27.º Capitulo - O violador voltou

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Stephen contactou uma advogada para saber da situação do seu tio Ben e a resposta não era a que estava à espera....Ben Thorman tinha sido libertado há uma semana por bom comportamento. Apesar da pena aplicada ser de 25 anos ele cumpriu o suficiente para ficar em liberdade condicional.  - Como era possivel quele violador de crianças estar cá fora....um homem sem principios, que de certeza na primeira oportunidade iria procurar sexo? Eu também era assim e graças a Deus estou curado. Stephen estava repugnado só de pensar nele e ao mesmo tempo receoso...não sabia se ele o iria procurar e como reagiria...: - Eu não quero o seu pedido de desculpas...ele deve odiar-me...mas para todos os efeitos foi por minha causa que ele foi parar à prisão. As memórias de infância voltaram a atormentá-lo, quando dormia, acordava em suores...era o tio Ben a abusar dele e as suas amantes a usarem os saltos dos sapatos para o violarem sem dó nem piedade. Essas mulheres também tinham sido presas porque ele conseguiu identificar todas as cúmplices do tio Ben.

...

Helena estava farta de estar na cama e confessou à mãe que gostava de ir viver com Stephen: - Mãe, não leves a mal, mas ele sabe tratar de mim....já não sou nenhuma criança. Neste momento quero estar com ele e os dois tratamos deste pequenino que aqui vem. Tu também tens que te ausentar para trabalhar tal como o Stephen. Se o problema é ficar sózinha posso contratar a antiga ama que Stephen teve quando as suas irmãs viveram com ele.

A Dra Claire a muito custo percebeu a vontade da filha mas preferia que ela estivesse sob a sua vigilância.- Nã te estarás a precipitar? Não quero te pressionar...Fez uma pausa e concluiu: - Ele vai ficar muito feliz sabendo que a ideia partiu da tua cabeça e do teu coração.

- Obrigada mãe, és uma querida... é a maternidade que me fez crescer.

.....

Stephen recebe um telefonema da dra. Claire: - Olá Stephen, a Helena quer falar consigo com urgência.

- Está tudo bem com  ela e o bebè? Indagou estremamente preocupado.

- Sim, venha cá e saberá o que ela tem para lhe dizer. Vai gostar....

- Claro, estou aí em menos de 20 minutos.

...

Stephen beijou Helena e pegou na sua mãe e beijou-a carinhosamente e demoradamente. Helena achou-lhe piada: - Queres comer a minha mão, é? Stephen nunca perdia uma oportunidade de brincar: - Já que não posso fazer nada....ao menos vingo-me na tua mão. O teu cheiro deixa-me enebriado e agora que vais ser mãe do meu filho ainda fica mais intenso...deve ser uma questão hormonal.

- Tu não comeces, Stephen, à custa dessa tua conversa e de ficares excitado por tudo e por nada é que eu estou neste estado de graça. Eu preciso de te falar uma coisa...

- O que é?

- Estou cansada de estar aqui na minha mãe e pensei, se não te importares, ir viver contigo?

- A sério...não estás a gozar com a minha cara, não? E a tua mãe?

- Já concordou, desde que voltes a contratar a tal ama que esteve em tua casa quando estiveste com as tuas irmãs.

- A governante? Claro que sim, ela é muito boa pessoa e boa cozinheira.

- Eu já vou engordar o suficiente....a minha barriga já está a crescer. O médico disse-me que tenho que completar os 3 meses de gestação e depois já posso começar a circular, com os devidos cuidados.

- Claro, meu amor, tudo o que tu quiseres.....

- Eu estou feliz pela tua reação mas vejo nos teus olhos que tu não estás bem...o que se passa? Não queres que eu vá? Diz a verdade...

- Nada disso....é o meu pai que possivelmente terá que ser operado ao coração.

- Coitado, mas vai correr tudo bem. Não é grave?

- Não, acho que não.....

A Dra Claire entrou no quarto e viu Stephen de joelhos agarrado á mão de sua filha, uma imagem que a deixou feliz mas quando Stephen olha para ela faz-lhe sinal com os olhos que precisa de falar com ela.: - Querida, eu preciso do Stephen por um bocadinho, já to trago.

- Hei...não me roubes o marido....

- Claro que não!

Na sala de estar a Dra Claire pergunta-lhe o que se passa: - Então Stephen, não quer ter a responsabilidade de ter Helena lá em sua casa?

- Não é nada disso, são as circunstâncias...Lembra-se de lhe ter dito que o meu violador estava preso e não morto. O meu mal amado Tio Ben está de volta...e está livre!

- A sério? E você como se sente?

- Como uma presa, pronto a ser a qualquer momento apanhado ou armadilhado.

- Acha que ao fim de tantos anos ele iria tentar algo contra si.

- Ele foi preso por minha causa....

- Sim, mas ele sabia que o que fazia era crime. Ele era adulto e você uma criança. Agora está velho e não há-de fazer nada.

- Não tenho tanta certeza...neste momento tenho receio de levar a Helena para minha casa.

- Eu acho que o Stephen está a fazer filmes na sua cabeça. Ele já não é uma ameça para si nem para a sua família. Porque não requisita segurança pessoal.

- Talvez seja boa ideia...é que como sabe não é só o velho tio Ben...há também a corja das amantes que eu não sei o paradeiro delas.

- Tente ser feliz...o que o atormentou em criança já deixou de fazer parte dos seus actos violentos...o trauma pode continuar mas tente afastar esses pensamentos negativos da sua cabeça.

- Ele pediu-me desculpa na carta que me enviou e que eu o perdoasse....

- Está a ver...as intenções dele ...pelo menos está arrependido e não com vontade de se vingar.

- Não sei não....é dificil. É um misto de emoções...muita felicidade em ter a Helena a meu lado e a imagem do velho Tio Ben na minha cabeça.

Helena, que se tinha levantado por momentos ouve a ultima parte da conversa entre a mãe e Stephen: - Então é isso que te atormenta..os teus olhos não me enganam.

- É verdade Helena, não te queria preocupar. A minha mãe tem razão...tens que superar isso. Eu vou estar a teu lado para te ajudar a ultrapassar isso.

Stephen foi ter com Helena e pegou nela ao colo, com muito carinho e beijou-a.- Então meninos....Stephen leve-a de volta para o quarto e nada de marotices na minha casa.

Os dois sorriram felizes...

...

Tinha passado uma semana e era o dia de receber Helena em casa e tocaram à campaínha. Stephen estranhou que o porteiro não o tivesse avisado da chegada da sua princesa e ía jurar que já lhe tinha dado as suas chaves. Ao abrir a porta o seu espanto quase que o deixa sem fôlego.

- Olá Steph! Já não reconheces o teu tio Ben?

- Como chegou até aqui? Não tocou à porta na porta principal?

- Eu vim pelas traseiras...não queria dar trabalho ao porteiro...hehehe...

- Não faça esse riso irónico...eu não o suporto...lembra-me...

- Pois mas eu tinha que falar contigo Steph.... há coisas que tu não sabes....!

Amar sem preconceitoOnde histórias criam vida. Descubra agora