Chapter 2

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Louis tinha o sono pesado, e isso não era nenhum segredo. Contudo, seus ouvidos e cérebro foram treinados para acordar ao mais leve barulho vindo do quarto de sua filha desde o primeiro dia que a trouxera para casa, e não foi diferente desta vez.

Ele acordou com o barulho da porta do quarto da filha sendo aberta e passos entrando em seu quarto. Ele checou em seu celular e eram cinco e trinta e dois, então ainda estava escuro lá fora. Muito cedo para sair da cama.

Ainda assim, ele sorriu para a filha quando ela se arrastou para sua cama e levantou as cobertas. Dessa forma ela poderia ficar abraçada ao pai, e suas pequenas mãos foram imediatamente para a barba rala em seu rosto.

"Sonho ruim?" Ele perguntou, a voz rouca e baixa. Ela assentiu e ele suspirou, fechando os olhos. Ela deitou o corpo todo em cima dele, pousando a cabeça em seu peitoral. Ele a envolveu com seus braços e voltou a dormir numa questão de segundos.

Ele amava quando ela vinha parar em sua cama no meio da noite, buscando conforto. Fosse por causa de um sonho ruim devido a algo que ela não processara bem no decorrer do dia ou simplesmente porque sentir o calor do pai fazia com que se sentisse segura. Não importava a razão, Louis jamais iria ou poderia recusar carinho ao seu pequeno anjo. A verdade era que ele ficava maravilhado com a ideia de um ser humano, uma pessoa por inteiro – apesar de pequena – achá-lo o ser mais incrível de todo o mundo e amá-lo com todas as suas forças. Ele, por sua vez, sentia exatamente o mesmo.

Quando ele acordou novamente ela estava cutucando sua bochecha e observando-o com olhos que eram a imitação exata dos seus.

"Bom dia, mau hálito," ele disse carinhosamente e ela torceu o nariz.

"Você que está," ela disse e ele concordou.

"Estou. Deixa eu te dar um beijo," ele provocou e ela saltou da cama com um guincho, escorrendo de volta para seu quarto.

Ele sorriu para si mesmo e se espreguiçou na cama, olhando as horas e vendo que já passavam das sete. Ainda cedo para uma manhã de domingo, mas ele não se lembrava da última vez que dormira mais que isso. Talvez quando estavam na casa de sua mãe e ela arcou com seus deveres como avó.

Com um suspiro, ele sentou na beirada da cama e movimentou o pescoço de um lado para o outro, sentindo-o estralar com um barulho alto. Esfregando as duas mãos no cabelo, foi para o banheiro e fechou a porta. Ele rapidamente terminou sua rotina matinal, sabendo que teria que cuidar de uma bola de energia antes que ela destruísse a casa em seu rastro. Ela era sempre mais elétrica pela manhã.

"Lilly?" Ele chamou e encontrou a pequena em seu quarto, dando seu máximo para fazer a própria cama. Ela ofegava enquanto tentava arrumar o lençol numa ponta, pois logo em seguida a outra se soltava. "Precisa de ajuda?"

"Sim, por favor," ela respondeu e ele a ajudou a terminar. Louis sentou na cama dela e observou-a organizar os ursos perto do travesseiro. Ele conseguia ver claramente os fios emaranhados e nós no cabelo da filha e temeu a luta que sabia estar prestes a enfrentar por isso. Seu pijama tinha uma mancha azul, a qual ele não fazia ideia de onde viera. Ele a colocou no colo e pôde sentir o cheiro. Pasta de dente.

"Já escovou os dentes?" Ele perguntou e ela confirmou. Louis amava e, ao mesmo tempo, odiava o fato dela estar se tornando tão independente. "Usou o banheiro?" Ela assentiu novamente. "Deu descarga e lavou as mãos?"

Lilly sacudiu a cabeça, devagar, descendo de seu colo e indo ao banheiro. Ele ouviu o som da descarga e as mãos da menor estavam úmidas quando ela subiu novamente em seu colo. "Tudo limpo," ela anunciou e ele mordiscou um de seus dedinhos. Ela riu e puxou a mão para si, limpando-a na camisa do pai.

For You I Saved the Love (I Never Knew How to Give) - portuguese versionOnde histórias criam vida. Descubra agora