@whensys 1989

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O cigarro é algo cruel, você fuma um, dois, três na quarta vez você não consegue mais parar. A nicotina contida nele te deixa com desejo, e esse desejo é insaciável ele te vicia de forma inexplicável.

Eu era novo quando um amigo me ofereceu um cigarro, eu era um maldito pirralho ingênuo, por medo de que pensassem que eu era careta eu aceitei dar uma _tragada_ e foi ai que tudo começou.

Pensei que eu ia ficar apenas naquele único cigarro, mas meu corpo pedia mais e mais, depois de um mês eu já estava afundado em meio a cigarros, cocaína e whisky. Minha família já não me reconhecia, pra falar a verdade nem eu mesmo me reconhecia.

Larguei a escola para me tornar um mísero viciado em drogas e bebidas alcoólicas. Passava meus dias em meu quarto sentado na frente da cama fumando um baseado e bebendo um whisky qualquer, no som do meu quarto sempre ressoava as músicas do Cazuza no último volume.

Lembro das vezes que minha mãe entrava em meu quarto se deparando com meu corpo deitado no chão cheirando a álcool enquanto quarto estava enfumaçado por conta dos cigarros, ela sempre dizia; "Lucas, um dia você vai morrer por conta de todo esse maldito álcool misturado as drogas."

Eu sei que ela nem se importaria se eu morresse. Talvez para ela minha morte fosse um alívio, fosse como um fardo removido de suas costas. Ela nunca exerceu um belo papel de mãe para mim, ela sempre me criticou não importa o que eu fizesse nem o quão bom eu fosse, ela sempre me atiraria pedras.

*Setembro, 10/1990*

A vida realmente não é justa, eu havia me apaixonado por uma mina linda, pensei que ela seria meu anjo salvador mas ela acabou sendo minha auto destruição. Ela me trocou por um outro cara qualquer e isso me destruiu por completo, eu nunca havia amado alguém como amei ela. E porra, quando ela me disse que estava com outro, meu mundo desabou por debaixo de meus pés.

Eu estava deitado em cima do tapete no chão do meu quarto enquanto mil pensamentos me passavam pela cabeça, eu estava arrasado, destruído e inconsolável. Eu segurava uma seringa com heroína em minha mão, enquanto na outra eu segurava uma garrafa velha de whisky, Cazuza tocava alto em meu quarto preenchendo o vazio do local e trazendo à ele um pouco de vida.

"Dessa eterna falta do que falar
Vida louca vida, vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve"

Aquele pequeno trecho rondava em minha mente, me deixando relaxado eu fechei os olhos curtindo a música e bebendo o último gole do meu whisky o saboreando por completo, aproveitando o seu sabor em minha boca o máximo possível. Abri os olhos lentamente olhando a seringa com heroína, injetei em minha veia sem ao menos me dar tempo para pensar. Eu podia sentir a heroína contida na seringa correr por minhas veias a medida que eu aplicava.

Uma sensação de prazer e alívio percorria por meu corpo, essa sensação foi tomando conta de cada fibra de cada célula, de cada órgão de meu corpo. Mas algo estava errado, meu corpo começou a adormecer, eu comecei a lutar para deixar meus olhos abertos mas foi em vão, eu tentei me mexer mas meu corpo não me obedecia, eu comecei a suar frio e de repente tudo ficou silencioso, eu tentei gritar mas foi em vão, eu…



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