁ SOFRER ALTERAÇÕES!

AQUI SERÁ PUBLICADO APENAS O RASCUNHO DO CONTO

BOAS LEITURAS

***

Existe um momento na vida em que perdemos o pio. Um momento em que não sabemos como devemos de estar, se em pé ou sentadas. E, o pior de tudo, é não sabermos a onde devemos colocar as mãos, atrás das costas? Nos bolsos, braços cruzados? Existe sempre aquele receio que nos invade.

Sabemos logo à partida se fizemos algo errado ou não, mas, e se não nos tivermos apercebido?

O certo é que já faz meia hora que estou no gabinete do meu patrão. Meia hora em que ele se mantém calado enquanto encara um papel, ignorando completamente a minha presença. Se não tivesse sido o próprio a chamar-me, pensaria por momentos que tivesse havido algum mal-entendido. Estou quase para clarear a garganta a fim de fazer notar a minha presença, quando o Sr. Marcos olha para mim.

- Há quanto tempo trabalhas para mim? – E com esta questão tão típica, já sei que coisa boa não vem por ai.

- Dez anos. – Respondo como quem está segura de si mesmo. Ele olha novamente para o maldito papel e eu sinto uma vontade assustadora de arrancar o desgraçado das suas mãos.

- Gostas do que fazes? – Inquire sem sequer olhar para mim.

- Sr. Marcos, podemos ir ao fundo da questão? Ambos sabemos que se eu não estivesse satisfeita e não gostasse do que faço, já aqui não estaria, não é assim?

A minha resposta faz com que o homem na casa dos cinquenta anos afaste os olhos do maldito papel e encare-me. Lentamente um sorriso começa a aparecer no seu rosto e quase que consigo respirar livremente.

- Tens razão Lyan. A questão aqui é que como sabes tenho mais três restaurantes. – Aceno em concordância. – E, dentro dos meus quatro gerentes de cada estabelecimento, eu quero colocar um chefe.

- Um chefe? – Questiono ligeiramente confusa.

- Exato, um chefe. A pessoa que ficar com esse cargo, ficará responsável pelos quatro restaurantes. Será a bem dizer o meu braço direito.

- Entendo. – Murmuro pensativa. – Isso parece-me uma excelente ideia, muita responsabilidade é certo, mas mesmo assim.

- Eu já tenho estes velhos ossos cansados. – Retruca divertido. – Não disponho da vivacidade de outrora e é cansativo para mim correr todos os restaurantes e ficar a par de tudo.

- Deduzo então que já falou também com os outros gerentes? – A boa notícia nisto é que eu estava completamente errada. No fim de contas, não será para me despedir e isso é bom. Bem, eu já sou efetiva, contudo isso nos dias de hoje já não significa absolutamente nada.

- Não.

- Não?

- Isso mesmo, não. Eu sei que és a mais nova dos meus gerentes, mas também sei que és a mais ativa e que o facto de teres subido de posto não se fez subir o ego. Tratas os teus colegas com atenção e respeito e nunca em momento algum foste depreciativa com qualquer deles. Também sei que quando um dos teus colegas falta, ou... - Ele faz uma ligeira pausa enquanto move a mão como quem procura outra palavra. – Precisa de cobertura, tu és a primeira a chegar a frente.

Conto - Meu Crush LiterárioOnde histórias criam vida. Descubra agora