Deux

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Os lençóis azul-escuros da cama encontravam-se bagunçado pelos corpos em constante movimento sobre eles. Dean tinhas Castiel sobre si, suas mãos descendo e subindo pelas suas costas e, vez ou outra, parando e agarrando a bunda que julgara firme e redonda.

Castiel, por sua vez, rebolava no colo do outro como nunca havia feito antes; sentia sua garganta arder e sua cabeça girar por conta da quantidade de álcool que havia ingerido, mas isso apenas lhe dava mais coragem para continuar ali. Mãos passeavam pelos corpos, peças de roupas eram rapidamente retiradas e jogadas em qualquer canto do quarto iluminado apenas por uma luminária ao lado da cama. Se o moreno estivesse um pouco mais consciente, provavelmente estaria contemplando como consegui chegar ali, no colo do popular jogador de rugby do terceiro ano.

– Eu te amo. - Castiel se pronunciou. Orbes azuis inebriadas pelo momento e pela boca que passeava em seu pescoço, ocasionalmente deixando algumas mordidas e chupões por onde passava.

– Ama? – Dean riu com um ar de deboche. Não era a primeira vez que se via numa situação daquelas: Um estudante ao meio do primeiro ano fazendo pressão sobre seu membro devido à alta dose de bebida que ingeriu em qualquer festa por ali. – Sabe, crianças da sua idade nunca significam aquilo que dizem. Ainda mais no seu estado.

O coração de Castiel gritava por Dean, gritava desde quando bateu seus olhos no jogador quando ainda estava longe de ser alguém notado pelo mesmo. Mas o loiro tinha quase seus vinte anos - obviamente repetente, coisa que Castiel havia descoberto não muito tempo atrás - e Castiel estava alguns meses de completar ainda seus dezessete. Pode não parecer muita diferença, mas como um amigo meu disse, os anos quando estamos na adolescência são como anos de cachorro.

Dezesseis anos e correndo da inocência como se fosse um leão.

Dean tinha razão, Castiel não o podia amar. Havia feito uma promessa a si mesmo que não iria correr atrás de amor, persegui-lo como um gato persegue um ponto vermelho na parede. Ele ainda tinha tempo para matar, quais eram as justificativas para agir tão antes do tempo?

Mas ele não ligava. Não sabia se estava embriagado demais para tal ou se ele só estava feliz por finamente ter sentido o gosto de whisky e menta da boca do Winchester. A música ainda tocava alto fora do quarto, e dava para ouvir as pessoas gritando e tendo a noite de suas vidas antes de algum vizinho chamar a polícia, mas Castiel não ligava. Estava focado demais em desabotoar os três botões que faltavam de sua blusa social para então jogá-la ao lado de seu suéter que já se encontrava ao pé da cama. Dean, por outro lado, já havia se despido de qualquer blusa assim que chegaram ao quarto, ansiando pelo pescoço do mais novo novamente.

A música continuava alta quando Novak abriu os olhos, apalpando a cama vazia ao seu lado. As janelas continuavam escuras, o que significava que não havia passado tanto tempo desde quando ainda se lembrava de estar acordado. Acordado. Beijos. Dean.

Assumindo que não havia passado muito mais de meia hora que apagou, Castiel vestiu suas calças que se encontravam ao chão e uma blusa qualquer que se encontrava na mesma situação, e foi em direção a maçaneta. O ambiente mais claro a cegou de certa forma, e a música mais alta fazia sua visão embaçar. Sua cabeça tilintava e o mínimo de esforço que conseguia fazer, estava fazendo para encontrar Dean. Não sabia o por quê, apenas queria olhar mais uma vez nos olhos do loiro. Após nadar por uma pequena multidão de jovens que, pelo menos uma vez na vida, não pareciam se preocupar com nada, avistou a cabeleira loira e o casaco típico do time de rugby de costas, e Deus, Castiel iria desejar que Dean nunca se virasse.

Ainda na mesma posição, duas mãos com unhas pintadas em um vermelho chamativo subiam pela nunca de Dean, para então o mesmo se virar e, ocasionalmente, dar uma visão melhor para Castiel do beijo que estavam dando. As bocas se movimentavam de forma lenta e bagunçada, quase como se fosse o mesmo beijo que dera nele uma hora atrás. A loira lavanda tentava ao máximo manter seu corpo colado ao de Dean, e o mesmo não recusava tamanha aproximação. Até ver Castiel a alguns metros de si, o encarando feito um posto no meio da sala onde todos dançavam. Os olhos perplexos e a boca entreaberta, o suéter em mãos e uma lágrima sozinha que descia sobre seu rosto. Dean não lhe devia nada, o que tiveram foi apenas um lance casual, mas, porra. Na mesma festa? Com alguns minutos de diferença entre ele e ela? Ele já deveria imaginar. As orbes verdes eram tão afiadas quanto a língua do loiro.

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