Reinos da Lua de Sangue

3. A Escritura Proibida

Quando os Cradles iniciavam seu processo de aprendizagem, seguindo para o campo de treinamento, eles precisam conhecer todas as histórias sobre seu povo, tudo o que remete à cultura deles, bem como técnicas de luta e manuseio de armas letais.

O processo de aprendizagem dos Cradles, servia para doutrina-los, tornando-os mais obedientes às leis e passíveis à submissão. Todos os Cradles, soldados ou não, tinham a missão de aprender o máximo possível sobre magias, mesmo os que não conseguiam usa-las, sobre sua história e conhecimentos básicos de medicina, geografia dos reinos e alquimia.
Essa raça antiga e magnífica, tinha imensas bibliotecas, contendo livros e papiros com diversos conhecimentos ancestrais. Alguns continham lendas, outros, magias simples e avançadas, outros, anatomia e até cultura.

Os demônios de olhos vermelhos produziram obras literárias fantásticas. Cada reino com suas obras distintas e algumas que se estendiam além dos territórios, como livros de magia e de domínio do Chi. O Zeon é um bom exemplo de uma obra universal; ele é um manual de como descobrir qual a sua natureza elemental e como aprender a dominar esse tipo de magia.

Livros perdidos no tempo que contam lendas sobre a criação dos Cradles e do mundo, também são universais. Lendas do Kurayami no Tochi e divisões de terras.

Mapas de algumas localidades, também eram de domínio público. Localização de vilarejos que eram pontos de comércio famosos, como a Feira Espiritual, local onde qualquer um poderia frequentar, adquirir relíquias místicas, criaturas raras, armas encantadas e até armaduras que permitiam a qualquer criatura, o uso de algum elemento que não fosse seu por natureza.

Sangue real contra Sangue real

Na Feira Espiritual existia o grande Torneio das Feras, onde os candidatos lutavam até a morte para ganhar alguma recompensa mística. Os donos da Feira sempre divulgavam seus mirabolantes prêmios nos reinos, atraindo competidores de todos os lugares.

A grande Feira teve seu maior público de competidores, quando um mero boato foi espalhado à todas as terras do Mundo Sombrio: A Escritura Proibida será o prêmio principal do grande torneio deste ano.

Grande alvoroço se formou, gente de todas os lugres, todas as raças se preparando para enviar seus guerreiros para essa disputa. Foi um grande festival e uma grande oportunidade para aqueles que gostam de lutar.

A Feira estava localizada em uma terra longínqua, entre os Reinos do Leste e do Sul, ao extremo sudeste. Tudo era comercializado por lá, nada era de graça. A Feira Espiritual arrecadava inúmeras riquezas apenas com o Torneio das Feras e no ano desse boato, essa riqueza quadriplicou.
— Aproximem-se, grandes guerreiros: bestas, demônios, humanos ou qualquer que seja sua raça. O grande Torneio das Feras está para começar. Não perca a oportunidade de ganhar a mais colossal, a mais estupenda, a mais cobiçada obra do Kurayami no Tochi, A Esdritura Proibida. — Dizendo isso, o locutor das batalhas mostra o prêmio, um livro dourado, emanando energia espiritual de cada página e liberando uma espécie de fumaça esverdeada.

Será que era mesmo a grande obra de Deus? Eu quero ganhar ela. Vamos rouba-la. Serei rico depois de ganhar esse livro. Esses foram alguns dos milhares comentários que se podia ouvi do maio da multidão de competidores desse ano.

Enfim o torneio começou. A primeira rodada eliminou mais de 90% dos candidatos, sobrando apenas alguns. Depois de incessantes e insanas lutas, sobraram apenas dois competidores, ambos com capuzes e túnicas que lhe cobriam todo o corpo. Um vestido de vermelho e o outro vestido de azul.
— Qual o seu nome? — Perguntou o de vermelho.
— Não é da sua conta, apenas lute, ou eu te mato. — Respondeu o de Azul, com grande fúria.