Meu anjo se foi...

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Bruna Martins

Passagem de tempo; 1 semana

Se passou uma semana e desde daquele dia o Mattheus não falou comigo, sinceramente eu não lembro nem o que eu fiz naquela festa. Fiquei sabendo que teve um baile e ele assumiu a Liny como fiel dele, bom, felicidades pra ele né? Se ele seguiu o caminho dele eu vou fazer o mesmo. Eu não sou boa o suficiente pra ele? Porque ele não me quis?... Porra. Levanto da cama tirando esses pensamentos da minha cabeça, preciso seguir minha vida, com ele ou sem ele. Preciso tirar ele da minha cabeça urgentemente. Tomei um banho de gato mesmo, coloquei minhas peças íntimas e depois coloquei um short jeans cintura alta, um chinelo, e um blusa de alcinha rosa bebê. Passei desodorante, pra não ficar com o sovaco com pizza né. Perfume e uma make básica mesmo. Peguei meu celular e sai de casa, comecei a descer o morro até que a Liny me para, oh meu Deus.
Liny: Ficou sabendo? Eu sou fiel do Mattheus
Bruna: Tá, e eu com isso?
Liny: Agora eu que mando e desmando naquele morro
Bruna: Não fia, quem manda é o Mattheus, tô perdendo meu precioso tempo falando com uma vagabunda, saí da minha frente. - eu disse e ela se colocou na minha frente.
Liny: Você não vai passar até eu ter uma conversinha com você - eu empurrei ela e ela caiu no chão e eu continuei descendo o morro, parei na boca e fui direto pro escritório do meu pai, nem bati na porta já entrei e vi uma cena que partiu meu coração. Meu pai e a minha mãe adotiva, no caso a Marianna. 
Bruna: Que porra vocês estão fazendo?
Leonardo: Filha, não é isso que você tá pensando.
Marianna: Bruna, calma..
Bruna: Calma é o caralho, pai,como você pode fazer isso com minha mãe? Logo ela? Ela que fez tudo pro senhor, eu tô com nojo de vocês..
Marianna: Filha, cal - interrompi ela
Bruna: Não me chama de filha, eu não sou sua filha e nunca vou ser, minha mãe se chama Bianca não Marianna.  Eu me orgulhava de você, eu olhava pra você e só sentia orgulho. Mais agora, quer saber o que sinto? Nojo de você, só isso. Eu não vou contar nada pra minha mãe, vocês que vão contar, e se não contarem quem vai contar sou eu - eu disse e sai dali batendo a porta com toda a minha força.
Como ele pode fazer isso com a minha mãe? .. Subi correndo o morro e trombei em várias pessoas, mais foda-se, cheguei em casa e já peguei minha Ferrari, saí do morro cantando pneu, eu precisava me acalmar, acima de tudo me acalmar, dirigi pra perto da casa de praia e deixei o carro lá, sentei na areia e fiquei olhando o mar, pensei em tudo que eu passei; Aonde conheci o Mattheus, pessoas que eu matei, pedido de namoro, pedido de casamento, o meu bebê que morreu, o bebê que eu matei, as pessoas que eu conheci, simplesmente tudo, sem eu perceber comecei a chorar, meu pai traiu a minha mãe, o Mattheus.. Merda, por que eu sempre tenho que pensar nele? Por que? .. Deitei sobre a areia e vi que estava escurecendo, iria dormir por aqui mesmo, ninguém iria se preocupar comigo, ninguém se importa comigo, todos me abandonaram, todos. Pensando nisso dormi ali.

[...]

Senti algo gelado no meu pé, abro os olhos e vejo que ainda estou na praia, sentei na areia já decidida do que fazer, eu sou uma nova Bruna, vou criar uma armadura, assim ninguém será capaz de me ferir, ninguém será capaz de me fazer chorar ou sofrer. Já decidida, levantei e me limpei e caminhei até o carro, entrei nele e voltei pro morro rapidamente, cheguei na minha casa Gabrielly, Guilherme, Douglas, Diego, Laryssa, Guizin, Mattheus e Gabriel.
Gaby: Aonde você tava menina? Eu estava preocupada com você. - ela veio tentar me dar um abraço mais eu a empurrei
Bruna: Não, você não estava Gabrielly, você nunca fez questão de se importar comigo e agora quis do nada fazer isso? Me erra Gabrielly. - eu disse e ela me olhou assustada e com um olhar triste e saiu da minha casa.
Guilherme: Precisava falar assim com ela?
Bruna: Vai se foder Guilherme. - eu disse e ele saiu da minha casa atrás da Gaby, acompanhado de Gabriel, Mattheus, Douglas e Laryssa que me olharam tristes. O Diego me olhou
Bruna: Vai me julgar também?
Diego: Sabe, você não era assim Bruna, na verdade você nunca foi assim, ela tava preocupada com você sim, e ela queria te contar que você seria tia, mais você nem a deixou contar, não pense que descontar a sua raiva em cima das pessoas irá adiantar pois isso só fará elas se distanciarem de você. Pensa nisso princesa.  - ele veio até mim e beijou a minha testa.
Por que enquanto ele disse eu senti uma dor enorme? Eu iria ser tia? Porque eu só faço merda meu Deus? Eu não deveria ter falado aquilo pra ela. Burra, burra. Deitei no sofá e chorei mais ainda, eu criei a porra de um armadura que eu falei que não iria sofrer e nem chorar certo? E eu tô aqui chorando. Merda, acabei dormindo soluçando. Acordei com meu celular tocando lá em cima, subi correndo e entrei no quarto e peguei ele e atendi

Alô?
Bruna?
O que você quer Mattheus?
Por favor, vem aqui na casa da sua mãe.
Pra?
Por favor Bruna
Ok.

Eu senti uma pontada de tristeza na voz dele, fui do jeito que eu estava mesmo, fui andando já que era perto. Cheguei e haviam dois carros do lado de fora, estranhei mais entrei mesmo assim, cheguei lá todos estavam chorando.
Bruna: O que aconteceu?
Guilherme: A mãe ela.. - ele não conseguiu falar e eu já entendi tudo, comecei a chorar sem parar, cai no chão de joelhos sentindo uma dor enorme, o Guilherme veio até mim e me abraçou, eu me belisquei pra ver se não passava de um sonho e e eu acordasse e minha mãe estaria do meu lado sorrindo como sempre, mais não aconteceu nada.
Bruna: Como ela morreu? - eu disse soluçando
Guilherme: Mataram ela - ao ouvir ele dizer isso senti uma pontada no meu peito, minha mãe morreu, a minha mãe. Por que? Por que ela? Por que não fui eu?
Bruna: NÃO, NÃO NÃO, ELA NÃO, POR QUE? POR QUE? - gritei chorando e o Mattheus me abraçou fortemente
Bruna: Não Mattheus, não deixa Mattheus, ela não pode morrer, não pode - eu já disse chorando demais, meu peito doía só de pensar que eu nunca mais veria minha mãe sorrindo.

[...]

Caminho já sem forças pelo cemitério, minha mãe morreu, eu não acredito nisso, chorando estou sem parar. Chegamos no local aonde ela seria enterrada e então o coveiro disse
- 5 minutos pra fechar o caixão. - eu me desesperei por completo, ela não podia ir, ela não podia me deixar, abracei o corpo gelado dela na esperança que ela se levantasse mais foi em vão.  coveiro então fechou o caixão e começou a coloca-lo no buraco
Bruna: NÃO, NÃO, NÃO, NÃO MÃE VOLTA MÃE, PAI NÃO DEIXA ELA IR PAI NÃO DEIXA, NÃO DEIXA - eu disse gritando e chorando, cai de joelhos e chorei como um bebê. Minha mãe havia morrido. Então ela foi enterrada, o Mattheus em todo o momento ficou ao meu lado, me abraçando sempre. Voltamos pra sala que ela foi velada e então o Guilherme pegou uma TV e ligou no Not e colocou um vídeo, cheio de fotos dela, dela sorrindo e de fundo a música Trem Bala. Chorei muito. Mãe porque você se foi? Eu precisava da senhora aqui. Todos chorarão, eu não ia ter essa armadura não mesmo.

Filha, seja sempre você mesma! Nunca magoe ninguém, não mude por ninguém.

Ela me disse isso, é isso o que eu vou fazer, vou pedir desculpas a todos. Inclusive a Gaby, caminhei até ela, e ela me abraçou e eu retribui. Choramos muito e eu sussurrei um Desculpas no ouvido dela e beijei a barriga dela e ela sorriu. Abracei todos, e fiquei em um canto chorando e lembrando de todos os momentos em que eu e minha mãe vivemos juntas.
Mattheus: Ei, não pode chorar sozinha.. - ele disse e eu lhe dei um sorriso fraco e abracei ele, molhei a camiseta dele toda.
Bruna: Molhei sua blusa - eu disse e ele riu fraco.
Mattheus: Não tem problema.
Bruna: Acho melhor você ir, sua namorada deve estar te procurando
Mattheus: Eu terminei com ela, por causa de uma garota. - ele disse e sorriu pra mim, abracei ele e chorei de novo. E veio as lembranças; Aquele dia que nos dançamos, nossas conversas... O dia em que eu conheci ela...
Ei Deus, por que levou meu anjo? Por que? Que saudades daquele sorriso dela, dos gritos dela..
Meu anjo se foi....

**

Enfim, chorei muito escrevendo, vou postar agora dia 14 de julho gente. Beijos

A Filha Do Dono Do Morro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora