25.º Capitulo - Reunião de familia

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A Páscoa tinha chegado e Stephen estava muito contente porque finalmente concretizou o seu sonho de reunir a sua família em casa. Os pais tinham vindo de Berna já com visto para ficar na América pois já estavam reformados. Receberam de presente do filho, uma casa num bairro pacato relativamente perto de Nova Iorque. Apesar da alegria de estar com eles, sentia um misto de tristeza por Helena não ter dado noticias desde a última vez que falou com ela. A Dra Claire negou o convite de visitar as suas irmãs...achava prudente manter o afastamento entre eles. Algo se passava mas Stephen decidiu que lhe deveria dar o tempo que ela quizesse, de não a pressionar muito porque a sua médica assim o  tinha aconselhado. Este siêncio de Helena preocupava-o porque ela deixou de aparecer na Agência Somerbild para trabalhar e deixou de lhe atender aos seus telefonemas e isso causava-lhe alguma confusão...afinal a última vez que estiveram juntos parecia o reatar da sua relação. Essa angústia atormentava-o e resolver deixar mais uma mensagem no telemóvel de Helena: - Queriada Helena, já não sei viver sem ti. Apesar da felicidade de ter aqui a minha familia toda reunida, tu fazes parte dela e fazes-me falta. Não entendo este castigo da tua mãe...Que mal tem em falarmos só para saber se te encontras bem?Tu és a mulher da minha vida...eu amo-te, um beijo do teu Stephen....

Helena ouviu a mensagem e chorou...a mãe estava a ser rígida demais para manter por agora o afastamento dos dois, mas ela até entendia...Ela estava à espera de um filho de Stephen e a gravidez era considerada de risco daí ela estar uns tempos sem trabalhar por ordem médica. A Dra. Claire achou uma irresponsabilidade dos dois terem feito amor sem proteção e talvez porque estava demasiado chateada, achou um bom castigo para os dois estarem separados. Afinal a sua filha tinha que cuidar da sua saúde e do seu futuro neto e Stephen ainda não estava preparado para saber que iria ser pai....tinha que ser um homem responsável...apesar desta aproximação com a família ser benéfica. O receio da Dra. Claire é que Stephen se pudesse tornar reincidente na sua violência porque ninguém acalma assim tão facilmente de traumas tão profundos. Ela tinha de o curar a cem por cento para lhe poder entregar a filha e o neto em segurança. Sabia que ambos sofriam por amor mas talvez esta separação os ajudasse a fazer uma introspeção mais intensa à sua vida e a ganharem ambos juízo e tornarem-se adultos totalmente responsáveis.

Stephen nem imaginava que Helena estava em estado de graça, de um filho seu....a alegria da sua vida, o preeencher de um vazio que ele já há muito sentia. Os pais tinham levado as irmãs para a nova casa e ele estava novamente sózinho. As suas saídas eram para ir ao trabalho, à faculdade e às consultas da Dra. Claire. Raramente saía à noite....nem se encontrava com ninguém...Stephen estava a isolar-se do mundo como o fez quando o Tio Ben morreu e foi recebido por familias de acolhimento. A única alegria era quando ía de visita aos pais e passava os domingos com eles....a mãe cozinhava divinalmente e recebia os mimos das suas maninhas que lhes contavam os novos namorados do colégio e as roupas que queriam comprar.

Helena estava grávida de um mês e meio e quando se levantou da cama viu sangue nos lençois e entrou em histerismo....: - Mãe....maãeeeeeeeee! Ajuda-me...(a soluçar)...eu devo ter perdido o meu bébé.

A Dra. Claire veio a correr e ao ver aquela hemerrogia chamou logo uma ambulancia: - Acalma-te queriada...não há-de ser nada! Estas coisas às vezes acontecessem....vai correr tudo bem!

Helena: - E se perdi o meu bibé....mãe....mãe....eu não posso....é a minha ligação a Stephen...ele precisa de saber...

Dra. Claire: - A seu tempo Helena, ele ainda não está preparado...

Helena: Mãe, suplico-te...chama o Stephen...eu preciso dele comigo, estou há demasiado tempo de castigo...que terapia é a tua...que me mantens afastada do homem que eu amo....afinal eu devia estar alegre e estou nesta depressão porque tu....

Dra. Claire: - Eu sei o que faço Helena e agora quero que te acalmes....já chegaram os paramédicos e vais para o hospital.

Helena: Mãe...o meu bebé...mãe? Chama o Stephen por favor?

A Dra. Claire começou a chorar, a força mental dela tinha sido derrubada pela força do coração de mãe que vê a filha em sofrimento. Podia perder o neto mas podia perder a sua menina. Teria que tomar a atitude mais acertada e telefonou para Stephen: - Olá Stephen....

Stephen: - Dra. Claire? Porque chora...o que se passa? A Helena está bem?

Dra. Claire: Não, não está bem...e por minha culpa! Ela precisa de si imediatamente....ela foi para o hospital....ela está...

Stephen: Hospital? Vou já para aí.....E nem dexou a Dra. Claire terminar a frase.

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No hospital...

Stephen estava pálido e ofegante de tanto correr para encontar Helena e acabou por se encontrar com a dra. Claire: - Olá Stephen , ainda bem que aqui está....já sei que ela está fora de perigo...ela tem uma coisa para lhe contar....E sorriu...embora a sua cara era de sofrimento.

Stephen entrou no quarto onde Helena estava e viu-a deitada, ligada a tubos e com oxigénio: - Querida Helena...o que te aconteceu?

A enfermeira presente diz: - Deixe-a descansar mais um pouco...ela perdeu muito sangue mas agora está estável. É o pai da criança?

Stephen: O pai? Como o pai?

Enfermeira: - Ah...não sabia, a menina Helena está grávida de mês e meio e teve uma forte hemerrogia porque é uma gravidez de risco. Apesar de ser uma jovem saudável, ela está com alguns valores altos e pensamos que estava com pré-eclampsia....pode ser agora nos primeiros 3 meses e ela depois estabelize.

Stephen: - Um bebé...da minha linda Helena....Agarrando-se à cama chorou copiosamente e deu a mão a Helena, e a outra pousou-a na barriga dela...

A Dra. Claire entrou no quarto e viu Stephen de joelhos agarrado à sua filha e compreendeu que afinal tinha tomado a decisão certa...ela só queria proteger a sua menina. : - Stephen, tenho que lhe pedir desculpas...mas achei por bem ainda não saber de nada porque Helena não estava bem e podia perder o bebé a qualquer momento. Ainda não é seguro falar se a criança estará a salvo , deverá completar os três meses.....eu não queria que soubesse porque podia afectar o seu tratamento e também porque Helena estava fisica e emocionalmente frágil.

Stephen: - Eu merecia saber....isto é a maior benção que eu poderia receber....o meu sonho é constituir familia com a mulher que eu amo e ela está aqui à minha frente a lutar pelos dois. Eu já amo este pequenino....E pousou novamente a mão na barriga de Helena e acarinhou-a.

Helena acordou e ainda meio sonolenta apercebe-se da presença de Stephen: Olá...desculpa não ter falado contigo....não sei o que te dizer....

Stephen: Querida Helena...o nosso filho está bem!

Helena: - Eu não perdi o bebé?

Stephen: Não...tiveste uma grande hemerrogia mas tu e ele estão bem. Eu estou aqui para ti meu amor.

Helena tira a máscara de oxigénio e estica o braço para a mãe se abeirar à cama e dá-lhe a mão: - Obrigado aos dois...vocês são as pessoas que eu mais amo...a seguir ao meu bebé...E começou a rir-se baixinho....e a chorar ao mesmo tempo.

Amar sem preconceitoOnde histórias criam vida. Descubra agora